Espetáculo gratuito faz um retrato sobre o cotidiano de jovens na periferia

O preconceito, a falta de oportunidades e os sonhos e lutas de jovens na periferia são o tema de espetáculo paranaense, que terá exibição gratuita

Como é vida de jovens na periferia? Esse é o tema de “3×4 – espetáculo retrato social brasileiro”, criado pelo Trupe Periferia, que será apresentado gratuitamente no próximo sábado (10/10), às 20h, pela 3ª Mostra MOVE de Teatro. A transmissão é pelo YouTube do Espaço Obragem, realizador do festival. Um dia antes (09/10), no mesmo canal, ainda acontece uma entrevista com integrantes da trupe, que falarão sobre seu processo de criação e caminhada.
O espetáculo foi escrito por jovens poetas marginais de Curitiba, Araucária, Mandirituba e Ponta Grossa sobre suas vivências em questões como o preconceito, a falta de oportunidades, o sonho, a luta e a inclusão. “Eles já assinam a dramaturgia e agora passam a fazer os vídeos e a trilha. A Trupe é a periferia. São os jovens, é deles. Eles que comandam”, diz o diretor Kenni Rogers.

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Com vídeo de abertura e de desfecho, no palco o espetáculo 3×4 apresenta cinco cenas ao vivo. Por causa da pandemia, toda interação dos atores foi pensada numa relação de distância, exceto, na cena de machismo. O figurino traz a arte da rua como painel e é assinado por Gui Almeida e grafitado por Gustas e Toskas. A iluminação é de Wagner Corrêa, que atua com a Trupe Periferia desde o seu início. “Ver os poetas de rua se posicionando no foco é uma grande transposição deles para o teatro”, comenta.
O elenco de “3×4 – espetáculo retrato social brasileiro” é formado por Naju MC (Boqueirão), Serginho Smith (CIC), Handal (Sítio Cercado), ZAGO (Uberaba), Mika MC (Boqueirão), Bini (Pinheirinho), Poeta Diva Ganjah (Araucária), Felipe o Poeta (Ponta Grossa), Mary Jane (CIC), e Felipe Maculan (Mandirituba).
Entre eles, um jovem em situação de acolhimento (que vivenciam situações de risco pessoal e social e são abrigados em casas-lares), autorizado pelo juizado a participar, pois a arte é considerada ferramenta de protagonismo, pertencimento e autonomia.
O espetáculo, que terá interpretação em libras, ainda tem como convidada a artista Negabi, negra e poetisa surda da resistência e acadêmica da Faculdade de Artes do Paraná.