A aula, ministrada por Marden Machado, abordará desde as primeiras tentativas de adaptação do filme até suas posteriores influências
Por Camile Triska
Em 1982 estreava nos cinemas o filme Blade Runner, que embora não tenha sido um sucesso de bilheteria, acabou se tornando um clássico do cinema mundial. Até hoje, o longa-metragem é tema de análises e estudos e será discutido na próxima masterclass on-line “Conversas de Cinema”, do Cine Passeio, que acontece no sábado (26/09), das 15h às 17h. Para participar, basta se inscrever gratuitamente no site www.cinepasseio.org. As vagas são limitadas.
Com o tema Do livro às telas: Os bastidores de Blader Runner, o jornalista, crítico e curador do Cine Passeio, Marden Machado, irá abordar desde o lançamento do livro que inspirou o filme, em 1968, até as primeiras tentativas de adaptação para o cinema e a estreia do filme, 14 anos depois, em 1982, além das consequentes transformações e influências provocadas por ele.
“São muitos os fatores que fizeram de Blade Runner um clássico cultuado no mundo todo. Das dificuldades da produção ao fracasso no lançamento. Da avaliação negativa inicial da crítica à aclamação, além, é claro, das soluções visuais e da força da história que marcaram gerações de cineastas e cinéfilos”, afirma Marden Machado.
Dirigido pelo premiado Ridley Scott, Blade Runner, que no Brasil ganhou o subtítulo de Caçador de Androides, é uma adaptação do romance Do Androids Dream of Electric Sheep? (Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?), de Philip K. Dick. O filme se passa em uma decadente Los Angeles do futuro, na época, em 2019, onde há um clima chuvoso e sombrio constante e a existência de androides criados para trabalhar como escravos na colonização de outros planetas.
Nesse cenário, o detetive Deckard (interpretado por Harrison Ford) é convocado para exterminar quatro androides que se rebelaram, chamados de Replicantes, após uma rebelião onde lutam para ter mais tempo de vida. O problema é que esses robôs são de uma geração quase perfeita, que se assemelha muito aos humanos, com grande inteligência e muito mais agilidade e força física.
VEJA TAMBÉM: Inscrições abertas para as oficinas do Olhar de Cinema
Embora seja de ficção científica, Blade Runner agrada até mesmo quem não gosta muito gênero, com sua estética neo-noir e um roteiro que aborda questões fundamentais sobre o sentido da vida. Entre os fãs, uma frase do personagem Roy Batty, líder dos Replicantes (interpretado por Rutger Hauer, que faleceu em 2019), ficou célebre: “Eu vi coisas que vocês, humanos, nem iriam acreditar. Naves de ataque pegando fogo na constelação de Órion. Vi Raios-C resplandecendo no escuro perto do Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer”.
Mesmo 38 anos após o seu lançamento, o filme continua atraindo admiradores e novas versões. No início da década de 1990, o diretor Ridley Scott lançou a Director’s Cut (Versão do Diretor), com algumas mudanças e um final menos feliz. Em 2007, ainda foi lançada outra versão, chamada de Final Cut (Versão Final).
Segundo Marden Machado, Blade Runner apresentou algo completamente novo e bastante adiante de seu tempo. “Tanto em sua narrativa como em sua temática. Hoje, mesmo quase quatro décadas depois, ele continua bastante atual e as decisões estéticas que Ridley Scott tomou fizeram com que o filme não envelhecesse”, aponta o curador do Cine Passeio.