Monólogo baseado em livro da Hilda Hilst tem segunda temporada no Teatro José Maria Santos

As apresentações de O Caderno Rosa da Senhora H serão entre julho e agosto

Foto: Tiago Batista

Até o dia 11 de agosto, o Teatro José Maria Santos recebe a segunda temporada do monólogo “O Caderno Rosa da Senhora H”, baseada no livro “O Caderno Rosa de Lori Lamby”, da escritora paulista Hilda Hilst (1930-2004). As apresentações acontecem às 20h, de quinta-feira a sábado, e às 19h nos domingos. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada) e podem ser adquiridos no site Disk Ingressos. A classificação indicativa é 18 anos.

A montagem da Boreal Companhia de Teatro apresenta duas personagens, a Lori Lamby, protagonista do livro, uma garota de oito anos que escreve histórias pornográficas em um diário cor-de-rosa, além da própria Hilda Hilst, que explica as motivações para escrever essa obra. “Uma vez que o texto original traz uma série de dados autobiográficos, foi inevitável trazer a figura de Hilda como personagem da peça e transformar o O Caderno Rosa de Lori Lamby no O Caderno Rosa da Senhora H”, explica a atriz Thyane Antunes, que interpreta as duas personagens.

As apresentações têm somente 20 lugares na plateia, que é disposta em formato de arena. Cada espectador fica em uma cabine isolada para tentar propor uma experiência teatral mais individualizada, explica a diretora da montagem, Cris Betina Schlemmer. “Por se tratar de uma grande escritora, poeta e dramaturga estamos preservando muito o seu texto. Então, pensamos como fazer para que o espectador possa usufruir dessa obra no teatro de uma maneira mais próxima a da leitura de um livro. Isso nos guiou e foi o conceito para criar uma estrutura diferenciada de plateia, para que o espectador tivesse uma experiência como se ele estive lendo o livro sozinho em casa.”

“O Caderno Rosa de Lori Lamby” é o primeiro livro da chamada “Trilogia Obscena” de Hilda Hilst, que tinha a finalidade de atender a uma solicitação do mercado livreiro que insistia que a escritora tivesse textos mais comerciais e, portanto, fossem garantia de vendagem. “Mas, nem tudo é o que parece ser, as coisas são muito mais complexas do que a gente consegue captar num olhar à primeira vista. Neste livro, a Hilda Hilst usa uma temática mais erótica para distrair você na história, mas não é isso que está em primeiro plano, apesar de ser isso que você vê com um olhar um pouquinho desatento”, observa Cris Betina.

Hilda tinha uma visão muito crítica sobre o que o mercado editorial considera vendável. “A crítica que a Hilda Hilst fez por meio dessa história ainda é válida para hoje, ainda mais nesses tempos que estamos vivendo, pois ela reflete muito sobre o valor do artista”, destaca Thyane Antunes.

O Teatro José Maria Santos fica na Rua Treze de Maio, 655 – São Francisco. Mais informações pelo telefone (41) 3315 -0808.

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