De Chaleira: O Big dos Bigs e a cegueira da rivalidade

Se olharmos para o lado, encontramos inúmeros exemplos de tudo o que está acontecendo dentro da casa mais vigiada do país ao nosso lado

Aline Campanhã
Há quinze dias começou o Big Brother, e apesar do reality ter como slogan a promessa de que seria o Big dos Bigs, a surdez com o próximo e a cegueira para a evolução invadiu o programa. Pensando aqui, se olharmos para o lado, encontramos inúmeros exemplos de tudo o que está acontecendo dentro da casa mais vigiada do país – nos mais diversos contextos – ao nosso lado.
Trazendo essas péssimas atitudes para o lado organizacional de um clube futebolístico, a evolução passa ser um caminho de escolha quando a diretoria do time escolhe ultrapassar os limites da competitividade e não se atenta aos cases de sucesso do rival, optando pela estagnação da sua trajetória. Esse, talvez, seja o caso do Coritiba.
Enquanto o Athletico apresenta um crescimento acelerado nos últimos anos, o Coxa caminha em um vai e vem entre a segunda e a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Nas últimas temporadas, o Furacão optou por investir em áreas desprezadas pela maior parte dos clubes do país e teve sucesso como retorno, já o Coritiba precisou recorrer a um fundo de investimento não tradicional (FIDC Sport Parners) para terminar a temporada de 2019 e conseguir retornar à elite do Brasileirão.
Com boas campanhas no Campeonato Paranaense, o time da Arena da Baixada carrega o tetracampeonato nos últimos cinco anos de disputa, contra apenas um título do Coxa. No Brasileiro, o Athletico também coleciona melhores desempenhos. De 2011 para cá, o Coritiba só terminou à frente do rival no ano do rebaixamento do Furacão. As conquistas do Rubro-Negro que vão além desses dois campeonatos nem entram em comparação.
Com dedos certeiros para revelar, comprar e vender jogadores, o Athletico tem feito bons negócios no mercado. As suas crias da base deixam a equipe em transferências caríssimas, como foi o caso de Renan Lodi e Bruno Guimarães, e aqueles que chegam desvalorizados monetariamente são vendidos por valores que eram irreais na época da contratação, como o atacante Rony.
O Coritiba, por sua vez, não vem fazendo bons negócios. Nos últimos dias, a equipe perdeu o destaque Giovanni Augusto, que chegou de graça ao time, mas também saiu assim. A única transferência que chamou minimamente a atenção, nos últimos tempos, foi a de Yan Couto para o Manchester City por 6 milhões de euros.
Quando mudamos o foco comparativo para a estrutura dos clubes, a concorrência passa a ser desleal. Com uma arena de Copa do Mundo e um Centro de Treinamento exemplar, o Furacão está entre os melhores times do país, estruturalmente falando. Mas nesse ponto, o Coxa resolveu desobedecer, em partes, o BBB, tirou a venda de um olho e resolveu investir em um grande CT – que está sendo construído em Pato Branco. O seu estádio tem tradição e por mais que corra contra a modernidade dos novos campos, atende às suas necessidades.
Enfim, que o Boninho fique no mudo para a gerência e para o planejamento desses dois times. Que o Coritiba olhe para o seu rival além do Atletiba e que o Athletico conquiste o alviverde na intenção de crescimento junto a ele como equipe.

Interiorana de São Paulo, amo colocar um sorriso no rosto, soltar uma boa gargalhada e assistir um futebolzinho. Jornalista unespiana, sou torcedora fanática desse esporte. Grito, choro, coloco minha camiseta e, se deixar, vou até amanhã falando sobre a partida do final de semana. Será que você tem paciência para ouvir?

 
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