Série relaciona arquitetura e design com o acervo do Museu Paranaense

A série realizada em posts no Facebook e Instagram faz uma relação da arquitetura e design com antropologia, arqueologia e história

Esquina das ruas Ébano Pereira e Cândido Lopes, da Coleção Vladimir Kozak. Foto: Acervo MUPA

O Museu Paranaense (MUPA) está promovendo uma série de conteúdos em seu Facebook e Instagram que relacionam as áreas da arquitetura e do design com os departamentos científicos do museu: antropologia, arqueologia e história. As postagens seguem até setembro, com uma publicação a cada 15 dias
O objetivo é compreender de que forma o diálogo entre essas áreas, aparentemente tão distintas, podem resultar em reflexões sobre a maneira como vivemos, habitamos e nos relacionamos com o ambiente construído, seja ele representado por nossa moradia, local de trabalho ou cidade.
Segundo a diretora do Museu Paranaense, Gabriela Bettega, a arquitetura é uma manifestação espacial fruto de relações interdisciplinares. “Talvez nenhum espaço seja tão propício para tais investigações como um museu que possui departamentos em campos como antropologia, arqueologia e história com seus diversos e heterogêneos acervos aguardando por narrativas a serem costuradas. Em análises etnográficas no campo da antropologia, por exemplo, podemos observar grupos sociais que, na construção de seu espaço, não fazem distinção, tal como fazem as sociedades ocidentais, entre urbanismo, arquitetura, agricultura, mitologia, astronomia e religião, mas exercem sua manifestação espacial por meio de uma costura entre todos esses campos, em perfeita simbiose com o meio”, analisa.
Intitulada “O campo ampliado da arquitetura no acervo do MUPA”, a iniciativa pretende ser uma ferramenta capaz de ampliar e estimular novas reflexões e possibilidades nesse momento em que a resiliência se torna fundamental.

VEJA TAMBÉM: Descubra a história do Paraná em ebooks gratuitos do Museu Paranaense

Estarão presentes questões como “de que maneira os povos originários e sua arquitetura tradicional podem contribuir para repensarmos a nossa relação com as transformações e o domínio da paisagem?”, ou “seria possível traçar uma relação direta entre a geomorfologia, a geologia e a produção de nossa arquitetura? Nossa intervenção no espaço seria uma nova camada estratigráfica passível de ser submetida a uma constante análise arqueológica?”
Entre os assuntos previstos no campo da História estão o conceito de sujeito família presente na cultura portuguesa e sua influência na forma do espaço residencial colonial brasileiro; o projeto do Centro Cívico de Curitiba, marco do urbanismo modernista no Brasil; e a tradição de desenvolvimento de catálogos de tipologias e projetos arquitetônicos e sua posterior replicação em contextos distintos.
No campo da Arqueologia, serão abordados o caráter projetual e por vezes criativo do ofício do arqueólogo contemporâneo e sua relação com práticas do passado; a produção ancestral de artefatos e sua interpretação enquanto elementos estéticos e ornamentais; a utilização de cerâmicas e azulejos na arquitetura portuguesa e posteriormente brasileira, com destaque para a influência que descobertas arqueológicas de edificações romanas tiveram no resgate e popularização dessa tradição.
Já no campo da Antropologia, estão entre os assuntos o conceito da construção efêmera na arquitetura tradicional indígena, a ideia de mobilidade e sua influência no entendimento do território; uma análise sobre as construções tradicionais dos povos Jê em território paranaense, com destaque para a arquitetura das casas subterrâneas; e a relação entre os grafismos indígenas e o desenvolvimento da tipografia na criação e perpetuação de narrativas.
 
 
 
Apoie os pequenos negócios!
Acesse a Rede do Bem e confira os pequenos empresários e comércios que estão trabalhando para deixar sua vida mais confortável!