Exposição do Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta pesquisa com documentos e imagens sobre o compositor considerado pai do nacionalismo da música erudita brasileira
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro acaba de inaugurar uma nova exposição virtual em forma de e-book: “Alberto Nepomuceno: a brasilidade como missão”, que faz parte da Série Compositores no Municipal e reúne pesquisas sobre o compositor feitas pela historiadora Fátima Cristina Gonçalves, com documentos e imagens presentes no acervo do Centro de Documentação do Theatro. A exposição está no site www.theatromunicipal.rj.gov.br.
Culto, irreverente e eclético, Nepomuceno é considerado o pai do nacionalismo da música erudita brasileira com diversas inovações, o que atraiu críticos mordazes, como o comentarista de O Paiz Oscar Guanabarino, que via suas composições como profanações da erudição e desserviço à Pátria e sua regência como incerta. Mas o legado de Nepomuceno para a música é inequívoco pelas composições das óperas Artêmis, Abul e a inacabada O Garatuja, além de músicas sacra, vocal, instrumental, de câmara e orquestral, que tem na Série Brasileira, que reúne Alvorada na serra (1892), Intermédio (1891), A sesta na rede (1896) e Batuque (1888).
Durante a pesquisa da historiadora, surgiram diversas curiosidades envolvendo o compositor, como, por exemplo, a rede abrangente de amigos de Nepomuceno que figuraram na cultura da Primeira República (1889 a 1930), como Machado de Assis, Coelho Netto, Eliseu Visconti, os irmãos Henrique e Rodolfo Bernardelli, Antonio Parreiras, Leopoldo Miguez, Francisco Braga, Ernesto Nazareth, Catulo da Paixão Cearense e a primeira maestrina brasileira, Chiquinha Gonzaga. A convivência com companheiros da Academia, mas também a frequência em saraus e cafés com amigos ligados ao universo popular influenciou as composições de Nepomuceno, que, muito antes da famosa Semana de 1922, já estava atento aos temas e ritmos presentes na cultura brasileira.
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A generosidade de Nepomuceno e também a de seu amigo Francisco Braga, ambos compositores, maestros e professores do Instituto Nacional de Música, abriu todos os caminhos para a inserção de um jovem violoncelista no rol de compositores: Heitor Villa-Lobos.
Campanha #NepomucenoEmCasa
No ano do centenário de morte de Nepomuceno, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro está também homenageando o compositor com a Campanha #NepomucenoEmcasa. Todas as segundas e quartas, às 12h, são apresentados vídeos no Instagram e no Facebook com canções de Nepomuceno, interpretadas por cantores do Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dirigidos e acompanhados ao piano pela maestrina Priscila Bomfim.
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