Às vezes, aos domingos: Multiartistas curitibanos fazem bate-papo virtual

Décima segunda edição do projeto acontecerá no primeiro domingo de maio

Fabiano Vianna e Luiz Felipe Leprevost são os convidados da décima segunda edição de “Às vezes, aos domingos”, que acontece no dia 2 de maio, a partir das 17h, no Instagram @luizfelipeleprevost. No projeto mensal on-line, idealizado pelos escritores Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos, os convidados se entrevistam e leem textos autorais.
O curitibano Fabiano Vianna, de 45 anos, diz gostar desta proposta, sem mediador, em que duas pessoas dialogam livremente. “Isso permite que a conversa acesse lugares desconhecidos, improváveis, inusitados. E se transforma em uma experiência singular também para quem assiste”, diz Vianna, que se define como um escritor que desenha. “Ou um ilustrador que escreve”, acrescenta.
Vianna acredita que o encontro on-line, em “Às vezes, aos domingos”, não vai ser muito diferente do que já acontece diariamente entre ele e Leprevost via whatsapp. “Normalmente em nossos papos a realidade funde-se com o imaginário, e isso acontece porque não tem como ser diferente. Quem pode definir o limite da realidade e a ficção?”, comenta.
Ainda em 2021, o ilustrador estreia na literatura com “Quem costura quando Mirna costura”, publicada pelo selo da Arte & Letra. “É um livro de contos, com histórias engendradas na linguagem que desenvolvi nos últimos tempos. A maioria versa sobre causos de fantasmas e espíritos. Outras sobre perdas e lembranças afetivas”, comenta.

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“Meu desenho sempre esteve atrelado às minhas histórias, pois eu lia muito quadrinhos”, conta o escritor-desenhista que, em algum momento de sua trajetória, encantou-se ao descobrir os contos ilustrados e os grandes ilustradores de livros, como Poty Lazzarotto e Carybé, “que me influenciaram bastante”.
A exemplo de Valêncio Xavier, Fabiano Vianna diz que procura pensar palavras e imagens de maneira conjunta. “Que o desenho e o texto contenham detalhes diferentes e formem juntos o enredo”, completa. Ele escreveu e ilustrou os contos de Quem costura quando Mirna costura. “Assim como fazia Valêncio Xavier, ou a dupla Dalton/Poty, os desenhos participam das narrativas. Iluminam detalhes que, às vezes, não estão presentes nos textos. E vice-versa”, diz Vianna, que também ilustrou e diagramou a capa do livro.

Transfusão de alegrias

Para o também curitibano Luiz Felipe Leprevost, de 42 anos, a expectativa é de que o encontro resulte em conversa solta e divertida. “Não consigo não gargalhar quando o contador de causos baixa no Fabz”, comenta.
Ele espera que ambos possam falar sobre os seus respectivos trabalhos de um jeito que interesse ao público, para que a troca não fique apenas entre eles. “Que tudo se expanda e desdobre e dê cambalhotas. Estou certo que faremos, diante das pessoas (e com as pessoas, mesmo à distância), uma transfusão de alegrias”, promete.
Multiartista, Leprevost é compositor, cantor, ator, prosador, mas ele se considera, principalmente, poeta. “O poeta nunca deixou ou deixa de estar presente em qualquer coisa que eu tenha feito ou faça”, afirma o autor de uma dezena de títulos, entre os quais a novela “Dias Nublados” (Arte & Letra, 2015) e os poemas de “O poeta queima voluntariamente” (Arte & Letra, 2020).
O poeta diz estar com três livros em andamento, um escrito, outro em fase de montagem e o terceiro “noventa e nove por cento terminado”. Um projeto de Leprevost, assunto que pode ser comentado durante a live, é escrever um romance de centenas, talvez 600, páginas. “E não seria por vaidade. É que a complexidade do tema que tenho em mente exigiria estrutura romanesca de tal porte. De todo modo, ainda não me sinto maduro o suficiente como escritor para colocar o plano em ação”, conta.

Palco para a poesia e a prosa do Paraná

Oscar Nakasato, Jaqueline Conte, Paulo Venturelli, Andréia Carvalho Gavita, Carlos Machado, Jô Bibas, Jonatan Silva, João Lucas Dusi, Marianna Camargo, Alvaro Posselt, Francine Cruz, Alexandre Gaioto, Roberto Nicolato, Etel Frota, Fábio Campana, Eliege Pepler, Ernani Buchmann e Otto Leopoldo Winck são alguns dos autores que já participaram de “Às vezes, aos domingos”, projeto com a finalidade de promover autores paranaenses.
A iniciativa tem o apoio da Soma de Ideias, Tulipas Negras e Coalhada Artesanal Preciosa.  Mais informações no Instagram @somadeideias e em tulipasnegraseditora.blogspot.com.
 
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