De Chaleira: Com a vitória da ganância, nasce a Superliga

Entenda sobre esse novo campeonato que declara guerra no futebol

Aline Campanhã
Na noite de domingo, no último dia do final de semana, uma bomba – das grandes – estourou nas redes sociais. O anúncio que, enfim, a ideia da Superliga saiu do papel e se tornou realidade causou um rebuliço entre os amantes do futebol.
Vamos entender, de maneira simples, o que esse novo campeonato significa para o futebol?
Traduzindo para a nossa realidade, imaginem um novo Campeonato Brasileiro, mas só com os maiores de cada estado: os 4 de São Paulo + os 4 do Rio de Janeiro + os 2 do Rio Grande do Sul + os 2 de Minas Gerais. Agora, acrescentem mais três times populares no Brasil, pode ser o Athletico Paranaense + Ceará + Bahia. No total são 15 clubes, certo? Esses disputariam a “Superliga Brasileira” todos os anos, sem chance de exclusão ou rebaixamento.
Como a competição tem a ideia de possuir 20 equipes, então cinco vagas são abertas a cada edição do torneio e cinco clubes diversos podem ter a “sorte” de serem convidados para participar dessa competição.
Entendido até aqui? Vamos seguir!
Quem assume o comando desse campeonato são os próprios clubes. Isso mesmo, não existe mais nenhum órgão federativo que possa interferir em suas decisões ou regras, os próprios diretores, daquelas quinze estáveis equipes, são os chefões.
Tenho que concordar que lendo rapidamente, mas bem rápido mesmo, sem pensar muito, a ideia até parece boa. Mas ao pararmos para analisar tudo isso, vemos que é uma verdadeira cilada e reprodução do que acontece nesse nosso mundo: ricos ficando mais ricos e pobres ficando mais pobres.
Chegou a hora de entendermos a verdadeira SuperLiga
Os doze grandes clubes da Espanha, Itália e Inglaterra – Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Juventus, Milan, Inter de Milão, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Arsenal, Liverpool e Tottenham – anunciaram a criação da Superliga, em oposição ao modelo atual da Liga dos Campeões da Uefa. A intenção, dizem eles, é romper com essa federação corrupta, mas, na verdade, tudo não passa de uma elitização porca do futebol.
Esses clubes fundadores terão vagas fixas na competição – falta a confirmação de três equipes – e as outras cinco vagas serão para os convidados.
A UEFA – União das Federações Europeias de Futebol – é totalmente contrária a essa decisão e diz ter o apoio das federações e ligas futebolísticas para barrar essa iniciativa dos clubes. A ideia desses órgãos, a princípio, é entrar na justiça e excluir os “clubes rebeldes” de todas as competições que eles fazem parte.
A FIFA – Federação Internacional de Futebol – também se revelou extremamente contra, ameaçando proibir os jogadores da Superliga de disputar qualquer competição pelas suas Seleções.
É lógico que ainda haverá muito desdobramento acerca disso, mas se a competição for realmente aceita, ela já começará na próxima temporada.
Em uma surra de elitismo, para resumir, são os gigantes europeus trabalhando para o seu próprio bem. Esquecer as equipes menores e optarem por deixá-las com ainda menos visibilidade é a vitória da ganância sobre o esporte. Triste.
 

Interiorana de São Paulo, amo colocar um sorriso no rosto, soltar uma boa gargalhada e assistir um futebolzinho. Jornalista unespiana, sou torcedora fanática desse esporte. Grito, choro, coloco minha camiseta e, se deixar, vou até amanhã falando sobre a partida do final de semana. Será que você tem paciência para ouvir?

 
 
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