Desenvolvimento Sustentável se transforma em coreografias de dançarinos do Teatro Guaíra

Público poderá acompanhar bailarinos e alunos dançando temas como igualdade de gênero, ação contra a mudança climática e paz

Neste sábado (05/06), é lembrado o Dia Mundial do Meio Ambiente e até o Teatro Guaíra “entrou na dança” das celebrações. Os dançarinos do centro cultural lançarão projetos especiais sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A primeira iniciativa é uma série de vídeos do Balé Teatro Guaíra, em que cada bailarino dança um ODS. Já os alunos da Escola de Dança escolheram os ODS como temática de discussão durante o ano letivo e apresentam um vídeo que encerra o primeiro semestre de 2021.

Nos dois projetos, o público poderá acompanhar bailarinos e alunos dançando temas como igualdade de gênero, ação contra a mudança climática e paz. Os vídeos do BTG serão lançados semanalmente, todas as quartas-feiras, nas redes sociais do Teatro Guaíra (confira a programação no final da matéria).
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotada pelas Nações Unidas com 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. A ação ganha relevância em função da Década da Ação, criada para que efetivar a Agenda e garantir direitos fundamentais a todos, mudando a história da humanidade.

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A união de forças pode fazer com que a geração atual possa de fato erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões. Para que isso aconteça, é preciso uma parceria colaborativa e a arte ajuda a inspirar pessoas e disseminar a agenda.
A diretora-presidente do Teatro Guaíra, Monica Rischbieter, conta que a ideia é unir a dança e os ODS para pensar o mundo pós-pandemia. “É um momento de grande crise, em que nosso modelo de sociedade se mostrou insustentável. A partir disso, achamos importante pensar um outro mundo, um novo modelo de desenvolvimento”, disse.
Para Filipe Farhat, articulador de parcerias para a Agenda 2030 do Cedes, o projeto do Guaíra representa o quanto a Agenda 2030 pode contar com o envolvimento de toda a sociedade. “As diferentes formas de cultura seguramente podem servir para sensibilizar pessoas e motivá-las à ação. O Teatro Guaíra trouxe sua contribuição, ao aportar sensibilidade, valor e calor humano aos principais objetivos globais”, afirmou.

A dança dos ODS

“É um tema complexo, como salvar o mundo?”, observa Paula Sousa, bailarina que dançou o tema água potável e saneamento. “Todo mundo já vive os temas dos ODS, os problemas são claros para todos: pobreza, poluição, acesso à água. O desafio foi traduzir a ODS em uma coreografia”, disse.
O bailarino Leandro Vieira diz que tentou traduzir o discurso político e científico para um público mais amplo, por isso a dança foi grande aliada. “É importante ver como tudo está interligado, arte, ciência. É isso que nos faz crescer como ser humano”, afirmou.
O ODS dançado por Leandro foi a vida terrestre. Ele explica que ao pensar a poluição percebeu que o grande problema é o ser humano, por isso usou um saco de lixo como elemento base em sua coreografia. “No fim, nós somos o lixo do planeta, são os homens que estão acabando com a Terra”, completou.
Já Murilo Machado trabalhou o tema fome zero e agricultura sustentável. “Viver a pandemia, o isolamento, estar longe dos palcos, foi muito difícil pessoalmente. O que eu posso fazer para que a gente não viva uma nova pandemia? Essa foi minha linha de ação para pensar os ODS”, explicou.
Ele começou a gravação de seu vídeo em um canavial seco para discutir os impactos da monocultura e, ao mesmo tempo, propor uma metáfora sobre a falta de diversidade. Em seguida, acrescentou grãos à coreografia, para lembrar a importância do alimento na história da humanidade. “Foi uma tentativa de mostrar que tanto a natureza como o ser humano precisam de diversidade para florescer”, disse. Ao fim do vídeo, a mesa vazia simboliza a escassez de alimentos que aflige ainda muitas pessoas.
Clarissa Cappellari, que dançou o tema igualdade de gênero, disse que esse é um problema que todas as mulheres vivenciam ao sofrer assédio na rua ou temer pela própria segurança. Ela construiu sua coreografia a partir de elementos como a respiração ofegante e uma corrida atrás de grades. “Simbolizam o peso e o cerceamento que as mulheres experimentam cotidianamente”, afirmou.

Formação cidadã

Para a EDTG, o trabalho com os ODS surgiu de forma quase natural, porque muitos desses temas já eram discutidos com alunos nas atividades cotidianas. Quando a escola foi criada, há 65 anos, o principal foco era a formação de profissionais para o Balé Teatro Guaíra, mas com os passar das décadas os professores perceberam que o maior ativo da escola era a formação cidadã, já que muitos meninas e meninas chegam a passar mais de 10 anos na instituição. Mais do que bailarinos, hoje a escola acredita que é essencial formar cidadãos, que levarão os ensinamentos aprendidos na escola para as diferentes áreas profissionais no futuro.
“Entendemos que por meio da arte podemos mostrar aos nossos jovens a necessidade de ações essenciais no presente para que tenhamos um futuro de paz, justiça e igualdade. E você com quais objetivos de desenvolvimento sustentável está se comprometendo? Junte-se a nós. Precisamos caminhar em uma mesma sintonia”, considera Patrícia Otto, diretora da EDTG.
Balé Teatro Guaíra dança dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ESTREIA
Data 5 de junho
Horário: 17h
Transmissão no Facebook, Instagram e YouTube do Teatro Guaíra
DEMAIS VÍDEOS
Data: todas as quartas
Horário: 17h
Transmissão no Facebook, Instagram e YouTube do Teatro Guaíra
Escola de Dança Teatro Guaíra e os ODS
Data: 5 de junho
Horário: 20h
Transmissão no Facebook, Instagram e YouTube do Teatro Guaíra
 
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