Litercultura 2018 discute o “lugar da escuta” na produção literária contemporânea

Festival Literário de Curitiba, o Litercultura, chega à sexta edição com apresentação de cinco autores na Capela Santa Maria

Cristovão Tezza será um dos participantes do Litercultura. Foto: André Tezza Consentino

Qual o “lugar da escuta” quando todos reivindicam, de forma legítima, o “lugar da fala”? Esse será um dos assuntos debatidos durante o Litercultura – Festival Literário de Curitiba, que chega à sexta edição entre os dias 6 a 10 de agosto, na Capela Santa Maria, com o tema “Literatura: lugar de escuta”.  Durante todo o evento, a cada noite, um autor discutirá o tema a partir de seu lugar de fala (como figura pública) e de sua condição de leitor, os livros que os marcaram e dos autores que ajudaram a moldar sua própria voz.

Sempre com o compromisso de abordar os temas contemporâneos, provocando a reflexão e a participação do espectador, o Litercultura 2018 seguirá o formato de explanação do autor durante 40 minutos, quando ele abordará o tema a partir de sua trajetória literária, seguida de debate de 30 minutos com o mediador e público. “Há um público de literatura local que está amadurecendo junto com o Litercultura. Nesses seis anos, fizemos questão de trazer assuntos relevantes com os melhores interlocutores. Não será diferente desta vez”, afirma Manoela Leão, diretora geral do evento.

Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados antecipadamente, das 9h às 12h e 14h às 17h30, na Capela Santa Maria. O limite é de um par de ingressos por sessão

Confira a programação completa do evento:

6 de agosto – Veronica Stigger – mediação de Josiane Orvatich

7 de agosto – Cristovão Tezza – mediação de Christian Schwartz

8 de agosto – Ana Maria Gonçalves – mediação de Benedito Costa

9 de agosto – João Silvério Trevisan – mediação de Yuri Al’Hanati

10 de agosto – Noemi Jaffe – mediação de Luís Henrique Pellanda

Curso de formação literária
Em parceria com a Esc – Escola de Escrita, o Litercultura 2018 oferece curso de formação literária com Christian Schwartz, jornalista e tradutor de autores como Jonathan Coe, Nick Hornby, Hanif Kureishi, Graham Greene, Mary Shelley, Philip Pullman, Jeffrey Eugenides, F. Scott Fitzgerald e Nathaniel Hawthorne, entre outros.

Com o tema “Que futuro pode ter a ficção literária no mundo da pós-verdade?” o curso procura mostrar, com farta ilustração, debates e análises de autores contemporâneos, particularmente brasileiros, que, enquanto ficcionistas de qualquer origem ou extração forem capazes de ocupar o “lugar de escuta” e deixar o “lugar de fala” a seus personagens, mesmo aqueles marcadamente autobiográficos.

O curso será dividido em nove segundas-feiras (27/8; 3/09; 10/09; 17/09; 24/09; 1/10; 8/10; 15/10; 22/10), sempre das 19h às 21h. A inscrição pode ser feita por meio deste link ou pelos fones: (41) 3114 7100 e (41) 99711 7100.


Saiba mais sobre os autores participantes do Litercultura 2018

Veronica Stigger
Nasceu em 1973, em Porto Alegre. Desde 2001 mora em São Paulo. Doutora em Teoria e Crítica de Arte pela Universidade de São Paulo (UP), realizou pesquisas de pós-doutorado na Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, no Museu de Arte Contemporânea da USP e no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. É coordenadora do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema e professora dos cursos de pós-graduação em História da Arte e Fotografia da FAAP, em São Paulo. É autora de dez livros de ficção, entre eles Os Anões, Delírio de Damasco, Os infantis Dora e o sol e Onde a onça bebe água. Com Opisanie swiata, seu primeiro romance,recebeu os prêmios Machado de Assis (autor estreante) e Açorianos (narrativa longa).

Cristóvão Tezza
Cristovão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, e vive em Curitiba há muitos anos. Ficcionista que já recebeu os mais importantes prêmios literários do Brasil e foi publicado em uma dezena de países, escreveu, entre outros, os romances O filho eterno, O fotógrafo, Um erro emocional, Trapo, A suavidade do vento, O professor, A tradutora e A tirania do amor. Na área acadêmica, publicou o ensaio Entre a prosa e a poesia – Bakhtin e o formalismo russo, sua tese de doutorado, defendida na USP. Durante vinte anos foi professor da área de Letras na Universidade Federal do Paraná, de onde se demitiu em 2010 para dedicar-se exclusivamente à literatura. É colunista do jornal Folha de S. Paulo.

Ana Maria Gonçalves
Nasceu em 1970 em Ibiá, Minas Gerais. Publicitária por formação, descobriu sua veia de ficcionista quando morou na Ilha de Itaparica (BA), passando a se dedicar integralmente à literatura e ao multifacetado universo cultural da diáspora africana nas Américas. Sua estreia no romance foi em 2002, com a publicação de Ao lado e à margem do que sentes por mim, que conquistou o prêmio Casa de Las Américas de 2006. Dotada de aguçada visão crítica quanto às relações sociais vigentes, vem participando de inúmeros debates no Brasil e no exterior. Além disso, faz da Internet e das redes sociais um importante meio para trazer a público seus questionamentos em textos marcados por poderosa argumentação. Entre outros projetos, finaliza no momento romance voltado para o público juvenil, mas com a mesma perspectiva crítica de nossas mazelas sociais que vem se tornando a marca registrada de seus escritos.

João Silvério Trevisan
Tem treze livros publicados, entre ensaios, romances e contos. É autor do romance Ana em Veneza e o ensaio Devassos no Paraíso, entre outros. Realizou trabalhos como roteirista e diretor de cinema, dramaturgo, tradutor e jornalista. Dirigiu o longa-metragem cult Orgia ou O homem que deu cria (1970), proibido pela ditadura militar durante mais de dez anos, e o curta Contestação (1969), realizado clandestinamente. Desde 1987 coordena oficinas de criação literária pelas quais já passou mais de uma geração de novos escritores. Recebeu três vezes o prêmio Jabuti e o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Sua obra já foi traduzida para inúmeros idiomas. Ativista dos direitos humanos, fundou em 1978 o Somos, primeiro grupo de libertação homossexual do Brasil.

Noemi Jaffe
Nasceu em São Paulo, em 1962. Doutora em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo (USP) e crítica literária, é autora de A verdadeira história do alfabeto – vencedor do Prêmio Brasília de Literatura -, O que os cegos estão sonhando? e Írisz: As orquídeas, finalista do prêmio São Paulo de Literatura, entre outros.

SERVIÇO: Litercultura – Festival Literário de Curitiba 2018
Data: 6 a 10 de agosto
Horário: 19h30
Local: Capela Santa Maria – Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro
*Os ingressos são gratuitos com retirada antecipada na bilheteria da Capela Santa Maria. Caso os ingressos antecipados se esgotem, a entrada estará sujeita a lotação da sala.

curitiba de graca
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O portal Curitiba de Graça vem colaborar para que os moradores da capital e turistas possam aproveitar os eventos gratuitos (ou não!) que acontecem em Curitiba e Região Metropolitana.

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