História do Barão do Serro Azul será contada por meio de lugares relacionados a sua vida

Espaços frequentados ou até fundados pelo Barão receberão banners e QR Codes com informações sobre sua história

Nesta sexta-feira (06/08), a prefeitura e a Fundação Cultural de Curitiba lançam a 1ª Semana do Barão do Serro Azul, que marca a estreia de um circuito de informações sobre esse que é um dos personagens marcantes na história do Paraná.
O circuito é formado por oito espaços da cidade que estão relacionados com a vida e os feitos de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. Todos os espaços receberão um banner de identificação e placas de QR Code que direcionarão para textos sobre sua história.

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A Semana do Barão do Serro Azul foi instituída por lei municipal, sancionada no ano passado. A comemoração acontecerá anualmente dentro do calendário oficial de eventos da cidade, na semana do aniversário de nascimento do barão, que foi em 6 de agosto de 1849.
“A ideia é que os curitibanos conheçam mais esse personagem, pelas suas obras e suas ações, reconhecidas nacionalmente. O Barão do Serro Azul foi um empresário inovador, que deixou um legado histórico fantástico para a cidade”, afirma Serginho do Posto, vereador que encaminhou a emenda parlamentar.
Confira quais serão os locais marcados pelo circuito, que será permanente:

  • Solar do Barão (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 – Centro), edificação construída por ele como residência de sua família. Hoje, o local é um centro cultural que abriga os museus da Gravura e da Fotografia e a Gibiteca, e onde há uma exposição sobre a história do personagem
  • Cine Passeio (Rua Riachuelo, 410 – esquina com a Rua Presidente Carlos Cavalcanti – Centro), local onde funcionou a Impressora Paranaense, empresa que imprimia rótulos das embalagens de erva-mate (exportadas para vários países pelo Barão)
  • Sede da Associação Comercial do Paraná (Rua XV de Novembro, 621 – Centro), da qual Ildefonso Correia foi um dos fundadores
  • Praça Miguel Couto, conhecida como Pracinha do Batel, onde funcionou o seu engenho de erva-mate
  • Antiga sede do Clube Curitibano, do qual foi o primeiro presidente, atualmente sede da Cohab (Rua Barão do Rio Branco, 45 – Centro)
  • Escola Tiradentes (Rua Presidente Faria 625 – Centro), construída por ele
  • Câmara dos Vereadores (Rua Barão do Rio Branco, 720 – Centro), centro político do qual o Barão fez parte
  • Cemitério Municipal São Francisco de Paula (Praça Padre João Sotto Maior, 50 – São Francisco), local onde o Barão do Serro Azul foi sepultado

De traidor a herói

Tido como traidor no passado, o Barão do Serro Azul hoje é considerado herói responsável por Curitiba ter saído ilesa da passagem dos maragatos pela cidade, em plena Revolução Federalista.
Ele morreu cedo, aos 44 anos, em 20 de maio de 1894. Foi fuzilado com outros homens do seu círculo pelas forças legalistas durante a viagem de trem até Paranaguá, sua cidade natal, de onde supostamente seria levado preso até o Rio de Janeiro.
Empreendedor, foi produtor e exportador de erva-mate. Para produzir os rótulos das embalagens, estruturou a Impressora Paranaense. A empresa funcionava no local onde posteriormente o Exército construiu a edificação que hoje, restaurada, abriga o Cine Passeio.

Pátio interno do Solar do Barão. Foto: Divulgação/Prefeitura de Curitiba

A empresa ficava a poucos metros de sua bela residência (adquirida pela Prefeitura e transformada no Centro Cultural Solar do Barão) e da atual sede da Junta Comercial (da qual ele é um dos fundadores).
O Barão do Serro Azul também fundou a Associação Comercial e o Clube Curitibano, além de ter sido deputado provincial e presidente interino da Província. Abolicionista, libertou seus escravos e foi condecorado em 1888 pela Princesa Isabel com o título de Barão do Serro Azul.
Em 2009, após 114 anos de sua morte, teve seus atos de heroísmo reconhecido ao ter o seu nome inscrito no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, que fica no salão principal do Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
 
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