Instituição divulgou um texto sobre a história do cinema no Paraná e disponibilizou filme de João Batista Groff
No último sábado (19/06), foi o Dia do Cinema Brasileiro. Para comemorar, o Museu da Imagem e do Som do Paraná publicou em seu site um texto especial contando um pouco da história do nosso estado com a sétima arte, além de disponibilizar gratuitamente o filme “Pátria Redimida” (1930), de João Batista Groff.
Confira abaixo o texto de José Luiz de Carvalho, integrante do setor de Acervo e Pesquisa do MIS-PR. O filme você pode assistir no site da instituição.
CINEMA NO PARANÁ: Breves apontamentos
O cinema no Paraná, especialmente na capital Curitiba, tem uma história rica e também pioneira. Nas últimas décadas do século XIX as artes, os espetáculos e as diversões artísticas para o público na capital da Província aconteciam com as inúmeras temporadas realizadas pelas companhias de espetáculos itinerantes. Essas migravam pelas então principais localidades como Curitiba, Ponta Grossa, ou a região litorânea com Paranaguá, Antonina e Morretes. Curitiba, porém, já possuía no final desse século duas importantes casas de espetáculos: o Theatro São Teodoro e o Theatro Hauer. Este último construído em 1889 pelo imigrante alemão Joseph Hauer e inaugurado em 1891 com a direção de Ludovico Carlos Egg.
Embora na cena artística curitibana o icônico Teatro São Teodoro seja o pioneiro, inaugurado já no ano de 1884 (e ocupado por tropas durante a Revolução Federalista, 1893-1895); será, no entanto, no Hauer que os locais verão pela primeira vez a maravilha de um espetáculo de cinema. Pois foi no Hauer que em 1897 uma companhia de variedades artísticas, a Faure Nicolay, apresentou pela primeira vez um espetáculo de imagens em movimento, com a utilização do Cinematógrafo.
As apresentações encantaram o público local e o cinema é apresentado aos paranaenses, e residentes no Paraná, não mais do que poucos meses depois da apresentação pioneira dos irmãos Lumière em Paris em dezembro de 1895. Desde então o cinema passou a fazer parte da cena artística curitibana e nas primeiras décadas do século XX começariam a aparecer os primeiros realizadores locais.
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Até a década de 1930 se deve a três curitibanos a realização de obras genuínas paranaenses: Annibal Requião (1875-1929), João Baptista Groff (1897-1970) e Arthur Rogge. Esses realizadores foram responsáveis por inúmeros filmes feitos na época, geralmente sob a forma de “documentários”. Fontes diversas de pesquisa atribuem, por exemplo, à Kosmos Film, produtora de Annibal Requião, a realização de mais de 300 filmes documentários entre os anos de 1907 e 1912. Já a Arthur Rogge se atribui a primeira filmagem realizada à noite de uma obra no Paraná, A Chegada da Miss Paraná de 1928.
Já a João Baptista Groff cabe o mérito de ter realizado aquele que muitos consideram o mais significativo filme do pioneirismo do cinema paranaense: Pátria Redimida, realizado no ano de 1930, que você pode assistir nos players abaixo. O filme tem o estilo de filme-reportagem e trata da Revolução político-militar de 1930 ocorrida no país no período.
Desde então o audiovisual local evolui passando por inúmeras fases ou épocas até os dias atuais, com inúmeras realizadoras e realizadores importantes, que explorando os mais diversos formatos e estilos criaram um cinema genuinamente paranaense com produções significativas e reconhecidas. Com o surgimento de entidades representativas, como a AVEC (Associação de Vídeo e Cinema do Paraná), em 1992, e a manutenção de espaços de guarda e conservação como o MIS/PR (Museu da Imagem e do Som do Paraná), e outros importantes museus de imagem e som no Estado, este ganhou ainda mais espaço de representação e divulgação de sua importante história.
Fontes: Acervo bibliográfico e documental da Biblioteca do MIS/PR
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