A exposição apresenta obras de vários profissionais que revivem a experiência do pensamento revolucionário do renomado arquiteto
O Museu Oscar Niemeyer (MON) inaugura no sábado, 27 de abril, a exposição “Experimentando Le Corbusier – Interpretações Contemporâneas do Modernismo”, apresentando obras de vários profissionais que revivem a experiência do pensamento revolucionário do renomado arquiteto Le Corbusier, levando-o para além da arquitetura. A mostra permanecerá em cartaz até o dia 11 de agosto.
“Apresentar uma mostra que reúne alguns dos mais destacados artistas e arquitetos do cenário nacional numa ampla reflexão e proposição sobre a obra de Le Corbusier é uma forma de o MON contribuir para o conhecimento e a reflexão necessária sobre a produção deste que foi um dos importantes arquitetos do século XX”, diz a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.
O projeto conta com a participação de Irmãos Campana, Paulo Mendes da Rocha e Lucas Simões, além de escritórios de arquitetura, como Terra e Tuma, Aleph Zero e Triptyque, que foram convidados a refletir sobre o tema. Partindo de questões atuais, os artistas e arquitetos reviveram a experiência do pensamento de Le Corbusier, adequando-o ao momento contemporâneo brasileiro.
Por meio do Concurso A0, a mesma provocação conceitual se estende aos estudantes e recém-formados do Sul do Brasil. Um júri formado por profissionais e acadêmicos de arquitetura escolherá três obras que integrarão à exposição, ao lado dos convidados e dos premiados na Edição SP do Concurso A0.
Charles Edouard Jeanneret-Gris, conhecido mundialmente por Le Corbusier, foi um arquiteto franco-suíço que se tornou uma das figuras mais importantes da arquitetura no século XX. Desenvolveu ampla atividade acadêmica e teórica, além de publicar diversos artigos sobre seus estudos arquitetônicos. Foi grande influenciador na formação da geração modernista de arquitetos brasileiros, por exemplo, prestando consultoria, em 1936, no projeto do Palácio Gustavo Capanema. Le Corbusier faleceu em 1965 e foi enterrado no túmulo que projetou para si mesmo.
Reflexão sobre a obra
Qual é a relevância de discutir hoje a obra de Le Corbusier, no contexto brasileiro contemporâneo? É essa a questão que os artistas, arquitetos e designers buscam responder, revivendo a experiência do pensamento de Le Corbusier. Isso é mostrar-se fiel à lição do arquiteto: não repetir nem imitar o passado, como se ele nos desse respostas prontas, não considerá-lo simples documento histórico, mas apoiar-se nos momentos notáveis, a fim de criar e inventar soluções para o mundo de hoje.
Diante do desenvolvimento do ambiente urbano atual, convém chegar a uma reflexão coletiva que seja, como já ocorreu na época do arquiteto da Ville Savoye, reflexo de nossa própria experiência. “Mudar a vida pela arquitetura”: eis uma das certezas fundamentais de Le Corbusier. Para ele, bem mais que uma questão estética ou de disciplina técnica, a arquitetura era projeto de natureza profundamente ética, buscando transformar o cotidiano e preencher as vidas comuns em seus espaços arquitetônicos. Na conjunção de arquitetura com filosofia e artes aplicadas, Le Corbusier buscava contribuir para o desenvolvimento de uma cultura contemporânea para todos pela adequação dos espaços e objetos que compõem o ambiente compartilhado.
A exposição tem curadoria de Pierre Colnet e Hadrien Lelong, da Cremme – Editora de Mobiliário, via Instituto Cremme, associação que tem como compromisso atuar nas esferas social, educacional e artística por meio da promoção de atividades de fomento à cultura.
A inauguração da mostra “Experimentando Le Corbusier – Interpretações Contemporâneas do Modernismo”, acontece às 11h. A visitação ao museu pode ser feita de terça a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Maiores de 60 anos e menores de 12 anos não pagam. Nas quartas-feiras, a entrada é gratuita para todo o público. O Museu Oscar Niemeyer fica na Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico. Mais informações no site www.museuoscarniemeyer.org.br.