Como manter a rotina de alimentação das crianças durante o isolamento social

A nutricionista Angela Federau explica como manter uma rotina de alimentação mais saudável para as crianças

alimentação das crianças no isolamento social
Foto: Divulgação

O período de isolamento social, decorrente da pandemia do novo coronavírus, completa quatro meses em Curitiba. A ansiedade que esse momento trouxe também afetou as crianças e, consequentemente, a alimentação. Pai de um casal, que têm respectivamente 12 e 9 anos, Angelo Binder percebeu essa diferença.
“Muitas vezes, essa ansiedade das crianças somada à falta de tempo dos pais acaba sendo compensada pelo consumo de alimentos muito calóricos e com baixo valor nutricional. Por um outro lado, o convívio mais próximo nos permite observar melhor a relação dos nossos filhos com a comida e quais pontos podemos melhorar para que eles sejam mais saudáveis”, afirma.
Segundo a nutricionista Angela Federau, as crianças costumam sentir fome o tempo todo, muitas vezes, inclusive, confundindo com ociosidade e até mesmo ansiedade. “É importante estabelecer uma rotina alimentar para a criança, com intervalos regulares médios de 3 horas entre as refeições. Nos intervalos, é importante apostar na hidratação, que muitas vezes acaba sendo negligenciada, ou oferecida somente no momento da refeição. Água, chás e sucos naturais são boas alternativas. Porém, a água precisa ser priorizada. A recomendação média é do consumo de 30ml por kg. Sendo assim, se a criança pesa 30kg, a recomendação hídrica é de 900ml/dia”, ressalta.
Para evitar o ganho de peso, a nutricionista orienta rever a qualidade nutricional e diminuir a oferta de comidas pouco saudáveis em casa, sempre deixando frutas higienizadas à disposição. Frutas secas, oleaginosas também podem ser alternativas para beliscar entre as refeições.

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Em casos de crianças que já estão obesas ou com sobrepeso, é fundamental que elas não façam dieta separada da família, como um castigo. Para que o processo de emagrecimento seja bem sucedido, todos devem participar. “Tente não falar de dieta com a criança e nem que as mudanças estão sendo feitas porque ela ganhou peso. Busque falar que as em transformações estão sendo feitas para evolução e melhoria da saúde de toda a família”, explica.
Outra dica importante é procurar aumentar o gasto energético da criança, estimulando brincadeiras com movimentação. “Brincadeiras como jogos de videogames com movimentos, esconde-esconde, pular corda, pular elástico, pega-pega, jogar bola, andar de bicicleta fazem um bem enorme para a saúde física e mental das crianças. Ao mesmo tempo, quando realizadas ao ar livre, aumentam a exposição das crianças ao sol, que as deixa mais animadas e menos preguiçosas. Muitas vezes as crianças só precisam ser direcionadas que elas fluem”, aponta Angela Federau.
A nutricionista ensina algumas estratégias que costumam funcionar com crianças:
• Converse com a criança, explique a importância da introdução de alimentos saudáveis na rotina. Sendo assim, utilize frases como “você ficará mais saudável”, “ficará mais resistente ao vírus” ou “esse alimento é importante para que os teus ossos fiquem mais fortes”
• Envolva a criança no processo de escolha e manipulação dos alimentos. Permita que ela se envolva com a comida, que faça pequenas tarefas como lavar vegetais, separar as folhas da salada, entre outras
• Busque utilizar ferramentas lúdicas como um calendário nutritivo, com desafios diários bem simples. Dessa forma, o processo torna-se mais prazeroso. Combine alguma recompensa, que não seja alimento ou algo comprado, quando os desafios da semana forem cumpridos. Aqui, coisas de maior valor afetivo como assistir um filme em família, uma tarde de brincadeiras, uma noite na barraca, são mais interessantes
• Não engane a criança, isso pode se tornar um problema. Não deixe as refeições serem estressantes. Seja paciente, as mudanças precisam de tempo para se estabelecerem. Comemore todas as pequenas conquistas da criança e valorize o positivo
 
 
 
 
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