Giro pela América Latina: Lenine e Alceu Valença estão entre as atrações do Festival Mucho!

Festival reúne artistas renomados da América Latina para shows e bate-papos

Macondo, a cidade fictícia criada por Gabriel García Márquez na obra “Cem Anos de Solidão”, de repente reunirá São Paulo, Recife, Buenos Aires, Montevidéu, Salvador e Havana. Em uma época pandêmica, em que as pessoas estão isoladas do mundo e essa solidão histórica mergulha todos a níveis profundos, chega uma desordeira legião de artistas, músicos e poetas na cidade, que insistem em desrespeitar fronteiras e unir a América Latina em um abraço fraterno.
Essa é a definição do do Festival Mucho!, que reunirá artistas de vários países entre os dias 21 e 25 de abril para apresentação de shows e bate-papos que irão abordar a importância do mercado musical e cultural na integração da América Latina. Musicistas e músicos, produtores culturais, agentes públicos, atrizes e atores, debaterão sobre o poder transformador da união de nosso continente. A transmissão será pelo canal oficial do evento no YouTube e pela plataforma Vivamos Cultura do Ministério de Cultura de Buenos Aires.

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“O Festival Mucho! vem para ocupar os meios virtuais para subverter, pelo menos por alguns instantes, essa sensação de solidão que estamos atravessando. A música tem o poder catártico de transformar e inspirar, de propor e de sanar. Além disso, traz consigo a imensa qualidade de desrespeitar quaisquer fronteiras. Propor um festival cuja as bandeiras principais são a fraternidade e integração de nosso continente através da arte, é um transparente manifesto de empoderamento e reivindicação da coletividade, da união de povos e culturas”, afirma Felipe França, diretor da Difusa Fronteira, Núcleo de Integração Cultural Brasil América Latina.

“Uma nova e arrasadora utopia da vida, onde ninguém possa decidir pelos outros até mesmo a forma de morrer, onde de verdade seja certo o amor e seja possível a felicidade, e onde as estirpes condenadas a cem anos de solidão tenham, enfim e para sempre, uma segunda oportunidade sobre a terra” 
Gabriel García Márquez em Cem Anos de Solidão 

Entre os participantes do Festival Mucho! estão os brasileiros Lenine, Alceu Valença, Josyara e Cao Laru, o uruguaio Jorge Drexler, os argentinos Perotá Chingó, Escaladrum e Sofia Viola e a cubana Yusa. “Junto com Felipe acompanhamos toda a produção musical que acontece na América Latina, sabendo também da relevância que os artistas de fora tem aqui no Brasil e vice-versa. O fato de que nossas produtoras desenvolvem as carreiras de artistas nacionais e internacionais, faz que recebamos constantemente propostas artísticas incríveis que nos ajudam a escolher nosso line-up. Temos muito orgulho em trazer artistas tão importantes e criativos para o Festival Mucho!”, revela Hernan Halak, sócio-diretor do Festival Mucho!.

PROGRAMAÇÃO DO FESTIVAL MUCHO!
Transmissões pelo canal oficial do evento no YouTube e pela plataforma Vivamos Cultura do Ministério de Cultura de Buenos Aires

21 de abril
A solidão da América Latina
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE LATINOAMERICANA: TURISMO E CULTURA NAS GRANDES CAPITAIS
Horário: 18h
Como desenvolver políticas a longo prazo em cidades cosmopolitas e destaque na América Latina pelo seu histórico tanto cultural como turístico

  • Salomé Olarte (Idartes – Bogotá)
  • Vander Lins (SMDET – São Paulo)
  • Mediação: Mariana Soares (Instituto SOMA)

COMO DERRUBAR MUROS E CRIAR PONTES ATRAVÉS DA CIRCULAÇÃO ARTÍSTICA
Horário: 19h10
Levantamento de cases e experiências da construção da carreira de artista além das fronteiras do seu país natal, principalmente na América Latina

  • Carlos Taran (Produtora Music Tour)
  • Ricardo Rodrigues (Let´s Gig)
  • Ana Almeida (Produtora Babel Produções)
  • Mediação: Patricktor4 (CALOOR record)

22 de abril
O grande alvoroço
MÚSICA, ESPIRITUALIDADE E AMÉRICA LATINA
Horário: 18h
O real potencial da música e da cultura em geral como sanação e cura. Qual o real poder transformador da criação artística?

  • Ju Strassacapa (Francisco el Hombre, Lazuli)
  • Pedro Canale (Chancha Via Circuito)
  • Dudu Marote (Xaxim, produtor musical)
  • Mediação: Mayra Rizzo

DIÁRIOS DE MOTOCICLETA: COMO CIRCULAR PELA AMÉRICA LATINA SEM UM TOSTÃO NO BOLSO
Horário: 19h20
Compartilhamento de histórias reais dos desafios e recompensas de cair na estrada para levar a música além das fronteiras, mesmo com limitação orçamentária

  • Mateo (Francisco el Hombre, BABY)
  • Noubar Sarkissian (Čao Laru)
  • LaBaq
  • Mediação: Fabiane Pereira (Papo de Música)

23 de abril
Invenções insólitas
QUEM FAZ A CARANANA RODAR: POR DENTRO DA EQUIPE TÉCNICA DA FRANCISCO, EL HOMBRE
Horário: 18h
Dia de abrir a porta de casa e revelar o backstage da banda Francisco, el Hombre. A equipe técnica da banda revelará o processo criativo por trás das demandas técnicas e compartilha as experiências da estrada

  • Nina Souza (Road Manager)
  • Luiza Ventura (Iluminadora)
  • Bia Wolf (Rodie, Diretora de Palco)
  • Luan Casado (Técnico De Som)
  • Mediação: Tony Aiex (Tenho Mais Discos Que Amigos!)

AS MÚSICAS QUE ABALARAM O CONTINENTE
Horário: 19h20
Um guia para todos aqueles que queiram conhecer mais sobre a música do nosso continente e as bandas mais influentes da América Latina

  • Fernando Rosa (Portal Senhor F)
  • Gabriel Plaza (RedPem)
  • Mediação: Miguel Arcanjo (Blog do Arcanjo)

24 de abril
Horário: a partir das 14h
Bate-papo entre Lenine e Drexler
Shows
Escalandrum (Argentina)
Josyara (Brasil)
Jorge Drexler (Uruguai)
Lenine (Brasil)
25 de abril
Horário: a partir das 16h
Shows
Cao Laru (Brasil)
Sofia Viola (Argentina)
Yusa (Cuba)
Perotá Chingó (Argentina)
Alceu Valença (Brasil)

SAIBA MAIS SOBRE OS ARTISTAS

LENINE 
Cantor, compositor, arranjador, multi-instrumentista, letrista, ator, escritor, produtor musical, engenheiro químico e ecologista brasileiro, ganhador de seis Grammys Latino, dois prêmios da APCA, e nove Prêmio da Música Brasileira. Contabiliza-se que Lenine tenha escrito, gravado e produzido mais de quinhentas canções, algumas dessas gravadas por Maria Bethânia, Daniela Mercury, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Gilberto Gil, entre outros.
ALCEU VALENÇA
Cantor, compositor e cineasta brasileiro. Surgiu como expoente da geração da música nordestina nos anos 70 e foi um dos primeiros a promover a união do som do agreste nordestino com a guitarra elétrica.

Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Alceu Valença, Escalandrum, Jorge Drexler, Lenina e Yusa. Foto: Divulgação

JORGE DREXLER
Cantor e compositor uruguaio, mais conhecido pela sua canção “Al Otro Lado del Río”, a primeira música não em inglês a vencer o Oscar de melhor canção original. Também ganhou cinco Latin Grammy’s e um Goya.
ESCALANDRUM 
Sexteto de jazz argentino com mais de 22 anos de carreira, liderado pelo baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, neto do mestre Astor Piazzolla. O grupo já lançou 14 álbuns de música original e já realizou shows em mais de 40 países. Em 2012 receberam a nominação aos Latin Grammy Awards na categoria “Melhor Album Instrumental” pelo aclamado disco “Piazzolla Plays Piazzolla”. Ganhadores de 8 Prêmios Gardel, o maior reconhecimento a música na Argentina, junto ao Gardel de Ouro a sua trajetória. O grupo apresenta o álbum “100” Warner Music 2021, gravado no lendário Abbey Road Studios, um disco tributo ao centenário do Astor Piazzolla com os melhores tangos do mestre do bandoneón em maravilhosas versões jazz.
YUSA
Cantora e compositora cubana, nascida no bairro de Buena Vista em Havana, Cuba. Sua música é reconhecida mundialmente: em 2003, ela foi indicada no prestigioso BBC Radio 3 World Music Awards em duas categorias (Melhor Revelação e Melhor das Américas).
PEROTÁ CHINGÓ
Banda argentina formada originalmente pelo duo portenho Dolores Aguirre y Julia Ortiz no ano de 2011. Surgida como um experimento musical, a dupla se tornou um fenômeno viral da internet ao gravar seu primeiro vídeo no Youtube e, nos anos seguintes da década de 2010, se consolidaram na cena independente argentina e também em alguns países da América Latina, como Chile, México e Brasil.
CAO LARU 
Quatro brasileiros. Uma francesa. Uma brasileira. Um motor home. Uma Kombi. Eis o Cao Laru (pronuncia-se Tchau Larru), grupo formado por músicos que se conheceram em 2015, durante o mestrado em Pedagogia Musical, em Rennes (França) e que viaja o mundo em seus excêntricos veículos, fazendo shows e vivendo a essência da arte e da cultura numa grande troca de experiências musicais e sociais com povos de todo o mundo. Um pouco de toda essa história ganha agora um novo capítulo, com o lançamento de “Libre”, terceiro disco da banda, apadrinhado pelo selo Pequeno Imprevisto.
Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Sofia Viola, Cao Laru, Josyara e Perotá Chingó. Foto: Divulgação

JOSYARA 
Vinda de Juazeiro, no estado da Bahia, é uma das vozes mais atraentes da nova geração de artistas brasileiros. Aos 28 anos, já lançou dois discos profundamente enraizados na tradição dos maiores músicos brasileiros (Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia e Gilberto Gil) e na sonoridade sertaneja.
SOFIA VIOLA
Compositora, cantora e atriz argentina. Cresceu no underground da Grande Buenos Aires e da capital e logo gerou uma audiência de seguidores quase sem premeditação. Suas canções soam em lugares inesperados e continuam a cruzar fronteiras. Acompanhada da guitarra e do charangón, percorreu várias paisagens que lhe deram inspiração e cenários que avivam o seu fogo. Com um estilo suburbano, rock, tropical e antigo, ele compôs mais de uma centena de canções que percorrem diversos ritmos musicais de raízes latinas e jazzísticas.
 
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