Gerente de enfermagem recebe homenagem da própria mãe, que participou do grupo de costureiras voluntárias
Na próxima quarta-feira (12/05), é comemorado o Dia Internacional da Enfermagem. Para homenagear os profissionais que estão na linha de frente da pandemia, uma turma de 38 costureiras voluntárias decidiu fazer bonecas de fuxico, que serão entregues ao longo desta semana para os 1.021 profissionais dos hospitais Cajuru e Marcelino Champagnat.
As bonecas foram produzidas durante dois meses pelas voluntárias. Entre elas, a dona de casa Ester do Carmo Gomes, que entrou para o grupo motivada pela filha enfermeira e viu no voluntariado um alento durante a pandemia. “Sempre quis fazer algum trabalho assim, mas nunca dava certo. Aí veio a pandemia e o hospital perguntou se eu queria ajudar a fazer máscaras, tudo indicação da minha filha. Aceitei e fiz máscaras por 5 meses e continuamos com as bonecas de fuxico até hoje. Para mim, foi uma benção, principalmente nessa pandemia. Como sou do grupo de risco e tenho que ficar em casa, me apeguei ao voluntariado. Pra mim é uma terapia”, revela.
Para ela, essa homenagem também tem um significado ainda mais especial. Entre as profissionais que receberão o presente está sua filha, a gerente do enfermagem do Hospital Marcelino Champagnat Jhosy do Carmo Gomes. “O sentimento de receber uma homenagem que minha mãe ajudou a fazer é de gratidão porque ela é tudo pra mim. E saber que minha mãe está participando de uma homenagem para a minha classe, me deixa sem palavras. É um presente com amor em dobro”, revela.
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Mãe e filha precisaram se afastar durante a pandemia. “Nós nos vemos com muito menos frequência, mas ela é quem me ajuda em tudo e é meu suporte no dia a dia. Eu não posso mais abraçar, fazer as coisas que fazia antes e sinto muita falta disso. A gente não deixou de se ver, mas não ter aquele contato mãe e filha é muito difícil”, se emociona Jhosy.
Essa distância dos familiares é enfrentada por muitos desses profissionais ao longo de todos esses meses, o que traz um significado ainda maior para a homenagem. “Essas pequenas ações são um motivador porque tiram a equipe da rotina e surpreendem. É um ato em que os profissionais se sentem reconhecidos e conseguem sentir que alguém está se preocupando com eles. E esse carinho agrega muito valor no dia a dia da equipe”, comenta a gerente.
Impacto na vida dos voluntários
A costureira Masumi Fuji de Mello começou a ser voluntária logo após a aposentadoria e hoje percebe o impacto na pandemia. “Eu senti a necessidade de ocupar o tempo fazendo algo útil e ajudando quem precisava. E nesse momento, ao nos unirmos em um grupo de voluntários para atuar em um trabalho tão lindo em prol da equipe na área de saúde, compartilhamos atividades, conhecimento, dedicação e amor, mesmo em um momento tão difícil”, finaliza.
Para Maria Regina Figueiredo Silva, voluntária há nove anos no Hospital Universitário Cajuru, a ideia era exatamente essa: demonstrar, por meio das bonecas, todo o carinho e admiração que elas sentem pelos profissionais da enfermagem que têm se mostrado ainda mais essenciais durante a pandemia.
“Resolvemos elaborar uma maneira de contribuir e homenagear as equipes mesmo à distância. Queríamos mostrar que estávamos pensando nas pessoas que estão trabalhando no hospital. As bonequinhas acabaram sendo uma ponte entre o nosso trabalho, naquele pequeno pedaço de pano, e os profissionais da saúde. O que eu espero com essas bonecas é que os enfermeiros percebam que eles não estão sozinhos”, afirma.
Sentimento de solidão que muitas vezes os voluntários também sentiam, por estarem com as atividades suspensas na pandemia. E até pensando em diminuir o impacto dessa ausência física, a entrega das bonecas nos hospitais é feita com o apoio de um tablet, para que os voluntários possam estar presentes por meio de uma videochamada.
“Como a visita presencial dos voluntários está suspensa por causa da pandemia, decidimos usar um tablet para que a equipe de costureiras pudesse acompanhar a entrega das bonecas de forma remota e deixar uma mensagem para os profissionais”, diz a coordenadora do voluntariado dos hospitais Universitário Cajuru e Marcelino Champagnat, Nilza Maria Brenny.
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