Pediatra do Hospital de Clínicas da UFPR aconselha que os pais visitem as escolas antes do retorno e mantenham a vacinação das crianças em dia
A Prefeitura Municipal de Curitiba anunciou, no final do ano passado, que o retorno das aulas presenciais em formato híbrido para as escolas públicas da cidade deve acontecer no dia 18 de fevereiro de 2021. Contudo, desde novembro de 2020, o município já havia liberado a retomada das atividades presenciais nas escolas privadas para crianças com até 10 anos de idade.
O retorno dos pequenos às salas de aula dividiu a opinião de pais e mães que entendem a necessidade e importância pedagógica do ensino presencial, mas se sentem inseguros com os efeitos da pandemia. Para esclarecer as dúvidas sobre o tema, o médico pediatra do Hospital de Clínicas da UFPR, Rubens Cat, conversará com pais, alunos e professores nesta terça-feira (19/01), às 19h, em uma live promovida pela Inspira Rede de Educadores. Os interessados em participar devem fazer uma inscrição gratuita neste link ou neste outro link.
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, os impactos trazidos com o fechamento das escolas em função da pandemia da covid-19 vão além desenvolvimento educacional. Influenciam nas habilidades sociais e emocionais, nutrição, equilíbrio mental e comportamental, atividade física, entre outros.
Para o pediatra, problemas como ansiedade, angústia, pânico, gagueira e depressão são algumas das consequências do isolamento social prolongado. “Atualmente o Brasil possui 65 milhões de crianças, entre 0 a 18 anos, e considerando que 30% dessas crianças sofram algum desses efeitos, estamos falando de 20 milhões de crianças com alterações de saúde mental e comportamental. Sem dúvidas eles foram uma das principais vítimas do isolamento social e, por isso, o retorno às aulas é tão importante para que possamos diminuir os impactos causados”, afirma.
Segundo especialistas, as crianças se infectam de 2 a 5 vezes menos que os adultos, sendo menor que 4% as chances da criança ser a primo-infecção. Conforme divulgado pela Academia Americana de Pediatria, a transmissão escolar reflete, mas não impulsiona a transmissão comunitária. Dessa forma, muitos médicos, psicólogos e professores têm apoiado o retorno às aulas e aconselham os pais que visitem às escolas, verifiquem se os protocolos estão sendo seguidos, peçam para as instituições filmarem as instalações e busquem apoio emocional para esse retorno.
“Mais de 80% das crianças dependem do ensino público no Brasil e as escolas permaneceram fechadas por nove meses. Existiram casos de escolas clandestinas, de pessoas que precisavam trabalhar e deixaram as crianças em locais sem nenhum protocolo de segurança e saúde. Precisamos abrir todas às escolas de forma segura” ressalta o pediatra do Hospital de Clinicas.
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Segundo ele, antes de voltar às aulas é preciso apenas colocar em dia o caderno de vacinação e orientar as crianças. “Se o pequeno possui mais de 2 anos de idade, já pode usar máscara. Instrua bem o seu filho em como colocar e retirar, como higienizar as mãos e respeitar o distanciamento. Tenho certeza que o ambiente mais seguro para a criança é na escola”, completa.
Como escolas estão se preparando?
Para o retorno às aulas presenciais, as escolas têm adotado medidas sanitárias de acordo com protocolos da Organização da Saúde e as orientações clínicas da Academia Americana de Pediatria, divulgadas no dia 5 de janeiro.
Em Curitiba, o Colégio Acesso e o Colégio Stella Maris, da Rede Inspira, firmaram uma parceria com a Rede D’Or, um dos maiores grupos de saúde do Brasil, para validação dos protocolos e orientações de saúde para o retorno às aulas presenciais, a fim de garantir a segurança determinadas pelos órgãos responsáveis.
“Há meses estamos trabalhando para garantir a segurança dos professores, colaboradores e, principalmente, dos nossos alunos. Desde a recepção, todos recebem a higienização nas mãos e nos pés, além de aferirmos a temperatura. Os colaboradores estão utilizando os EPIs exigidos, a limpeza das salas de aula e dos espaços comunitários possuem rotinas intensas e o distanciamento entre alunos, bem como a circulação de ar foram totalmente adequadas”, afirma a coordenadora pedagógica da Rede Inspira, Guida Weber.
Para o ano letivo 2021, a Rede Inspira ainda afirma que investiu em equipamentos para transmissão de conteúdo ao vivo, treinamentos e capacitações dos educadores e colaboradores, de acordo com as orientações dos especialistas em saúde.
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