Cultura pelo Brasil: Premiado filme brasileiro “Macabro” estreia nas plataformas digitais

Dirigido por Marcos Prado, filme é inspirado em um dos casos reais mais assustadores do Rio de Janeiro, conhecido como “Irmãos Necrófilos”

Procurando um bom filme de suspense para assistir? O filme brasileiro “Macabro”, premiado no Brooklyn Film Festival, acaba de ser disponibilizado nas plataformas digitais.
Dirigido por Marcos Prado, o longa-metragem é inspirado em um dos casos reais mais assustadores do Rio de Janeiro, abordando temas como racismo, violência policial e feminicídio. O filme está disponível nas plataformas Net Now, VivoPlay, Looke, Itunes, Microsoft e GooglePlay.
A estreia nacional do longa-metragem foi durante a 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, foi exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio e sua estreia internacional foi na competição oficial do Festival de Austin no Texas, onde também foi premiado como melhor filme na categoria “Dark Matters”. Em Curitiba, “Macabro” já foi exibido no Cine Passeio no início de novembro, período em que as salas tinham sido reabertas ao público.
A trama do filme é baseada na história real de Ibraihim e Henrique de Oliveira, os “Irmãos Necrófilos”, que nos anos 90 foram acusados de brutais assassinatos de oito mulheres, um homem e uma criança, na Serra dos Órgãos, em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro.
Os crimes narrados foram amplamente noticiados na mídia. Os assassinatos em série cometidos por dois jovens irmãos negros, seguidos de estupro, eram envoltos em lendas e histórias sobrenaturais, contadas pelos próprios moradores – uma comunidade de imigrantes suíços, extremamente religiosa e conservadora.

Filme acompanha a história de um sargento, interpretado por Renato Goés, que volta à região onde nasceu para buscar os suspeitos dos crimes. Foto: Reprodução

A captura dos “Irmãos Necrófilos” foi uma das missões mais longas e difíceis da história do BOPE. O filme adota esse ponto de vista, ao acompanhar o sargento Teo (Renato Goés), um jovem policial que nasceu na região e passa por uma crise profissional e ética quando é resignado para voltar à sua cidade natal na busca pelos suspeitos escondidos na Mata Atlântica.

VEJA TAMBÉM: Nova programação virtual do Cine Passeio fica em cartaz até 6 de janeiro

A ideia do filme surgiu em 2009, quando o diretor teve acesso a detalhes sobre o caso. Nessa época, Prado foi procurado pelo advogado de Henrique, um dos irmãos que se encontrava preso, alegando que ele havia sido condenado injustamente – que não haviam provas contra Henrique e que ele não havia participado dos crimes com o irmão Ibrahim.
Como ter certeza de que Henrique havia ou não participado dos crimes? Como construir uma narrativa em que deixasse essa suspeita sem solução? Quais seriam as motivações para esses crimes tão bárbaros? Porque a maioria dos crimes foram feminicídios?

Oito mulheres, um homem e uma criança foram assassinados durante a década de 90, na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

“O que mais me chamou atenção nessa história, além das barbaridades dos crimes em série cometidos pelos ‘irmãos necrófilos’ e as lendas criadas pelos locais, é que talvez Henrique tenha sido condenado injustamente a 49 anos de prisão. Eram muitas perguntas sem respostas e uma porção de camadas a serem exploradas”, comenta Prado, diretor de “Paraísos Artificiais”, “Estamira” e “Curumim” e produtor dos filmes “Tropa de Elite 1 e 2”.
O roteiro foi escrito por Lucas Paraizo e Rita Gloria Curvo, fruto de uma extensa pesquisa por parte deles e do próprio diretor em fóruns, processos, autos de julgamentos, entrevistas com moradores da região e com o próprio acusado, Henrique de Oliveira.
“Macabro” foi rodado numa região próxima onde os crimes aconteceram e que até hoje está na memória e no imaginário de quem vive naquela localidade. Mas, também fala sobre o racismo cotidiano de dois garotos, que viveram em um ambiente de constante violência doméstica, cresceram violentados, autossuficientes e que tiveram que aprender a viver na floresta, para fugir da bruta realidade a qual eram expostos dentro da própria família e da comunidade onde nasceram.
Assista ao trailer

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