Exposições homenageiam artistas que completam 90 anos de vida e continuam criando arte
ATUALIZAÇÃO: Devido ao Decreto Estadual 6.983/2021, que suspendeu funcionamento de atividades não essenciais a partir do dia 27 de fevereiro até o dia 8 de março, podendo ser prorrogado ou não, o museu ficará fechado ao público temporariamente
O Museu Oscar Niemeyer (MON) reabriu ao público neste último sábado (09/01) com a inauguração de duas exposições inéditas: a premiada “Yutaka Toyota – O Ritmo do Espaço” e “Fernando Velloso por ele mesmo”.
Além dessas duas mostras, também estão em cartaz no MON: “Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses – Segunda Edição”; “Tony Cragg – Espécies Raras”; “Gente no MON”, de Dico Kremer; “A Violência sob a Delicadeza”, de Vera Martins; “O Mundo Mágico dos Ningyos”; “Luz ≅ Matéria”; “África, Mãe de Todos Nós”; “Museu em Construção”; “Espaço Niemeyer”; “Cones” e obras do Pátio das Esculturas.
A exposição “Fernando Velloso por ele mesmo” é uma homenagem do Museu Oscar Niemeyer aos 90 anos de vida do artista curitibano, que segue na ativa. A mostra, com curadoria de Maria José Justino e Fernando Bini, apresenta, entre outras obras, o seu primeiro trabalho premiado no tempo da Escola de Belas Artes, produção influenciada por sua passagem por Paris, onde estudou com um dos maiores mestres do Cubismo, passando pelo despontar do apelo irresistível do Abstracionismo e a prolífica produção até as obras mais recentes.
“Inconteste, Velloso completou 90 anos com uma juventude invejável. Na vida dos mortais, diferencia-se como uma pessoa inteligente, culta, com um senso de humor singular; no mundo da arte, continua um artista radical, sem concessões, mão e olho cada vez mais apurados, numa entrega plena ao ato de pintar”, dizem os curadores Fernando A. F. Bini e Maria José Justino.
Com mais de 70 anos de vida dedicados à arte, Fernando Velloso tem quatro obras de sua autoria no acervo do MON: “Grande Composição em Azul”, “Evocação de Elementos Simbólicos”, “Totem da Floresta” e “Partida em Busca do Imaginário”. A exposição ainda tem obras do artista cedidas pelo Museu de Arte Contemporânea, Museu Municipal de Arte de Curitiba, Museu de Arte da UFPR, Museu de Arte do Rio Grande do Sul e e Tribunal de Justiça do Paraná.
“A exposição apresenta a inquietude existente em todo o percurso artístico rigoroso e inovador de Velloso. Como artista, teórico e crítico de arte ou produtor em todas as áreas da cultura, ele sempre foi um grande influenciador da renovação, do vanguardismo”, afirma a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika.
O próprio artista define sua pintura como “uma escada”, explicando que cada nova obra tem uma referência da anterior. “Uma vida talvez seja pouco para fazer um bom quadro, de modo que não se pode ficar pulando de um galho a outro. O artista precisa manter a coerência até o fim da vida, principalmente porque de um momento em diante já não tem mais espírito para aventuras perigosas”, afirma.
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Desde muito cedo, Fernando Velloso teve afinidade com o desenho. Isso fez como que ele se matriculasse na primeira turma de pintura, em 1948, da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde teve aulas com o artista italiano Guido Viaro. Formou-se também em Direito na Universidade Federal do Paraná, em 1955.
Em Paris, estudou na academia do renomado artista e teórico cubista André Lhote, com quem aperfeiçoou seu processo de estudo e trabalho. Após passar pelo Expressionismo de Guido Viaro e pelo Pós-Cubismo de André Lhote, Velloso ficou encantado pela matéria e pela cor, características da Abstração. E são essas as marcas principais de suas obras. Na década de 1980, Velloso foi além: passou da reprodução da textura, criada até então pelo excesso de tinta, para o uso da renda, por exemplo.
A contribuição de Fernando Velloso para a arte e a cultura paranaense não se limitou à sua produção artística. Participou ativamente de comissões organizadoras em salões de arte e mostras coletivas e foi um dos protagonistas do Movimento de Renovação, que culminou com o Salão dos Pré-Julgados, realizado em decorrência do 14° Salão Paranaense, em 1957.
Ao voltar da França, em 1961, ele passou a atuar como gestor em órgãos culturais do Estado e do município. Um destaque foi a criação e coordenação do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC).
Yutaka Toyota
A outra exposição inaugurada no Museu Oscar Niemeyer, “Yutaka Toyota – O Ritmo do Espaço”, apresenta 86 obras, uma instalada na área externa do MON, do escultor, pintor, desenhista, gravador e cenógrafo e um dos pioneiros do movimento cinético internacional e da arte interativa.
Embora seja retrospectiva do trabalho de Yutaka Toyoto, que completará 90 anos em 2021 e continua na ativa, a mostra não é estruturada de forma rigidamente cronológica. Contempla trabalhos produzidos a partir dos anos 1960 em diversos suportes e recebeu, em 2018, o prêmio de Melhor Retrospectiva do Ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
“Toyota é um artista múltiplo, muito importante para a arte japonesa e mundial, cuja obra dialoga com muito do que o sucedeu. Pioneiro no mais preciso sentido do adjetivo”, diz a superintendente de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.
Segundo Juliana Vosnika, o premiado artista, que tem obras em importantes coleções de vários museus no mundo e mais de 100 monumentos instalados em locais públicos, usa o movimento de estruturas como linguagem artística numa produção espetacular e exemplo de vivacidade.
Ela ainda comenta que a mostra dialoga com a exposição “Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses”, cujas obras fazem parte da maior coleção de arte asiática da América Latina, incorporada ao acervo do MON recentemente.
O horário de funcionamento do Museu Oscar Niemeyer é das 10h às 18h, de terça a domingo. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos no site www.museuoscarniemeyer.com.br ou na bilheteria. O endereço é Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico.
Devido à pandemia, a reabertura do museu segue protocolos de segurança exigidos pelas autoridades sanitárias. Confira abaixo:
– É permitida a entrada de até 200 pessoas simultaneamente
– Cada local do museu tem um limite de pessoas, pois apesar das salas serem amplas, é necessário garantir o distanciamento entre os visitantes
– Dentro do museu existem sugestões de rotas sinalizadas nos pisos, bem como uma indicação dos sentidos para subida e descida nas rampas, para deixar o fluxo mais organizado
– É recomendada a visitação em horários com menor fluxo de público: pela manhã ou após as 16h
– Ainda recomenda-se a compra do ingresso pelo site www.museuoscarniemeyer.com.br
– Caso o visitante opte pela compra do ingresso na bilheteria, deve respeitar uma sinalização especial para evitar aglomerações, além de orientações da equipe do museu
– O uso de máscaras é obrigatório. Se achar necessário, é possível levar mais de uma para que possa ser substituída ao longo da visita. Na MON Loja, também há máscaras disponíveis para comprar
– Em caso de filas, é obrigatório respeitar as marcações de solo que indicam a distância segura de dois metros
– Na entrada do museu é feita a aferição de temperatura corporal e a higienização individual de bandejas, porta-objetos e outros itens. Tapetes desinfetantes também foram instalados no local
– Tanto na entrada quanto em diversos locais do há dispensadores com álcool em gel 70%
– O guarda-volumes está aberto e devidamente higienizado (inclusive as chaves), e são disponibilizadas embalagens plásticas individuais para colocar os pertences antes de guardá-los nos armários. Mas, o ideal é levar o mínimo possível de objetos ao museu. Líquidos, alimentos, mochilas e bolsas grandes devem sempre ser guardados
– Como medida preventiva, os empréstimos de cadeiras de rodas e de carrinhos de bebê estão temporariamente suspensos para que não sejam compartilhados
– Pessoas com mobilidade reduzida têm prioridade no uso dos elevadores, que estarão liberados para uso individual ou por pessoas de um mesmo grupo de convivência (famílias, por exemplo).
– É recomendado não tocar nos corrimãos, portas e outros objetos, como expositores de vidro
– Tanto nas salas expositivas quanto no Pátio das Esculturas é solicitado de não tocar nas obras
– O material informativo, como guia da programação e folders das exposições, foi substituído do papel para versões digitais, disponíveis por QR Codes
– O Centro de Documentação continua temporariamente fechado para visitas e consultas presenciais, mas solicitações de pesquisa podem ser encaminhadas para o e-mail pesquisa@mon.org.br
– As oficinas artísticas e as visitas mediadas também continuam suspensas presencialmente, mas acontecem de maneira virtual no no Facebook, Instagram e no hotsite museuoscarniemeyer.org.br/mon/monemcasa
– Pessoas cegas ou com baixa visão que desejem visitar o espaço tátil do programa “MON Para Todos” devem, obrigatoriamente, agendar a sua visita pelo e-mail agendamento@mon.org.br, para que possam ser organizadas as medidas de higienização necessárias. Por segurança, o acesso a esse espaço não está disponível para os demais visitantes
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