A música brasileira é celebrada por Breno Ruiz e Roberto Leão no álbum “Alegria”
Um repertório de canções que falam de temas como a tristeza, a saudade, um amor desfeito e a desilusão compostas por músicos de gerações diferentes da música popular brasileira. Assim é o álbum Alegria, resultado do sonho de Breno Ruiz (piano) e Roberto Leão (voz).
Como uma homenagem de um português e de um brasileiro a 100 anos de música, com obras de Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Dori Caymmi e do próprio Breno Ruiz, o disco fala pela poesia de Paulo César Pinheiro, Vinicius de Moraes, Dolores Duran e Nelson Motta.
Estão no álbum as canções Viola de Bem Querer (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Por causa de Você (Dolores Duran e Tom Jobim), Delicadeza (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), O que tinha de ser (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Roseira (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Tati, a Garota (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro), Desprezo (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), Cristais de Poesia (Breno Ruiz e Paulo César Pinheiro), De onde vens (Dori Caymmi e Nelson Motta) e Valsa da Dor (Heitor Villa-Lobos).
Saiba mais sobre os músicos
Os jovens músicos se conheceram por meio de Renato Braz e Mário Gil, com quem gravaram “Mar Aberto”. Roberto Leão nasceu em Portugal em 1985 e se mudou para São Paulo em 2012, apaixonado pela música brasileira, em busca de espaço na cena artística daqui. Participou dos grupos Hepta, Orfeão Universitário do Porto, Vinícius e Outros Vícios, além de ter trabalhado com Caio Márcio dos Santos e Thaís Nicodemo. Foi através de Dori Caymmi que fez sua primeira gravação, com Renato Braz, Mário Gil e Breno Ruiz no disco Mar Aberto (2016). É letrista e parceiro de artistas como Ivan Lins.
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Já Breno Ruiz é paulista e tem parcerias com músicos como Rafael e Rita Alterio, Cristina Saraiva, Sergio Natureza e Paulo Cesar. Suas músicas já foram gravadas por artistas como Tetê Espíndola, Renato Braz, Maogani, Celso Viáfora, MPB4, entre outros. Como pianista e arranjador, já trabalhou com o grupo Garimpo e assinou os arranjos do álbum Terra Brasileira, da compositora Cristina Saraiva. Em agosto de 2016, logo após o lançamento de Mar Aberto, lançou o disco Cantilenas Brasileiras, resultado da parceria com Paulo Cesar Pinheiro, e em 2019, o álbum “Diferente”, ao lado do compositor e violonista Miguel Rabello.
Música brasileira por um português
O álbum ainda conta com um texto de apresentação do escritor português Valter Hugo Mãe.
“Pensei por muito tempo que a melancolia brasileira era meio sem inverno. Uma melancolia de pura contemplação, como a síndrome de Stendhal aplicada ao sol, à paisagem natural e humana de um país. Seria uma melancolia pela demasia, como se amar exagerasse, a beleza exagerasse. Depois, há a música, com esse filão de pura elegância onde cantar é intensidade em contenção. Na música, o Brasil vai ao limite dessa impressão de fazer som a partir do diamante, cintilação de luz que usa sol e água, acende na noite e dentro e corta. Tudo na cultura brasileira matura na sua própria maravilha mas a música tem instantes inacreditáveis, julgo eu que por ser a preferida de Deus…
Esta música brasileira acontece como acontecem as revelações aos sábios do oriente, profunda meditação, conhecendo afinal o segredo do possível transcendente. Há um inverno na melancolia brasileira, sim, talvez mais seco mas surpreendentemente frio. Não é uma estação à altura de todos. Abre no calendário apenas daqueles que acolhem os abalos mais puros. Tão bela voz, tão belo piano, esses compositores sagrados, é tão evidente que a melancolia brasileira é uma prece.”
O álbum está disponível no Spotify, iTunes e no YouTube
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