Animação com bonecos dirigida por Tulio Viaro é uma fábula adulta sobre o bem e o mal
Camile Triska
E, se um belo dia, um diabo resolvesse sair do lado do mal para o bem? Mas, o que é ser fazer o bem e o que é fazer o mal? Esse é o questionamento que traz ao longa-metragem curitibano “O bem-aventurado”, que foi disponibilizado na Amazon Prime.
O filme uma das dez produções, entre documentários, curtas e longas-metragens, já lançadas pelo diretor e roteirista Tulio Viaro, que desde 2010 mantém a Sótão Filmes. “O bem-aventurado” é todo encenado por bonecos em tamanhos semelhantes a de um ser humano, manipulados, principalmente, pelo atores Duda Paiva e André Mello. Eles usam três diferentes técnicas: manipulação direta, por fio e sombras. “Mas a principal é a manipulação direta de bonecos de espuma. Escolhemos essa técnica porque os bonecos têm a capacidade de mudar a expressão facial, ou seja, são muito expressivos”, comenta Tulio Viaro.
Um filme de bonecos e falando das diferenças entre a maldade e a bondade, você até pode pensar que é uma fábula infantil, mas, não é! “É uma fábula adulta muito interessante. Levanta um debate sobre o que é o bem e o que é o mal. Embora tenha sido escrita no fim do século 19, ainda é uma história muito atual.”
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O enredo é baseado no conto “A Conversão do Diabo”, do escritor russo Leonid Andreiev, que Tulio leu quando ainda era adolescente, mas nunca mais esqueceu. Tudo se passa em uma pequena cidade do interior, onde um velho padre de uma igrejinha decadente passa seus dias rezando missas e ouvindo confissões dos poucos fiéis que restaram. Certo dia, chega um diabo, enviado do inferno para atormentar a vida da paróquia, mas que está cansado de praticar o mal e pede a ajuda do padre para fazer o bem e, assim, começam as desventuras dos dois.
Trajetória internacional
Lançado em 2018, “O bem-aventurado” participou de dez festivais de cinemas internacionais, incluindo o Festival de Cinema de Havana (Cuba), Festival de Cartagena de Índias (Colômbia), Festival de Sochi (Rússia), FantaFestival (Itália) e Olhar de Cinema, aqui de Curitiba.
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