Um dos objetivos da campanha é incentivar o debate sobre a tolerância religiosa
O arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo, anunciou na manhã desta quarta-feira (17/02), em uma entrevista coletiva, o início da Quaresma, que também marca o lançamento da Campanha da Fraternidade 2021. Neste ano, como acontece a cada cinco anos, a Campanha é Ecumênica, ou seja, conta com a participação de outras igrejas e denominações religiosas. Por isso, além de líderes católicos, estavam também presentes no lançamento líderes anglicanos e luteranos.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil foi representada por seu vice-presidente, pastor Odair Airton Braun, que é pastor sinodal do Sínodo Paranapanema e também luterano, o pastor Jorge Shieferdecker, representou a Assintec – Associação Inter-religiosa de Educação. A Catedral Anglicana de Curitiba foi representada pelo bispo primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Dom Naudal Alves Gomes, e pelo reverendo Glauber Santos, ministro das Comunidades de São Pedro Apóstolo e da Catedral Anglicana. A igreja católica ainda teve a presença do assessor eclesiástico da Comissão de Comunicação, padre Luiz Alberto Kleina, e a coordenadora da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Curitiba, Salete Bez.
Tolerância religiosa
As polêmicas em torno da Campanha Ecumênica foram a tônica da abordagem dos líderes religiosos, que ressaltaram a importância do ecumenismo nos tempos de intolerância por qual passa a sociedade brasileira. Segundo Dom Peruzzo, os católicos devem perceber que a grandeza da causa maior da CFE não pode ser aplacada por questionamentos que destoam da irmandade cristã.
Na mesma linha, pastor Odair destacou o grande objetivo da Campanha Ecumênica: “Fraternidade, diálogo, compromisso de amor. Precisamos aprender a sentar à mesa com aquele que pensa diferente de nós, com respeito. Não queremos sobrepor os pensamentos de alguns sobre os dos outros, mas ressaltar que a beleza está na diversidade!”, afirmou.
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Dom Naudal ressaltou o quanto é desafiador encarar o ecumenismo e as propostas da Campanha da Fraternidade 2021. “Quem não se sente irmão, não contribui com o desenvolvimento da sociedade. Isso é o que prega nossa fé cristã. Isso é o que professamos”, declarou. O bispo anglicano destacou ainda que o texto-base da CFE é resultado de dois anos de trabalho árduo de um grupo inter-religioso empenhado em fortalecer a fé cristã, com fundamentos bíblicos importantes, como a passagem de Emaús e a Carta aos Efésios, citados no documento.
Pastor Jorge, da Assintec, lembrou que “vivemos tempos acirrados de intolerância e radicalização”. Por isso, disse, “a CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) se unem nesta caminhada cumprindo seu papel de incentivar o debate sobre a tão necessária tolerância”. O pastor citou ainda outras matrizes religiosas, como as africanas e orientais, que muitas vezes são alvo de preconceitos.
Por fim, Dom Peruzzo fez questão de citar a importância social das doações feitas pelos fieis no dia da coleta, programado para 28 de março, citando obras e explicando a destinação dos recursos arrecadados. “No caso da Igreja Católica, 60% dos recursos arrecadados aqui serão destinados a instituições locais que apresentem projetos ligados aos temas da campanha. Os outros 40% serão enviados à CNBB para apoiar projetos em âmbito nacional. Todas as contas podem ser acompanhadas pelos interessados, pois damos total transparência sobre a destinação dos recursos arrecadados – não somente os católicos, mas também os companheiros das outras denominações aqui representadas. Bom seria se pudéssemos ver toda essa transparência em outras instituições brasileiras”, concluiu.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e como lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef. 2.14).
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