Palhaço do calçadão da Rua XV é contratado como cuidador na FAS

Depois de um desabafo nas redes sociais por falta de renda durante a pandemia, o artista de rua Carlos Roberto Teles, o palhaço do calçadão da Rua XV, consegue um novo emprego

palhaço da XV
O artista de rua Carlos Roberto Teles, mais conhecido como Palhaço Chameguinho, que agora é cuidador na Mais Viver, unidade da Fundação de Ação Social (FAS). Foto: Hully Paiva/SMCS

Com a crise do coronavírus, muitos artistas tiveram seus trabalhos interrompidos. Um deles foi o famoso palhaço do calçadão da Rua XV, o Chameguinho, personagem de Carlos Roberto Teles, que está sempre próximo ao Bondinho da Leitura, divertindo curitibanos e turistas. Desde o dia 14 de março, ele deixou de fazer suas famosas imitações na rua para respeitar as medidas de distanciamento e isolamento social.
Após passar por um período difícil e sem renda, o artista conseguiu um novo emprego: desde o dia 21 de abril, ele cuida de pessoas que possuem deficiências físicas e intelectuais na Mais Viver, unidade da Fundação de Ação Social (FAS). Seu trabalho inclui orientar os acolhidos, encaminhar para banho, cuidar das roupas, trocar fraldas e monitorar o espaço da ala masculina da unidade, onde estão 25 homens.
“É uma área nova para mim, mas estou me dando bem. Fico empolgado, esperando a hora de ir trabalhar. A vida é uma caixa de surpresas. Depois de tantos anos trabalhando como artista de rua vem uma tragédia como essa no mundo (pandemia da covid-19) e muda tudo”, conta.
Para conseguir o novo emprego, ele precisou passar por um processo seletivo, que contratou 16 novos cuidadores. A sugestão para participar veio do presidente da fundação, Fabiano Vilaruel, após ver um comentário de Teles pedindo alimentos em em uma rede social da FAS. O artista ainda chegou a fazer uma transmissão ao vivo no Facebook para falar do drama que estava vivendo.

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“Passando o chapéu, eu recebia de R$ 200 a R$ 300 por dia. De repente não tinha mais nada. Eu só pedia a Deus para minhas filhas não passarem fome”, conta o artista de rua, pai de Eloá, 3 anos, Eloísa, um ano e meio, e Elohana, de apenas 15 dias.
Esta é a primeira vez que o artista trabalha com carteira assinada e já faz planos para quando a pandemia terminar: quer manter um emprego formal à noite e voltar a dar vida ao Palhaço Chameguinho, durante o dia.
 
 
 
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