Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba acontecerá entre os dias 7 e 15 de outubro em formato totalmente on-line
Entre os dias 7 e 15 de outubro, acontece o 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, desta vez em formato on-line. A seleção de filmes, dividida em variadas mostras, apresentará ao público produções que se arriscam em novas formas de linguagem cinematográfica, estão abertos ao experimentalismo, mas, ainda assim, possuem um grande potencial de comunicação com o público.
“Vai ser uma edição histórica, a programação já está quase 100% fechada, os filmes estão incríveis. A gente fica triste de não estar exibindo na sala de cinema, mas fica muito feliz de poder estrear esses filmes aqui. Agora com o Olhar on-line temos o Brasil inteiro para nos comunicar, o Brasil inteiro como público do festival, e estamos animados com esse desafio”, afirma Antônio Gonçalves Júnior, diretor do festival.
A Mostra Competitiva tradicionalmente apresenta uma seleção composta por filmes recém-lançados e ainda inéditos no Brasil. Nesta edição serão nove longas-metragens. O cinema brasileiro será representado pelo Entre nós talvez estejam multidões, dirigido por Pedro Maia de Brito e Aiano Bemfica, e filmado na ocupação Eliana Silva.
Da seleção da Mostra Panorama do último Festival de Berlim, será apresentado Luz dos Trópicos, de Paula Gaitán. Conversando com outras cinematografias, ainda do festival de Berlim, desta vez da mostra Encounters, chega o português A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos. Outros títulos são o belga Victoria, de Sofie Benoot, também exibido no IndieLisboa, e Na Cabine de Exibição, do diretor israelense Ra’anan Alexandrowicz, já selecionado para vários outros festivais voltados ao cinema documental.
Do Festival de Roterdã, o Olhar de Cinema traz o indiano Nasir, de Arun Karthick, e o espanhol Longa Noite, de Eloy Enciso, também selecionado para os festivais de Toronto e Locarno. Desse festival, também será possível conferir o francês Um Filme Dramático, de Eric Baudelaire. Los Lobos, do mexicano Samuel Kishi, vindo diretamente do Festival de Havana, completa a seleção.
A seleção de curtas-metragens segue a mesma diversidade de narrativas e locais, com representantes brasileiros, espanhóis, franceses e peruanos, entre outros. Do Brasil, são dois títulos: Chão de Rua, de Tomás von der Osten, exibido no último festival de Locarno, e, em pré-estreia mundial, Noite de Seresta, de Sávio Fernandes e Muniz Filho.
Novos Olhares
Outra mostra do Olhar de Cinema que já teve a programação divulgada é a Novos Olhares, dedicada a longas-metragens com propostas estéticas mais arriscadas e radicais, sendo que edição foi dado uma atenção especial ao resgate de um passado que deixou feridas e ausências, além de destacar a força do cinema em sua relação com o indivíduo e o enxerga como possibilidade de acesso, memória e cura.
Para Eugenia Castello, também diretora do festival, “Isso é o mais importante, o que a gente resgata de tudo. O que nos empolga é a possibilidade de pessoas no Brasil inteiro poderem conhecer os filmes que o Olhar traz e com o quais se identifica”.
Serão seis títulos inéditos no país. Diretamente da mostra Forum do Festival de Berlim deste ano chega o novo documentário do romeno Radu Jude Letra Maiúscula, que volta ao país de 1981 e resgata a história do adolescente Mugur Călinescu que, com apenas suas palavras, protestava contra o governo de Ceaușescu e a manipulação da história oficial. Da Forum, chega também O que resta / Revisitado, de Clarisse Thieme, que usa o experimentalismo para alcançar os crimes da guerra na Bósnia e Herzegovina nos anos 1990.
A coprodução Espanha/Suíça, O Ano do Descobrimento, dirigida por Luis López Carrasco, chega dos festivais de Roterdã e Cinema du Reel, de onde saiu premiada. O filme volta às Olimpíadas de Barcelona e à Expo de Sevilha, em 1992, e apresenta as contradições da imagem internacional criada para o país e a realidade interna, com os protestos em Cartagena.
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Pesadelos insistentes são a origem da busca pela história e por memórias em Pajeú, longa-metragem do brasileiro Pedro Diógenes, que foi exibido na competitiva internacional do FIDMarseille. Outro filme brasileiro que integra Novos Olhares é o documentário Agora, de Dea Ferraz, que busca desvendar a relação do corpo com as imagens e o cinema como ativador desse movimento.
Los conductos, de Camilo Restrepo, completa a seleção. A coprodução Colômbia/França/Brasil, inspirada em uma história real, fala de alguém atormentado pelo passado. O longa foi exibido na mostra Encouters da Berlinale.
Novo diretor em foco
Nesta 9ª edição, a Mostra Foco, que destaca o trabalho de um novo autor ainda pouco conhecido no circuito de festivais brasileiros, tará o diretor Daniel Nolasco. Nascido em Catalão, Goiás, ele escreveu e dirigiu mais de nove curtas-metragens e dois documentários, todos os filmes participaram e foram premiados em diversos festivais. Seu primeiro longa de ficção, Vento Seco recentemente exibido na Berlinale e no Festival de Guadalajara é um dos filmes que poderão ser vistos.
Abertura e encerramento
No dia 7 de outubro, o festival começa em grande estilo com uma produção coletiva. O filme escolhido para abrir a 9ª edição do Olhar de Cinema é o brasileiro Para Onde Voam as Feiticeiras, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, que une encenações e improvisos de sete artistas de rua de São Paulo, expondo a permanência de antigos preconceitos de gênero e raça. O longa foi selecionado para o Cinelatino Rencontres de Toulouse, mas não chegou a ser exibido por causa da pandemia de covid-19.
Já o filme de encerramento do festival, no dia 15 de outubro, será Antena da Raça, Paloma Rocha e Luís Abramo, que resgatam diálogos, trechos, cenas dos filmes e entrevistas feitas por Glauber Rocha e os atualizam com personagens reais, atores da nossa tragédia contemporânea.
O 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba foi criado em 2012 para destacar o cinema independente em todo o mundo, por meio de uma seleção oficial de filmes com propostas estéticas inventivas e que se arriscam em novas formas de linguagem. A programação tem cerca de 130 filmes a cada edição e é composta por mostras que mesclam filmes brasileiros e estrangeiros, homenagens à mestres do cinema independente mundial, filmes clássicos restaurados e também destaques para novos diretores que, mesmo com uma curta filmografia, já possuem forte identidade artística.
A programação completa, com horários de exibições, ainda não foi divulgada. Os ingressos custarão R$ 5 por programa e serão vendidos a partir do dia 23 de setembro no site www.olhardecinema.com.br – o número será limitado para cada exibição. Mais informações no Facebook ou Instagram.
Seleção de filmes já divulgada do 9º Olhar de Cinema
FILME DE ABERTURA
- Para Onde Voam as Feiticeiras (Brasil, 2020, 89 min.), de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral
MOSTRA COMPETITIVA
Longas-metragens
- Nasir (Índia, Países Baixos, Singapura, 2019, 79 min.), de Arun Karthick;
- Na Cabine de Exibição (The Viewing Booth, Israel, Estados Unidos, 2019, 71 min.), de Ra’anan Alexandrowicz
- A Metamorfose dos Pássaros (Portugal, 2020, 101 min.), de Catarina Vasconcelos
- Longa Noite (Espanha, 2019, 90 min.), de Eloy Enciso
- Victoria (Bélgica, 2020, 72 min.) de Sofie Benoot, Liesbeth De Ceulaer e Isabelle Tollenaere
- Entre Nós Talvez Estejam Multidões ( Brasil, 2020, 99 min.) de Pedro Maia de Brito, Aiano Bemfica
- Luz nos Trópicos (Brasil, 2020, 260 min.) de Paula Gaitán
- Um Filme Dramático (Un film dramatique, 2019, França, 114 min.), de Eric Baudelaire.
- Los Lobos (México, 2019, 95 min), de Samuel Kishi
Curtas-metragens
- Chão de Rua (Brasil, 2019, 20 min.) de Tomás von der Osten
- O Mártir (El Màrtir, 2020, Espanha, 18 min.) de Fernando Pomares
- Panteras (Panteres, 2020, Espanha, 22 min.) de Erika Sanchez
- Noite Perpétua (2020, Portugal, França, 17 min.) de Pedro Peralta
- Noite de Seresta (Brasil, 2020, 19 min.) de Sávio Fernandes, Muniz Filho
- O Silêncio do Rio (El Silencio del ri, 2020, Peru, 14 min.) de Francesca Canepa
- Telas de Shanzhai (Shānzhài Screens, 2020, França, 23 min.) de Paul Heintz
- Algo-Rhythm (Austria, Senegal, Reino Unido, 2019, 14 min.) de Manu Luksch
MOSTRA FOCO
- Vento Seco (Brasil, 2020, 110 min.) – Estreia nacional
- Mr. Leather (Brasil, 2019, 85 min.)
- Paulistas (Brasil, 2017, 80 min.)
MOSTRA NOVOS OLHARES
- Agora (Brasil, 2020, 70 min.), de Dea Ferraz
- O Ano do Descobrimento (El año del descubrimiento, Espanha/Suíça, 2020, 200 min.), de Luis López Carrasco
- Los conductos (Colômbia/França/Brasil, 2020, 70 min.), de Camilo Restrepo
- Pajeú (Brasil, 2020, 74 min.), de Pedro Diógenes
- Letra Maiúscula (Uppercase Print, Romênia, 2020, 128 min.), de Radu Jude
- O que resta / Revisitado (Was bleibt I Šta ostaje I What remains / Re-visited, Alemanha/Áustria/Bósnia e Herzegovina, 2020, 70 min.), de Clarissa Thieme
MOSTRA OUTROS OLHARES
Longas-metragens
- Oroslan (Oroslan, Eslovênia, República Tcheca, 71 min.), de Matjaz Ivanisin
- Responsabilidade Empresarial (Responsabilidad Empresarial. Argentina, 68 min.), de Jonathan Perel
- Quem Tem Medo de Ideologia? (Who Is Afraid of Ideology?, Líbano, Síria, Curdistão iraquiano, 57 min.), de Marwa Arsanios;
- Traverser (Após a Travessia) (Traverser [After the Crossing], França, Bélgica, Burkina Faso, 77 min.), de Joël Akafou;
- Crônica do Espaço (Sthalpuran [Chronicle of Space], Índia, 86 min.) de Akshay Indikar
- Trouble (Estados Unidos, Reino Unido, 82 min.), de Mariah Garnett
- O Reflexo do Lago (Brasil, 80 min.), de Fernando Segtowick
- O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels (Brasil, 71 min.), de Tiago de Almeida
- A Flecha e a Farda ( Brasil, 85 min.), de Miguel Antunes Ramos
- Visão Noturna (Visión nocturna, Chile, 80 min.), de Carolina Moscoso Briceño
Curtas-metragens
- Manual do Zueiro Sem Noção (Brasil, 16 min.) de Joacélio Batista
- Memby (Brasil, 18 min.) de Rafael Castanheira Parrode
- Rafameia (Brasil, 24 min.) de Mariah Teixeira, Nanda Félix
- Eu Interior (Nahan, Irã, 15 min.) de Mohammad Hormozi
- Playback. Ensaio de uma Despedida (Playback. Ensayo de una despedida, Argentina, 14 min.) de Agustina Comedi
- Alienígena (REONGHEE, África do Sul, 15 min.) de Jegwang Yeon
- Sonho Californiano (Soben California, Cambodja, 16 min.) de Sreylin Meas
- Garotas Crescem Desenhando Cavalos (Girls grow up drawing horses, EUA, 7 min.) de Joanie Wind
- Mary, Mary, So Contrary (Singapura, 15 min.) de Nelson Yeo
- As Chamas do Sol (Las llamas del sol, Espanha, 12 min.) de Pepe Sapena
- Botões Dourados (Zolotye Pugovitzi (The Golden Buttons), Russia, 20 min.), de Alex Evstigneev
- Os Meninos Lobo (Los niños lobo, Cuba, 18 min.) de Otávio Almeida
- Rios Solitários (Lonely Rivers, Espanha, França, 28 min.) de Mauro Herce
MOSTRA OLHARES BRASIL
Longas-metragens
- Um Animal Amarelo (Brasil/Portugal/Moçambique, 2020, 115 min.), de Felipe Bragança
- Cabeça de Nêgo (Brasil, 2020, 86 min.), de Déo Cardoso
- Canto dos Ossos (Brasil, 2020, 89 min.), de Jorge Polo e Petrus de Bairros
- Cavalo (Brasil, 2020, 85 min.), de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti
- Fakir (Brasil, 2019, 92 min.), de Helena Ignez
- Sertânia (Brasil, 2019, 97 min.), de Geraldo Sarno
- Yãmĩyhex: as mulheres-espírito (Brasil, 2020, 76 min.), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali
Curtas-metragens
- Enraizadas (Brasil, 2019, 14 min.), de Juliana Nascimento e Gabriele Roza
- Inabitável (Brasil, 2020, 20 min.), de Matheus Farias e Enock Carvalho
- Mãtãnãg, a Encantada (Brasil, 2019, 14 min.), da Shawara Maxakali e Charles Bicalho
- Minha História É Outra (Brasil, 2019, 22 min.), de Mariana Campos
- A Morte Branca do Feiticeiro Negro (Brasil, 2020, 10 min.), de Rodrigo Ribeiro
- Os Últimos Românticos do Mundo (Brasil, 2020, 23 min.), de Henrique Arruda
- O verbo se fez carne (Brasil, 2019, 6 min.), de Ziel Karapotó
MOSTRA MIRADA PARANAENSE
Longa-metragem
- A Alma do Gesto (Brasil, 2020, 66 min.), de Eduardo Baggio e Juslaine Abreu-Nogueira
Curtas-metragens
- Além de Tudo, Ela (Brasil, 2019, 10 min.), de Pedro Vigeta Lopes, Pâmela Regina Kath, Mickaelle Lima Souza, Lívia Zanuni
- Aonde Vão os Pés (Brasil, 2020, 14 min.), de Débora Zanatta
- Cancha – Domingo é dia de jogo (Brasil, 2020, 18 min.), de Welyton Crestani
- Cor de Pele (Brasil, 2019, 3 min.), de Larissa Barbosa
- E no rumo do meu sangue (Brasil, 2019, 4 min.), de Gabriel Borges
- Exumação da Arte (Brasil, 2020, 14 min.), de Maurício Ramos Marques
- Meia Lua Falciforme (Brasil, 2019, 22 min.), de Dê Kelm e Débora Evellyn Olimpio
- A Mulher que Sou (Brasil, 2019, 15 min.), de Nathália Tereza
- Napo (Brasil, 2020, 17 min.), de Gustavo Ribeiro
- Seremos Ouvidas (Brasil, 2020, 13 min.), de Larissa Nepomuceno
EXIBIÇÕES ESPECIAIS
- O TANGO DO VIÚVO e seu espelho deformador (Chile, 2020, 63 min), de Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento
- NARDJES A. (Argélia/França/Alemanha/Brasil/Catar, 2020, 80 min), de Karim Aïnouz
FILME DE ENCERRAMENTO
- Antena da Raça (Brasil, 2020, 71 min.), de Paloma Rocha e Luís Abramo
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