Exposição virtual conta a história da Catedral Metropolitana de Curitiba

A mostra fotográfica e documental apresenta a história da Catedral Metropolitana de Curitiba desde os preparativos para a sua construção, em 1875, até a atualidade

Catedral Metropolitana de Curitiba
Praça Tiradentes, com a Catedral Metropolitana de Curitiba aos fundos, nos anos de 1930. Foto: João Baptista Groff/Acervo DPC-FCC

A partir deste próximo domingo (26/07), a Fundação Cultural de Curitiba apresentará em sua página do Facebook uma exposição fotográfica e documental sobre a Catedral Metropolitana. A mostra, que já passou pelo Memorial de Curitiba há cerca de dois anos, revela desde os preparativos para a sua construção, em 1875, às principais intervenções sofridas a partir do início do século XX até a atualidade, além de eventos especiais e do cotidiano do espaço religioso localizado na Praça Tiradentes, região central da capital.
“A proposta é revisitar os diferentes momentos da história de Curitiba a partir da Catedral, que viu a cidade se desenvolver a partir do seu entorno e deu a ela um status de modernidade”, conta a historiadora da Casa da Memória Aparecida Vaz da Silva Bahls, responsável pela organização da mostra original e também da sua adaptação para o ambiente digital.
Para a mostra, foram selecionadas cerca de 40 imagens em preto e branco e em cores. Entre outros documentos que serviram à pesquisa, as fotografias foram encontradas nos acervos da Casa da Memória, do Museu Paranaense, da própria Catedral, do Arquivo Público do Paraná e até da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Um pouco de história

Projetada pelo construtor italiano Luigi Pucci, a Catedral Metropolitana de Curitiba tem estilo neogótico, inspirado em elementos característicos do gótico medieval como os arcos ogivais (de linha interrompida), as rosáceas e as torres. A construção foi feita com a ajuda de operários luso-brasileiros, negros usados como mão-de-obra escrava e cedidos à obra por seus senhores, além dos recém-chegados imigrantes, especialmente alemães.
Quando a obra começou, o Brasil ainda era um país monarquista e escravagista. Dezessete anos depois, ao abrir suas portas à população, em 1893, o país já era uma república, com a abolição da escravatura e governado pelo seu segundo presidente, o Marechal Floriano Peixoto.

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Desde a demolição da antiga igreja de torres quadradas (1875) que sucedeu a primeira igrejinha de pau-a-pique até a inauguração da nova sede (07/09/1893), os serviços religiosos da futura Catedral foram deslocados para a Igreja do Rosário dos Pretos de São Benedito, na atual Praça Garibaldi, e para a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas.
Em 1926, com a criação da Arquidiocese, a Catedral de Curitiba passa à condição de Catedral Metropolitana. Três anos depois, abre suas portas para a marcante cerimônia de casamento de Flora Camargo com Bento Munhoz da Rocha Netto, futuro governador do Paraná.
No fim da década de 40, sob a coordenação do engenheiro e arquiteto italiano Carlo Barontini, a catedral é ampliada para sediar a Casa Canônica. O anexo precisou ser criado por causa alargamento da Rua Barão do Serro Azul. São também da mesma década, as pinturas internas feitas pelos irmãos Anacleto e Carlo Garbacci, os vitrais, doados por famílias da cidade e o púlpito em imbuia entalhada. Nos anos 60, o piso de madeira foi substituído por pedra basalto.

catedral metropolitana de curitiba
Obras de restauro em 1993. Foto: Acervo DPC-FCC

A primeira restauração aconteceu em 1975, sob supervisão do arquiteto Cyro Correa Lyra. Em 1993, quando a cidade completou 300 anos de fundação e a Catedral comemorou seus 100 anos, teve uma nova revitalização. Nessa época, foi declarada Unidade de Interesse Especial de Preservação do Município (UIEP) e passou à condição de Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba. Em 2011, foi fechada para restauro pela terceira vez. As obras foram entregues no ano seguinte.
A catedral matriz sediou grandes eventos. O primeiro foi a instalação da Diocese de Curitiba, em 1894. O órgão havia sido criado dois anos antes, quando tomou posse o primeiro bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros. Assim que chegou à cidade, vindo de Paranaguá, o religioso percorreu a pé o trajeto que separa a Catedral da estação ferroviária, na atual Praça Eufrásio Correia, quando pode testar seu prestígio popular. Foi recebido com foguetório, bandeiras nas janelas e a presença dos curitibanos, que foram às ruas para saudá-lo.

Linha do tempo da Catedral Metropolitana de Curitiba

1875 – Início da demolição da antiga igreja Matriz de torres quadradas
1876 – Lançamento da pedra fundamental da futura Catedral de Curitiba
1893 – Inauguração da Catedral e 200 anos de fundação da cidade
1894 – A Catedral de Curitiba sedia o evento de posse do primeiro bispo da Diocese de Curitiba, Dom José de Camargo Barros
1926 – A igreja passa à condição de Catedral Metropolitana de Curitiba
Anos 40 – Construção do anexo da Catedral, para sediar a Casa Canônica, execução de pinturas internas e instalação de vitrais.
Anos 60 – Substituição do piso de madeira por pedra basalto
1975 – Restauro
1993 – Novo restaura e comemorações pelo centenário da Catedral, que torna-se Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP) e passa à condição de Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba
2012 – Mais recente processo de restauro
 
 
 
 
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