Idealizado por um curitibano, projeto resgata vídeos produzidos entre as décadas de 50 a 70
O Arquivo Nacional Brasileiro, por meio dos seus canais de divulgação digital, fornece acesso à conteúdos audiovisuais em domínio público produzidos em diversas épocas no país. Embora em meados dos séculos XX a gravação sonora já estivesse bem estabelecida há várias décadas, por razões diversas, muitos materiais audiovisuais disponíveis neste acervo estão disponibilizados sem seu som original.
Para fazer um resgate desses vídeos, o desenhista de som e produtor cultural curitibano, Luiz Lepchak convidou um coletivo de artistas sonoros e audiovisuais para recriar novas trilhas sonoras para esses conteúdos até então silenciosos. Assim surgiu o projeto “Cáfila: sons do futuro para imagens do passado”, uma viagem no tempo que usa o Instagram @cafilasounds como plataforma para disponibilização de conteúdos audiovisuais do Arquivo Nacional Brasileiro e os transforma em conteúdo novo, com criação sonora única para contar histórias do nosso país.
Os filmes escolhidos foram produzidos entre as décadas de 50 a 70. São vídeos que sobreviveram ao cruzamento do tempo e da história, ainda que muitos tenham perdido pelo caminho suas trilhas sonoras, e consequentemente parte significante de suas vozes, mas que agora, por meio desta plataforma, recobraram sua expressão através de novos sons, podendo novamente voltar a serem vistos, e, principalmente, ouvidos.
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O nome do projeto, que tem o apoio do Programa de Apoio de Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, através da Lei Aldir Blanc, faz uma alusão à resistência ao tempo. Cáfila é um coletivo de camelos. “Há vários séculos, os camelos cruzam os desertos, ajudando as pessoas no transporte de suas vidas e de suas histórias. São os únicos animais capazes de resistir às condições extremas do deserto, ao calor e à falta de água”, explica Luiz Lepchak.
Como é o processo de criação sonora?
Os vídeos são escolhidos por meio da curadoria da historiadora social Graziele Corso, baseada em quatro eixos temáticos: carnaval, artes, cidade e sociedade. Cada um deles se desdobra em três cápsulas de vídeos.
Em seguida, vem a edição dessas imagens pelo montador Aristeu Araújo e a nova sonorização é criada por uma equipe que inclui desenhistas de som, artistas de foley e músicos.
Por fim, os vídeos são disponibilizados no Instagram, que tem direção da produtora transmídia, Janaína Moraes, da a equipe de design Dora Suh e do colagista, Marcos Coelho. Cada vídeo é acompanhado de textos que contam mais sobre seus contextos históricos e socioculturais, os processos de como é feita a criação sonora de cada vídeo, através do antes e depois e do material de making of.
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