Especialista explica os efeitos dos jogos no organismo e orienta sobre como ter uma boa noite de sono
Em um ano marcado pela pandemia da covid-19, as telas ganharam destaque na vida de jovens e crianças. Em um ano em que todas as atividades migraram para o mundo virtual, a indústria dos games viu seus usuários se multiplicarem e o número de acessos saltar exponencialmente.
Mas, durante o período de férias é preciso ter cautela para que todo o tempo livre não seja ocupado com videogames, alerta a especialista em Educação Física e professora do Colégio Marista Anjo da Guarda, Juliana Speltri.
“Muito tempo parado na frente do computador pode ser prejudicial, pois o corpo poderá sofrer consequências fisiológicas como: problemas circulatórios, aumento de peso, postura inadequada, dores no corpo, LER (Lesões por Esforço Repetitivo)”, explica a professora, ressaltando que o ideal é fazer pequenas interrupções a cada meia hora ou quarenta minutos e ir alongar-se, andar pelo espaço que está situado e mexer o corpo.
Juliana Speltri explica ainda que os jogos on-line ativam a adrenalina do corpo (hormônio produzido pela glândula suprarrenal e é responsável pelas sensações de estresse e excitação) em uma proporção muito alta.
“Os jogos que demandam um nível de atenção cada vez maior para vencer as fases, fazem com que o corpo injete mais adrenalina no sangue para dar conta do nível de excitação provocado pela ação do game. Nesse caso, jogar antes de ir dormir, é insônia na certa. Além disso, a ansiedade provocada pelo estímulo também favorece a insônia”, analisa.
Consequências da insônia
Dormir pouco ou dormir mal aumentam os níveis de cortisol fazendo com que a irritabilidade, depressão, mau humor, obesidade, falta de memória, visão turva, problemas cardíacos como palpitações, ansiedade, fadiga estejam presentes no dia a dia.
Segundo a especialista, uma noite mal dormida de vez em quando não causa grandes problemas, mas passar a noite em claro ou ir dormir tarde por muito tempo pode trazer consequências para a saúde, estudos e tarefas diárias.
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Um estudo realizado pela University School of Medicine, de Stanford (EUA), apontou que a duração de um sono ideal para cada pessoa varia, de um modo geral, entre sete e nove horas por noite. “É no sono profundo que todas as informações que adquirimos durante o dia são armazenadas e assimiladas no cérebro. Por isso, esse momento é tão importante, pois é quando o processo de aprendizagem acontece no organismo. Outro aspecto muito importante é o hormônio do crescimento, o GH. É durante o sono profundo que ele circula no corpo”, salienta a professora.
Para que seja mantida uma boa qualidade do sono, a professora Juliana Speltri dá algumas dicas:
- Não praticar atividade física até três horas antes de dormir. É importante lembrar que os exercícios físicos contribuem para a melhora do sono, desde que realizados fora desse período que antecede a hora de ir para a cama
- Ter um horário definido para dormir e acordar
- Não se alimentar próximo ao horário de dormir – lembrando que a alimentação saudável durante o dia é um fator que contribui para melhorar a qualidade do sono
- Ter um ambiente tranquilo, longe de barulho e luz, principalmente de eletrônicos e videogames
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