Campanha “Nosso Natal é pela Vida” irá distribuir 4 mil refeições e mil cestas de alimentos
Entre os dias 21 e 23 de dezembro, a campanha “Nosso Natal é pela Vida” distribui cerca de mil cestas com alimentos da Reforma Agrária e da Economia Solidária, e 4 mil marmitas em Curitiba e região.
A ação tem objetivo de denunciar o aumento alarmante da fome no Brasil e prestar solidariedade às famílias em situação de vulnerabilidade e às pessoas em situação de rua. Entre as pessoas atendidas estará parte das 300 famílias despejadas da ocupação Nova Guaporé, no Sabará, no último dia 17.
A iniciativa é do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC), da ação Marmitas da Terra e da rede Produtos da Terra. A articulação viabilizou a organização da Cesta Esperança, composta por alimentos da Reforma Agrária e da Economia Solidária a preço de custo, doada por centenas de entidades e pessoas que aderiram à ação solidária.
Cerca de 7 toneladas de legumes, verduras, frutas e pães serão doados por famílias do assentamento Contestado, da Lapa, e dos acampamentos Maria Rosa do Contestado, de Castro; Reduto do Caraguatá, de Paula Freitas; Emiliano Zapata, de Ponta Grossa; José Lutzenberger, de Antonina, Maila Sabrina, de Ortigueira. A variedade de alimentos será acrescentada à Cesta Esperança e distribuída no dia 22, terça-feira.
As marmitas são distribuídas no almoço e também haverá a doação para ceia no dia 23 às pessoas em situação de rua do centro da capital paranaense. Nesta noite, cada uma das mil marmitas entregues também será acompanhada de uma embalagem de mel com açafrão, composto que contribui para a melhora da imunidade e previne infecções. O remédio natural é produzido e doado pelo Setor de Saúde Chica Pelega do assentamento Contestado, da Lapa, e já foi entregue em outros momentos junto às refeições.
Também contribuem para a doação de cestas a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (SINDUTF-PR), Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (SINDITEST). O Laboratório de Mecanização Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Lama/UEPG) e a Cáritas Diocesana participam com doações em Ponta Grossa.
Natal da Reforma Agrária Popular no Paraná
Além da mobilização em Curitiba, o MST realiza o “Natal da Reforma Agrária Popular” com partilha de alimentos em todas as regiões do estado. No último dia 16 de dezembro, as famílias Sem Terra do sudoeste se somaram a uma ação regional com doação de 1 tonelada de alimentos.
Já no sábado (19/12), dez comunidades da região centro-sul doaram 14,5 toneladas a mil famílias de Guarapuava. Na reunião noroeste, 13 assentamentos e acampamentos doaram 7 toneladas de alimentos a moradores da periferia de Paiçandu. No mesmo dia, 2 toneladas de alimentos foram doadas pelos camponeses da comunidade Egídio Brunetto a famílias de Rio Branco do Ivaí.
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Estão previstas ainda ações em Londrina, no dia 22; Cascavel, Jardim Alegre, Ivaiporã e Arapuã, no dia 23; e em Laranjeiras do Sul, no dia 24 de dezembro.
Com as ações realizadas até dia 19 de dezembro, o MST do Paraná chega a 464 toneladas de alimentos doados e mais de 34 mil marmitas distribuídas desde o início da pandemia da Covid 19.
Aumento da fome no Brasil
O fim do Auxílio Emergencial, a falta de emprego e de políticas de fortalecimento da agricultura familiar e da produção de alimentos dão sinais de um período ainda mais difícil para a população pobre.
Até o final de outubro, mais de 13,8 milhões de pessoas estavam desempregadas, segundo dados do IBGE do final de outubro. Além disso, o número de desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho por ter perdido as esperanças de encontrar, chegou a 5,8 milhões de brasileiros, quase 1 milhão a mais que no trimestre anterior.
Em janeiro, a pobreza extrema deve chegar a 10% e 15% da população brasileira, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Com essa estimativa, serão 27,4 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza, o dobro do percentual registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de 2019.
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