A exposição será dividida em três módulos, que serão apresentados separadamente até o final do ano
O Museu Oscar Niemyer (MON) acaba de inaugurar a exposição “África, Mãe de Todos Nós: Conexão entre Mundos”, em parceria com a Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY). As peças apresentadas nunca foram expostas em um museu. “O diálogo intercultural com a África e sua arte é mais um passo importante para o MON em sua missão de expandir suas fronteiras”, completa Luciana Casagrande Pereira, superintendente da Cultura da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná.
A mostra será dividida em diversos módulos, sendo que cada um ficará em cartaz por, aproximadamente, dois meses. O primeiro reúne uma significativa coleção com cerca de 20 máscaras elaboradas por artistas dos povos que foram trazidos para as Américas na condição de escravos, como os punu, igbo, baulê e iorubá.
No segundo módulo, serão apresentados bustos, bonecos e esculturas, possibilitando um diálogo com a exposição de Ninguios, bonecos integrantes da Coleção Asiática do MON, que acontecerá no mesmo período, coincidindo também com a data do Dia das Crianças. Já o terceiro, apresentará instrumentos musicais africanos, numa alusão às festividades de fim de ano.
Todas as peças foram adquiridas pelo colecionador e empresário Jorge Yunes ao longo de quase três décadas. A curadoria das exposições é assinada por Renato Araújo da Silva, historiador de Filosofia pela Universidade de São Paulo e coautor, entre outros trabalhos publicados, do livro “África em Artes”.
Ele comenta que, dada a importância da cultura africana na arte mundial e na formação da cultura brasileira, a presente exposição busca oferecer um olhar que amplie nossa percepção não apenas para o presente como para o futuro. “À medida que nós, brasileiros, estudamos esse fenômeno e fruímos dessas manifestações artísticas, nos surpreendemos com o quanto essa África tem em comum conosco”, diz o curador.
A mostra ainda dialoga com a ação “Retrate-Si”, promovida pelo setor Educativo do museu simultaneamente ao período expositivo, dentro do programa “Artistas do Acervo”, que traz oficinas de confecção de máscaras em argila, fotografia e desenho, entre outras, ministradas por artistas locais, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre retratos e máscaras.
Documentário
Além da coleção de máscaras, faz parte da exposição o documentário “African Art – The Market of Masks” (2015), do cineasta suíço Peter Heller, que será exibido no local. O filme, rodado na Europa e em alguns países africanos, refere-se ao mercado contemporâneo de arte africana tradicional.
A exposição “África, Mãe de Todos Nós: Conexão entre Mundos” pode ser vista no hall térreo do MON até o dia 25 de agosto. O segundo módulo, “África, Mãe de Todos Nós: Símbolos de Poder”, terá início em 5 de setembro e o terceiro módulo, “África, Mãe de Todos Nós: A Sonoridade da África”, estará em cartaz a partir de novembro.
Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Maiores de 60 anos e menores de 12 anos não pagam. Nas quartas-feiras, a entrada é gratuita para todo o público. O horário de funcionamento é das 10h às 18h, de terça a domingo. O museu está localizado na Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico. Mais informações no site www.museuoscarniemeyer.com.br.