Curadorias compartilhadas de indígenas em diferentes museus é refletida em evento do MUPA

Evento terá três encontros virtuais sobre exposições das etnias Guarani, Kaingang e Xetá

A partir do mês de maio, o Museu Paranaense (MUPA) promoverá uma série de encontros on-line com pesquisadores, profissionais de museus e indígenas no Ciclo “Curadoria Compartilhada em Foco: Museus Experientes”. Os convidados dividirão com o público suas vivências, impressões e reflexões a partir de curadorias compartilhadas em diferentes instituições brasileiras, como o Museu de Arte do Rio (MAR-RJ), Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR (MAE-UFPR/PR) e Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE/SC).

A série de encontros faz parte do plano do Museu Paranaense de repensar a exposição de longa duração Indígenas do Paraná, por meio de uma curadoria compartilhada com indígenas das etnias Guarani, Kaingang e Xetá, trazendo ao público temáticas definidas pelos membros das comunidades a partir do acervo do próprio museu.
“Além de colocar os indígenas no papel central quanto à escolha do que querem que seja informado ao visitante sobre suas concepções do mundo e modos de vida, essa ação reforça o conceito do museu enquanto lugar de escuta e de diálogo intercultural”, afirma a diretora do Museu Paranaense, Gabriela Bettega.
Os encontros do Ciclo “Curadoria Compartilhada em Foco” ocorrerão uma vez ao mês, transmitidos gratuitamente pelo YouTube do Museu Paranaense, com intérprete de libras. Os participantes poderão solicitar uma declaração de participação após o evento.

Temas dos encontros

A primeira conversa acontece no dia 25 de maio, às 17h, com a antropóloga Laura Pérez Gil, diretora do MAE-UFPR, e a cacique Mbyá-Guarani Juliana Kerexu, sobre a exposição “Nhande Mbyá reko – Nosso jeito de ser Mbyá-Guarani”. A mostra foi resultado da colaboração do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR e cinco comunidades da região litorânea do Paraná: Pindoty (Terra Indígena (TI) Ilha da Cotinga/Paranaguá), Kuaray Guata Porã (TI Cerco Grande-Guaraqueçaba); Guaviraty e Karaguata Poty (TI Sambaqui/Pontal do Paraná), Kuaray Haxa (Morretes).

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Já o segundo encontro, marcado para o dia 7 de junho, às 20h, discutirá a exposição “Dja Guata Porã”, realizada no Museu de Arte do Rio (MAR-RJ), entre 2017 e 2018. Participarão do encontro o curador-chefe do MAR, Marcelo Campos, e as curadoras e pesquisadoras Clarissa Diniz e Sandra Benites. Essa foi uma mostra sobre a perspectiva indígena da história do estado do Rio de Janeiro. Concebida a partir da colaboração de povos, aldeias e indígenas que residem no estado ou na capital carioca, a exposição é fruto de um processo de diálogo e foi construída como uma plataforma de colaboração entre práticas museológicas e indígena.
O terceiro e último encontro será no dia 6 de julho, às 19h, com o diretor e a antropóloga do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE), Lucas Bueno e Dorothea Darella, que dividem as experiências de curadoria compartilhada com os povos Guarani, Kaingang, Xokleng e Tikuna, em diferentes mostras realizadas no MArquE.

PROGRAMAÇÃO DA SÉRIE DE ENCONTROS “CURADORIA COMPARTILHADA EM FOCO: MUSEUS EXPERIENTES”
Transmissão gratuita pelo YouTube do Museu Paranaense

25 DE MAIO
Conversa sobre a exposição Nhande Mbyá reko – Nosso jeito de ser Mbyá-Guarani (MAE-UFPR)
Horário: 17h
Convidadas: Laura Pérez Gil, antropóloga e diretora do MAE-UFPR, e cacica Mbyá-Guarani Juliana Kerexu
7 DE JUNHO
Conversa sobre a exposição Dja Guata Porã (MAR-RJ)
Horário: 20h
Convidados: curador-chefe do MAR, Marcelo Campos, e as curadoras da mostra e pesquisadoras Clarissa Diniz e Sandra Benites
6 DE JULHO
Conversa sobre experiências de curadorias compartilhadas com os povos Guarani, Kaingang, Xokleng e Tikuna em diferentes mostras realizadas no MArquE
Horário: 19h
Convidados: diretor e a antropóloga do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE), Lucas Bueno e Dorothea Darella
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