Músico paranaense Murilo Silvestrim convida a um mergulho profundo em seu segundo álbum
Após buscar a esperança em meio à solidão no EP “A última luz acesa madrugada adentro”, Murilo Silvestrim faz uma jornada de autoconhecimento no seu segundo disco, “Encontrar”. Se o seu trabalho anterior surgiu de um período de isolamento, o novo álbum mergulha sem medo de se aprofundar.
Ora literal, ora atmosférico e metafórico, “Encontrar” é um novo passo musical e lírico para o cantor, compositor e multi-instrumentista paranaense. Desde seus primeiros passos como artista, Murilo Silvestrim faz de sua música uma extensão de suas transformações, anseios e perdas. Agora, o novo álbum é o resultado de um processo que durou mais de três anos.
“Encontrar foi pensado como um segundo passo. Um disco menos constante, por assim dizer. Um barquinho que cruzou as ondas, venceu o esforço extenuante do quebra-mar e agora navega por seus próprios meios. O oceano é vasto, e a viagem é cansativa. Por isso, ele vai parando em pequenas e encantadoras ilhas. Cada uma tem um som diferente, uma história pra contar. Um sentimento e um fluxo de energia que emana”, resume.
Ouça aqui o álbum “Encontrar”
Cinco anos após seu trabalho de estreia, o álbum “Prisma”, “Encontrar” também é um rito de passagem. Chegando a uma nova maturidade de seu processo artístico, ele se volta para referências que vão de Vitor Ramil ao grupo Terra Sonora para construir atmosferas e sensações.
A instrumentação une guitarras, sintetizadores, violas, violoncelo e piano ao harmonium, shakuhachi e derbak para criar uma sonoridade singular, guiada apenas pelas próprias canções. Ao lado de parceiros como Liane Guariente e Allan Moreno, Silvestrim constrói uma identidade autoral que perpassa a produção musical (ao lado de Érica Silva), tudo amarrado pelos arranjos de Cassiano Wogel.
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O tom reflexivo de “Encontrar” foi anunciado pelos singles “Mudando” e “Silenciar”, esse último refletindo a busca das pequenas alegrias e esperanças que encontramos nos difíceis caminhos da vida atual. O clipe seguiu esse tom poético, com inspiração na obra de Manoel de Barros. As faixas foram capítulos introdutórios às profundezas do disco, um trabalho onde as camadas vão surgindo a cada canção.
“Mesmo sabendo que as tendências de mercado vão muito mais no sentido dos singles hoje em dia, para mim é muito importante organizar minhas ideias, referências e inspirações nesse álbum. Para além do alcance mercadológico, eu o vejo como um autorretrato sonoro, como um portal de memória e espírito para o meu caminho musical nesse planeta”, afirma.
Silvestrim começou a compor muito cedo e graduou-se em Música Popular e em Produção de Áudio e Vídeo pelo IFPR. Após o lançamento de “Prisma”, em 2016, circulou pelo Brasil tocando pelo projeto Dandô – Circuito de Música Dércio Marques. Em 2018, lançou o livro de poesias “Viagem Ao Início das Coisas” pela editora Medusa e, agora, o seu novo álbum “Encontrar”.
“Agora chegando perto dos meus 30 anos, percebo que muitas coisas mudam, muitas considerações novas acontecem, e consigo ver o elo desse álbum me acompanhando em cada questionamento e reflexão importante”, analisa Murilo Silvestrim.
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