O autoteste para HIV gratuito é voltado para homens que fazem sexo com homens e gays do sexo masculino
Em Curitiba, o autoteste de HIV já pode ser solicitada gratuitamente em casa. O e-testing, direcionado à chamada população-chave (homens que fazem sexo com homens e gays do sexo masculino), agora pode ser recebido por correspondência, em embalagem sigilosa.
Para pedir o autoteste, o interessado deve acessar a plataforma virtual www.ahoraeagora.org e preencher um questionário. Depois, receberá um código, que será sua identificação no endereçamento. Assim que o teste for enviado, o solicitante receberá por e-mail um código de rastreamento para acompanhar a chegada do exame.
O autoteste também pode ser retirado nos armários de autoatendimento instalados no Bloco Estadual da Rodoferroviária e no Centro de Orientação e Aconselhamento (COA), na Rua do Rosário, 144, no São Francisco, seguindo o mesmo processo para a solicitação. Ao iniciar a solicitação deve-se informar qual a forma de recebimento do teste.
Em caso de resultado positivo, a orientação é procurar o Centro de Orientação e Aconselhamento (COA) da Secretaria Municipal da Saúde. Se o diagnóstico for confirmado, é iniciada a vinculação do paciente aos serviços de saúde para facilitar o início do tratamento nas unidades básicas.
A ação faz parte do projeto A Hora É Agora – Testar Nos Deixa Mais Fortes, voltado à população-chave da epidemia de HIV. É uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, com o departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC).
Para o público masculino em geral e mulheres trans existe a opção de fazer o teste no e-COA, que atende exclusivamente esse público em horário alternativo, das 17h às 22h, na Rua Brigadeiro Franco, 1.300, Centro. A Prefeitura de Curitiba também oferece o exame convencional para HIV/Aids para toda a população nas 111 unidades de saúde.
Diagnóstico precoce e redução da evolução da doença
Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica dos Agravos Crônicos Transmissíveis da Secretaria Municipal da Saúde, Liza Rosso, o objetivo da ação é ampliar o diagnóstico precoce do HIV entre as populações mais vulneráveis. “Na população-chave, a prevalência de HIV é de 10%, enquanto na população geral o índice é de 0,4%”, explica.
Liza ainda ressalta que diagnóstico precoce é também uma forma de prevenção. Quanto antes a pessoa descobrir que é soropositiva e iniciar o tratamento, menor será o dano que o HIV fará ao sistema imunológico. Além disso, o tratamento adequado leva a uma queda de 96% na possibilidade da transmissão do vírus.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico, publicado pela Secretaria Municipal da Saúde, em dezembro de 2019, nos últimos quatro anos houve um aumento de 53% na busca por exames na rede pública. Essa maior procura associada ao tratamento adequado ajudou a reduzir em 50,8% os casos de evolução para a doença. Em 2014, a cada 100 mil habitantes, 24,2 pessoas tinham Aids. Em 2018, esse coeficiente caiu para 12,2. Os dados são do mais recente .
“Avançamos também na redução de 30% na mortalidade por Aids. Esse resultado mostra que o diagnóstico e tratamento precoce trazem bons resultados”, avalia Liza.