Coleção Disquinho: Quem conhece levanta a mão

Coleção Disquinho: um pouco de nostalgia para suportar os dias de isolamento. Chama a criançada que a história vai começar!

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Detalhe da contracapa dos discos da Coleção Disquinho. Foto: Irma Bicalho

Por Irma Bicalho
Se você reconheceu a imagem acima, então não adianta disfarçar! Você pode até não querer admitir, mas já passou dos quarenta (sendo bem bonzinho!). A ilustração é da contracapa de um exemplar da Coleção Disquinho, obra-prima em forma de vinis coloridos.
A coleção foi lançada pela gravadora Continental, em 1960. As historinhas eram gravadas em compactos, pequenos vinis de sete polegadas, e todos coloridos. Cada disco, com capas ricamente ilustradas, trazia uma história narrada pelo Teatro Disquinho, repleta de canções. Foram contos clássicos de Perrault, Grimm, La Fontaine e as melhores histórias que até hoje contamos para nossos filhos, sobrinhos e netos.
A maior parte das canções que entremeiam as histórias foi composta por Braguinha, também conhecido como João de Barro. Sabe quem é né? Compositor, cantor e roteirista, Braguinha teve parceiros famosos, como Noel Rosa, e é muito conhecido pelas marchinhas que compôs, entre elas Pirata da Perna de Pau, Chiquita Bacana e Balancê.

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Muito antes dos anos 60

A ideia da série nasceu quando Braguinha produziu a dublagem brasileira do filme Branca de Neve e os Sete Anões, de Walt Disney, em 1938. Braguinha reuniu um grande elenco, que incluía Dalva de Oliveira e Carlos Galhardo. Além da dublagem, as canções feitas em português para a trilha sonora também conquistaram o público. O compositor teve o reconhecimento do próprio Walt Disney e acabou fazendo outros trabalhos de dublagem, como Pinóquio (1940), Dumbo (1941) e Bambi (1942).
Com o sucesso desses filmes, Braguinha achou que seria interessante ter aquelas gravações também em discos. Então, em parceria com o compositor, maestro e arranjador Radamés Gnattali (observe que só tem estrela nesta equipe), fez as primeiras gravações, em discos de goma-laca, pesados, pretos e de 78 rotações. Eram os discões infantis, material inédito para este público na época.

As cores da infância

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Compactos coloridos de vinil encantaram as crianças até os anos 80. Foto: Irma Bicalho

Em 1960 acontece a virada da Coleção Disquinho. Aí sim, as gravações ganharam as cores e a leveza dos compactos de vinil, encantando a criançada até o início da década de 80. Foram ao todo 70 lançamentos, entre contos de fadas, fábulas, histórias da Disney, cantigas de ninar, de roda e de Natal. Venderam 5 milhões de cópias.
Em 2001, a Warner Music lançou uma Coleção remasterizada com 50 histórias da Coleção Disquinho. Os 10 mil primeiros cds  esgotaram rapidamente. Nem fizeram cócegas na saudade de pelo menos três gerações que cresceram ouvindo este trabalho de incontestável qualidade.
Felizmente, em tempos tecnológicos, as gravações estão disponíveis para quem quiser ouvir, no YouTube. Sim, parece incrível, e é mesmo. Basta clicar aqui para viajar no tempo. E aproveita, chama a meninada que está enlouquecida aí no cárcere privado e mostra pra eles o que é diversão de verdade. Nada de 3D, nada de High Definition. Só o sonzinho e a nossa imaginação. Clique nos títulos e divirta-se!
A Festa no céu
O Casamento da Dona Baratinha
O Macaco e a Velha
Os Três Porquinhos
A Gata Borralheira
Alice no País das Maravilhas
O Gato de Botas
O Pequeno Polegar
Os Quatro Heróis
Rapunzel
Chapeuzinho Vermelho
Branca de Neve e os Sete Anões
O Leão Cantor
O Rouxinol do Imperador
Pinochio
Coleção Completa