Pedreira, Ópera de Arame e Farol da Cidades serão integrados para o Memorial Jaime Lerner

Complexo terá uma biblioteca para ajudar a difundira as ideias e obras do arquiteto, urbanista e ex-prefeito curitibano

Camile Triska, com informações da prefeitura de Curitiba
O arquiteto e urbanista curitibano Jaime Lerner, que morreu no último mês de maio em decorrência de uma doença renal crônica, será homenageado em um grande complexo, que integrará a Ópera de Arame, a Pedreira Paulo Leminski e o Farol da Cidade, todos localizados no bairro Abranches, próximo a junção com o bairro São Lourenço.
O Memorial Jaime Lerner ainda ajudará a difundir o trabalho do urbanista que ficou conhecido mundialmente por suas inovações e obras na capital paranaense, onde foi prefeito por três vezes, além de governador do Paraná por duas gestões.
De acordo com o atual prefeito da cidade, Rafael Greca, no Farol das Cidades será instalada uma biblioteca dedicada ao Jaime Lerner “para inspirar os curitibanos do presente e do futuro.”

Pedreira Paulo Leminski e Ópera de Arame hoje integram o Parque das Pedreiras. Foto: Carlos Ruggi/SMCS (arquivo)

O anteprojeto do Memorial Jaime Lerner será desenvolvido em conjunto por equipes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA). Não foi divulgada a data de início da integração ou inauguração.

Obras famosas do arquiteto

Tanto a Pedreira Paulo Leminski quanto a Ópera de Arame, que ficam lado a lado, foram idealizadas pelo Jaime Lerner. O local foi pedreira municipal, seguido por usina de asfalto e depósito até a sua desativação na década de 1970. O espaço perdido no meio do bairro, então, inspirou o arquiteto a criar uma grande arena ao ar livre para shows.
Inaugurada em 1990, a Pedreira Paulo Leminski acabou desativada em 2008, devido a desavenças com moradores da região, mas foi reaberta em 2013.

Localização dos espaços que formarão o Memorial Jaime Lerner. Foto: Google

Já a Ópera de Arame foi projetada para revitalizar o espaço ao lado da pedreira e proporcionar um local coberto para shows e espetáculos, já que a capital paranaense tem um clima mais chuvoso. Projetada por Domingos Bongestabs, a obra deveria se incorporar à mata nativa e ao lago existentes. Logo, foi criada uma estrutura moderna, de ferro e vidro, em cima das águas.
O espaço cultural foi inaugurado em 1992, durante o I Festival de Teatro de Curitiba, levou apenas 75 dias para ser construído e hoje é um dos principais cartões-postais da cidade.

VEJA TAMBÉM: Conheça a relação da história dos povos paranaenses com a Araucária, árvore símbolo do estado

“Curitiba irá honrar para sempre o nome de Jaime Lerner, merecedor de nosso mais profundo respeito. Aquele que transformou uma pedreira, uma cicatriz urbana, em um palco para difusão e democratização cultural, terá a sua memória lembrada e cultuada junto às suas obras”, aponta Rafael Greca.
Já o Farol das Cidades, que fica na mesma rua, logo em seguida à pedreira, foi projetada na primeira gestão de Greca como prefeito e entregue em 1995 durante a Conferência das Nações Unidas para Assentamentos Humanos em Curitiba, com a presença do secretário-geral do Habitat II, Wally N’Dow, do presidente do BID, Enrique Iglesias, e de Jorge Wilheim.
 
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