Pessoas que viajam para São Paulo, Rio de Janeiro e Pará precisam se imunizar contra o sarampo

A orientação é que pessoas de 6 meses aos 59 anos de idade que forem viajar a locais de surto da doença tenham certeza que estão imunizadas

Foto: Cesar Brustolin/SMCS

Diante do surto de sarampo nas regiões Norte e Sudeste, em especial nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba reforça o alerta de vacinação para quem for viajar para os locais atingidos. Nesses casos, a faixa etária com indicação da vacina, que é de 1 a 49 anos, foi ampliada para de 6 meses aos 59 anos de idade.

“Apesar de não registrar casos recentes de infecções em Curitiba, a Secretaria Municipal da Saúde permanece em alerta para a possível entrada de um caso de sarampo importado”, diz o diretor do Centro de Epidemiologia de Curitiba, Alcides Oliveira.

A vacina está disponível em 110 unidades básicas de saúde (neste link é possível conferir os endereços e os horários de funcionamento). De acordo Oliveira, dentro do calendário de rotina do Ministério da Saúde é indicada uma dose da tríplice viral ou SCR (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade e uma dose da tetra viral ou SCRV (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela) aos 15 meses de idade.

Quem não completou esse esquema vacinal quando era criança, precisa atualizar a carteira de vacinação. Adolescentes e adultos menores de 30 anos precisam ter tomado durante a vida duas doses de tríplice viral ou SRC (ou uma da tríplice e outra da tetra viral). Já os adultos de 30 a 49 anos precisam ter tomado, ao menos, uma dose da tríplice viral após 1 ano de idade. Quem já tomou duas doses da vacina em algum momento da vida é considerado imunizado e protegido do sarampo.

Determinação
Diante do atual surto da doença no país, porém, o Ministério da Saúde determinou que seja ofertada a vacina também para crianças de 6 a 11 meses que forem viajar às localidades que apresentam surto ativo da doença. A dose da vacina tríplice viral, administrada nessa faixa etária, porém, não será considerada válida para fins do Calendário Nacional de Vacinação da Criança.

De acordo com Oliveira, as crianças de 6 a 11 meses que forem vacinadas neste momento precisarão, inevitavelmente, receber depois as duas doses, aos 12 meses e 15 meses, previstas no calendário de rotina do Ministério da Saúde. “Essa dose adicional, entre 6 a 11 meses, para crianças que vão viajar para locais de surto, conferem imunidade temporária e não para toda a vida. Por isso, a necessidade de fazer as doses de rotina depois”, explica.

Além das crianças, Oliveira ressalta que a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba ampliou a recomendação para as pessoas até 59 anos de idade, que se deslocarão para área de circulação da doença. “Pessoas nessa faixa etária que viajarão para local de surto precisam ter ao menos uma dose da vacina”, diz Oliveira.

Importante ressaltar, ainda, segundo Oliveira, que a vacina deve ser realizada no período mínimo de 15 dias antes da data prevista para o deslocamento

Contraindicações
A vacina não dever ser aplicada em crianças menores de 6 meses de idade, gestantes e pacientes imunodeprimidos ou com reação alérgica grave (anafilaxia) após dose prévia ou após contato com as substâncias que compõem a vacina. Recomenda-se também um intervalo de 30 dias após a vacina, para as mulheres que querem engravidar.

Tire suas dúvidas sobre a vacina contra o sarampo

Perdi a minha carteira de vacinação de papel. Como verificar se já tomei a vacina contra sarampo?
Quem tem dúvidas a respeito de sua situação vacinal pode consultar o aplicativo Saúde Já Curitiba, que traz a carteira de vacinação virtual dos usuários do SUS curitibano, com as vacinas que estão registradas no sistema.
O aplicativo Saúde Já pode ser instalado gratuitamente em smartphones ou tablets, basta baixá-lo na App Store (aparelhos com sistema iOS) ou na Play Store (aparelhos com sistema Android). O acesso também pode ser feito via internet, na página saudeja.curitiba.pr.gov.br. Se a dúvida persistir, a orientação é procurar uma unidade de saúde.

Porque está se falando tanto em sarampo agora? 
Até o início deste mês de agosto, Paraná e Curitiba não têm registros de casos de sarampo. O estado de São Paulo, porém, vizinho ao Paraná, vive um surto da doença, com quase 500 casos neste ano. A suspeita é que o vírus que circula em São Paulo tenha sido levado para lá por viajantes não vacinados anteriormente, vindos de países da Europa e Ásia.

Como se prevenir? 
A melhor forma de evitar o sarampo é vacinar-se. Além disso, recomenda-se manter os hábitos de higiene, lavando sempre as mãos com água e sabão e com uso álcool gel, como é recomendado também para a prevenção de outras doenças de transmissão respiratória, como a gripe e as meningites.

Para quem a vacina do sarampo é indicada? 
O esquema vacinal vigente prevê duas doses de vacina contra o sarampo: uma dose da tríplice viral ou SCR (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade e uma dose da tetra viral ou SCRV (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela) aos 15 meses de idade. Quem não completou este esquema vacinal quando era criança precisa atualizar a carteira de vacinação. Adolescentes e adultos, menores de 30 anos, precisam ter tomado durante a vida duas doses de tríplice viral ou SRC (ou uma da tríplice e outra da tetra viral). Já os adultos de 30 a 49 anos precisam ter tomado, ao menos, uma dose da tríplice viral após 1 ano de idade. Quem já tomou duas doses da vacina em algum momento da vida é considerado imunizado e protegido do sarampo.

Para quem a vacina é contraindicada? 
A vacina não dever ser aplicada em crianças menores de 6 meses de idade, gestantes e pacientes imunodeprimidos ou com reação alérgica grave (anafilaxia) após dose prévia ou após contato com as substâncias que compõem a vacina. Recomenda-se também um intervalo de 30 dias após a vacina, para as mulheres que querem engravidar.

Por que apenas uma dose da vacina tríplice viral é oferecida a pessoas de 30 a 49 anos? 
Pessoas nesta faixa etária tiveram algum contato com o vírus do sarampo, que circulou no passado. Por isso, apenas uma dose é considerada pelo Ministério da Saúde como suficiente para conferir imunidade.

Pessoas com 50 anos ou mais precisam se vacinar?
De acordo com o calendário de rotina do Ministério da Saúde, não é necessário, pois essas pessoas cresceram numa época em que sarampo era uma doença muito comum, tornando-as possivelmente imunizadas naturalmente.

Quem vai viajar precisa se vacinar? 
É muito importante. Quem vai viajar para locais onde há surto de sarampo deve conferir e atualizar a situação vacinal. Estes destinos incluem principalmente os estados brasileiros de São Paulo e do Pará, assim como alguns países com surto na Europa, Ásia, África e Américas. Para viajantes, a vacina é recomendada na faixa etária entre 6 meses e 59 anos de idade e que não está com o esquema vacinal completo.

Porque o alerta da Secretaria de Saúde está direcionado principalmente aos adolescentes e jovens adultos?
Para que todos fiquem protegidos o ideal é que ao menos 95% sejam vacinados. Em Curitiba, as crianças têm um índice de cobertura da vacina superior a 98%. Porém não há informações no Brasil sobre o índice de cobertura entre adolescentes e jovens adultos. Isto porque, antes de 2006, o calendário nacional de vacinação previa apenas uma dose de imunização contra a doença, diferente do que é recomendado hoje. Portanto, quem nasceu antes de 2006 precisa verificar qual é a sua situação vacinal e, dependendo da idade, procurar uma unidade de saúde e atualizar a carteira de vacinação.

Qual é a eficácia da vacina? 
A primeira dose da vacina, tomada com 1 ano de idade, garante 93% de proteção. E com a segunda dose aos 15 meses de idade tem-se 97% de eficácia. Assim, se a pessoa estiver com a vacinação em dia, é muito difícil que ela contraia ou transmita a doença. No entanto, em situações de surto podem ocorrer casos raros em que pessoas vacinadas tenham sarampo.

A vacina é segura? Tem efeitos colaterais? 
A vacina contra o sarampo é considerada muito segura, mas como todo medicamento pode ter efeitos colaterais, geralmente brandos, como dor ou inchaço no local da aplicação. Na segunda dose, as chances desses efeitos aparecerem é ainda menor

Quanto tempo demora para a vacina fazer efeito? 
Em torno de duas semanas.

Quem já pegou sarampo uma vez está imune? 
Sim. Os indivíduos que já tiveram uma vez a doença estão naturalmente imunes e não adoecem novamente.

Não tenho certeza se já tomei a vacina do sarampo no passado ou se tenho o esquema vacinal completo. Posso receber a imunização mesmo assim?
Sim, não há risco à saúde em repetir esta vacina, caso já tenha tomado no passado e não tenha registro.

Entenda mais sobre o sarampo

O que é o sarampo e como é transmitido?
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções infectadas. As complicações mais comuns são otite, pneumonia, diarreia, encefalite e problemas neurológicos. A doença pode, em alguns casos, levar a morte.

Quanto tempo dura o período de contágio?
O vírus pode ser transmitido seis dias antes até quatro dias depois de as lesões de pele (manchas vermelhas), características da doença, aparecerem. O período de maior transmissibilidade ocorre 48 horas antes e até 48 horas depois do início dessa manifestação da pele. Estima-se que a capacidade de contaminação do vírus do sarampo é até quatro vezes maior que a do o vírus da gripe.

Quais são os sintomas da doença?
Coriza, tosse, conjuntivite e febre (igual ou maior que 38ºC). Poucos dias depois, a febre fica mais alta (maior que 39°C) e aparece o exantema ou rash (“grosseirão no corpo”, com manchas vermelhas que começam geralmente no rosto e na parte de trás das orelhas e pescoço para, nos dias seguintes, avançarem para o abdome, braços e pernas). Este exantema não coça nem dói e desaparece instantaneamente no local em que se faz pressão. Essa fase pode durar até cinco dias, mesmo período em que a febre começa a abrandar.

Quando é a hora de procurar o serviço de saúde? 
Ao perceber que a febre não cessa e as manchas na pele já começaram a aparecer, procure o serviço de saúde imediatamente. Caso você tenha viajado para algum local com surto nas últimas semanas ou tenha tido contato com alguém que tenha sido diagnosticado com sarampo recentemente, procure o serviço de saúde no primeiro dia que apresentar febre.

Tem tratamento? 
Não existe tratamento antiviral específico para a doença, apenas para seus sintomas. As principais complicações são evitadas com nutrição, ingestão de líquidos, sendo os antibióticos indicados apenas se houver complicações como infecções nos olhos, ouvidos ou pulmões. No caso de crianças, também são prescritos suplementos de vitamina A para prevenir danos oculares e cegueira.

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