Educação financeira para jovens: menos foco no dinheiro e mais no propósito de vida

Educador destaca que desde cedo é preciso desenvolver a consciência financeira em um trabalho que deve ser realizado em conjunto entre família e escola

Em uma sociedade com jovens que desejam tudo o que o mundo capitalista pode oferecer, falar de educação financeira para estudantes torna-se um desafio cada vez maior. Os longos corredores nos supermercados repletos de rótulos sedutores, o e-commerce a um clique a qualquer hora e o estímulo desenfreado ao consumismo só pioram a situação. A consciência que leva à educação financeira deve ser uma luta travada em conjunto por família e escola, e iniciada o mais cedo possível.
Alguns fatores são importantes para o sucesso da educação financeira com crianças e adolescentes. Um deles é ter em mente que não se pode querer falar aos jovens sobre o tema utilizando o mesmo discurso voltado para os mais velhos ou às gerações anteriores. Nenhum educador vai ganhar a atenção de um estudante usando palavras como patrimônio, aposentadoria ou metas financeiras. A mensagem que vai chegar ao coração desse aluno deve ser carregada de conexão emocional e traduzida para o cotidiano dele.
Segundo o consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional, Fernando Venegas Vargas, é preciso enxergar quem é o jovem de hoje e o que o move. “A geração atual tem sua base nos ídolos do individualismo. São jovens que buscam estabelecer metas em função do exemplo de influenciadores digitais. O que a escola precisa fazer é adotar um olhar que a leve a se comunicar de forma eficiente com o aluno, a ponto de conseguir guiá-lo em sua jornada de formação e transformação”, destaca.
O primeiro passo é começar o mais cedo possível, ainda na Educação Infantil. O educador destaca que desde cedo é preciso desenvolver essa consciência financeira a partir de exemplos e estímulos, sendo um trabalho que deve ser realizado em conjunto entre família e escola. “Orientações sobre a importância de poupar, conversas que explicam a importância do trabalho e da remuneração, os cuidados para se evitar o desperdício de água ou energia elétrica que impactam na conta mensal são exemplos de práticas que pais e professores podem adotar na hora de estimular a consciência financeira das crianças”, reforça Vargas.
Dessa forma, à medida que as crianças crescem mais atentas a tudo isso, a escola terá jovens mais propensos a considerar valores fundamentais, como dar valor ao que se tem, estímulo ao consumo consciente e à prática do desapego – que minimiza o exagero do ter e acumular, além do autocontrole em relação ao que se quer e o que realmente precisa. Vargas ainda ressalta um pilar muito importante: o planejamento. “É ele que vai tornar um sonho possível. Precisamos fazer o jovem refletir sobre o que ele precisa ou deseja e relacionar isso com o uso do dinheiro que ele tem ou pode vir a ter. É isso que mostra para os jovens que eles são capazes de realizar sonhos”, garante.
Essas ações aproximam a educação financeira do universo dos jovens e fornecem elementos que os ajudam a refletir sobre os seus desejos e a importância de construir planejamentos para realizá-los. Com as mudanças realizadas no Ensino Médio, a escola ganhou a missão de ajudar os alunos a definirem e criarem seus projetos de vida. Trata-se de um trabalho que aborda diversos aspectos importantes, começando pela definição do objetivo final: emancipação e engajamento.

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“O trabalho da escola, fundamentalmente, é tirar o foco do ‘ter dinheiro a qualquer custo’ e focar no propósito de vida. Para que o jovem construa o seu projeto de vida, ele precisa descobrir qual é o seu propósito na vida. Essa busca deve ser orientada pela escola, que deve ajudá-lo a explorar o erro, a se comunicar com o meio, a buscar conhecimento e a ser produtivo. Assim sendo, é muito importante a promoção da autoestima e da autonomia, pois, sem as duas, o estudante não realizará nada. Essa é a educação financeira mais ampla, eficiente e definitiva que pode haver”, finaliza.
 
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