Cinematerapia: Estrelas além do tempo

Você já pensou em sua posição na sociedade? Ela é privilegiada? É nossa obrigação proporcionar as mesmas chances para todas a pessoas

Flávio Jayme

Imagine três mulheres que, em plena década de 60 nos Estados Unidos, decidissem ser cientistas espaciais. Uma barreira e tanto a ser quebrada, não? Agora imagine que estas três mulheres são negras e a situação piora um pouco.

“Estrelas além do tempo” conta a história real dessas três mulheres: Katharine Johnson (Taraji P. Henson), que fez os cálculos de reentrada da cápsula espacial para levar o astronauta John Glenn; Dorothy Vaughan (Octavia Spencer), uma das únicas supervisoras negras da agência; e Mary Jackson (Janelle Monáe), a primeira engenheira negra da Nasa.

Em uma época onde o machismo imperava (ainda mais) no mundo e a segregação racial era forte no país, essas três americanas resolveram que iriam contra todas as regras e impedimentos do “consenso social” para chegar onde queriam. E, no caminho, inspiraram muitas outras mulheres e homens que achavam que não conseguiriam.

O longa, maravilhoso inclusive, nos faz pensar em privilégios e barreiras: como foi difícil para aquelas mulheres desafiarem todo um mundo que diziam que elas não podiam ou não conseguiam, quantas barreiras elas tiveram que quebrar? E quantas nós tivemos?

Você já pensou em sua posição? Ela é privilegiada? Você é branco, negra, hetero, gay, trans? Qual seu grau de escolaridade? Será que uma pessoa com condições totalmente diferentes que a sua tem as mesmas chances ou os mesmos privilégios? Será que as oportunidades são justas e igualitárias para todos?

Como ouvi em algum lugar estes dias: é nossa obrigação proporcionar as mesmas chances de chegada para pessoas que traçam caminhos diferentes. E “Estrelas além do tempo”00 nos mostra que sim, às vezes, nem que seja à força, podemos traçar um caminho diferente do esperado para nós mesmos e ainda assim alcançar a linha de chegada.

https://www.instagram.com/tv/CR4w1C3jsir/

 



Flávio Jayme é terapeuta e jornalista especializado em Cultura, idealizador do site Pausa Dramática e do perfil @terapeuta.flaviojayme

 

 


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