Casa Hoffmann tem série de encontros gratuitos sobre o papel da mulher na arte contemporânea

Série de encontros gratuitos na Casa Hoffmann reúne vozes diversas a fim de pensar o lugar da mulher na arte contemporânea

Casa Hoffmann será palco da série de mesas-redondas intituladas Mulheres-Palavras-Pensamentos, promovidas pela CiaSenhas de Teatro. Foto: Cido Marques

A CiaSenhas de Teatro promove nos meses de setembro e outubro uma série de mesas-redondas intituladas Mulheres-Palavras-Pensamentos. A programação acontece a partir do dia 18 de setembro, às 19h, na Casa Hoffmann e segue em todas as quartas feiras até 9 de outubro, sempre com entrada gratuita. A ação integra o projeto Bafo da Gralha que conta com a volta da peça homônima, em janeiro de 2020.

A série de conversas Mulheres-Palavras-Pensamentos tem como ponto de partida a mulher na arte contemporânea: utopias, conquistas e futuros. Para os encontros foram convidadas representantes de diferentes áreas do conhecimento, de modo a criar um campo de vozes distintas sobre a mulher na arte atual. As mesas tem a curadoria da artista visual, fotógrafa e atriz Elenize Dezgeniski, da crítica e curadora de teatro Luciana Romagnolli e da diretora e dramaturga Sueli Araujo.

A Casa Hoffmann fica na Rua Dr. Claudino dos Santos, 58 – São Francisco.

Programação  da série de encontros Mulheres-Palavras-Pensamentos

18 de setembro | 19h
A história reparida
A narrativa oficial da história apagou incontáveis corpos por trazerem marcas de gênero e etnia que não as do homem branco e sua perspectiva única, colonizadora e definidora dos critérios de qualidade e legitimidade do que é arte. Essa conversa convidará a reparir essas histórias silenciadas, devolvendo ao campo artístico a abundância de produções de mulheres negras e brancas no cinema, artes visuais e teatro. Quem são algumas dessas artistas invisibilizadas e quais suas contribuições pro campo das artes? Que mecanismos operam para enfraquecê-las? E como podemos reelaborar a narrativa histórica de uma forma antipatriarcal e anticolonial?
Provocadora: Stela Fischer (Curitiba)
Convidadas: Camila Macedo (Curitiba) / Leda Maria Martins (Belo Horizonte)/ Milena Costa (Curitiba)

25 de setembro | 19h
Diante do fascismo
Tanto a mulher quanto a arte, por seus “corpos” que desafiam padrões culturais patriarcais e conservadores, tornam-se rapidamente alvos de repressão em situações de escalada da violência institucional. No passado e no presente, quais têm sido as saídas encontradas pelas artistas mulheres?
Provocadora: Julia Raiz (Curitiba)
Convidadas: Ivana Bentes (Rio de Janeiro)/ Milla Jung (Curitiba)

2 de outubro | 19h
Vertigens do futuro
Quais são as pistas de um futuro possível a partir de situações extremas para a produção artística no presente? A ocupação secundarista, o corpo/dança colocados frente a situações reais de violência. Quais são os futuros para os corpos travestis e trans no Brasil, diante dos dados vertiginosos de uma perspectiva de vida de apenas trinta e cinco anos? Será que já estamos no futuro, onde a exaustão de uma estrutura nos interroga sobre a criação de novas estratégias de sobrevivência e produção? Como novos caminhos e rotas de fugas podem ser traçados?
Provocadora: Amabilis de Jesus (Curitiba)
Convidadas: Gladis Tridapalli (Curitiba)/ Letícia Karen (São Paulo)/ Megg Rayara (Curitiba)/ Veríssimo (São Paulo)

9 de outubro | 19h
Palavra encruzilhada
As palavras tropeçam na carne de cada língua: identidade e singularidade. Diante de uma língua que se estrutura pela mesma lógica patriarcal, heteronormativa e racista que todo o restante da sociedade, como a arte pode escavar, subverter e reinventar as palavras, os discursos e as subjetividades?
Provocadora: Sueli Araujo (Curitiba)
Convidadas: Ana Luísa (Belo Horizonte)/ Luci Collin (Curitiba)/ Luz Ribeiro (São Paulo)

Sobre as convidadas:

Amabilis de Jesus é doutora em Artes Cênicas pela UFBA e mestra em Teatro pela UDESC. Desde 1996 é professora no Colegiado de Artes Cênicas da UNESPAR – FAP, das disciplinas de Figurino, Cenografia e Estudos da Performance. Também atua como figurinista em parceria com diversos grupos de teatro, teatro de animação, dança e música.

Ana Luisa Santos é performer e escritora. Mestra em Comunicação Social pela UFMG e pós-graduada em Arte da Performance pela FAV, atua também como curadora em artes da presença na realização de exposições e residências artísticas, núcleos de pesquisa e criação, atividades de formação e crítica. Desenvolve trabalhos para teatro e dança, com destaque para dramaturgia e figurino.

Camila Macedo é doutoranda e mestra em Educação pela UFPR e bacharela em Cinema e Vídeo pela Unespar. Atua nas áreas de pesquisa, realização e curadoria em Cinema. Seu principal campo de investigação é a interface entre Cinema, Educação e os estudos de Gênero e Sexualidade. Atualmente, dedica-se ao estudo das representações cinematográficas das lesbianidades.

Elenize Dezgeniski é artista visual, fotógrafa e atriz. Bacharela em Interpretação Teatral pela FAP, com especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMPAB. Os principais temas em seus trabalhos são a palavra, a afetividade e o corpo. A sua obra é apresentada em fotografias, vídeos, instalações, performances, publicações e inserções em discursos e circuitos híbridos.

Gladis Tridapalli é artista da Entretantas Conexão, onde investiga as questões do humor, da resistência e da relação colaborativa com o público na tessitura da dança.  É docente no Curso de Dança da UNESPAR/FAP. É especialista em Surtologia pelo Instituto Freudiano de Piraquara, mestra em Dança na UFBA e doutoranda em Teatro na UDESC.

Ivana Bentes é pesquisadora de Comunicação e Cultura. Doutora em Comunicação pela UFRJ, onde é professora da graduação e da pós-graduação. Foi secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do MinC em 2015 e 2016. É autora dos livros “Mídia-Multidão: estéticas da comunicação e biopolíticas”, “Avatar: O futuro do cinema e a Ecologia das Imagens Digitais”, “Glauber Rocha: cartas ao mundo”, entre outros, e Pró-Reitora da Extensão da UFRJ.

Julia Raiz é escritora. No doutorado, pesquisa tradução, ensaio e crítica literária feminista. Edita os blogs literários Totem&Pagu, Firrrma de poesia e Pontes Outras, dedicado à tradução de literatura escrita por mulheres. Faz parte em Curitiba da Membrana, grupa de escrita coletiva. Como militante, constrói a pasta de formação da UBM-PR (União Brasileira de Mulheres – PR). É autora do livro Diário: a mulher e o cavalo e lançará uma nova obra, Cidade Menor,  em outubro de 2019, pela editora carioca Numa.

Leda Maria Martins é poeta, ensaísta e dramaturga. Doutora em Letras/Literatura Comparada pela UFMG, mestra em Artes pela Indiana University (Estados Unidos), pós-doutorada em Performances Studies pela New York University – Tisch School of the Arts, Department of Performance Studies. Já atuou como professora da UFMG, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da FALE/UFMG diretora de Ação Cultural da mesma universidade, onde também foi presidente das Comissões de Criação e de Implantação do Curso de Graduação em Artes Cênicas. Autora de vários livros, capítulos de livros e de ensaios publicados no Brasil e no exterior. Em 2017,  foi criado em sua homenagem o Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras, patrocinado pelo BDMG.

Letícia Karen é atriz e performer do grupo ColetivA ocupação e estudante do curso de história da UNIFESP. Participou do movimento de ocupação das escolas em 2015 e 2016, além das jornadas de luta seguintes.

Luci Collin é ficcionista, poeta e tradutora. Tem mais de 20 livros publicados, entre eles: Querer falar (Finalista do Prêmio Oceanos 2015) e A palavra algo (Prêmio Jabuti 2017). Na USP, concluiu o doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês e dois estágios pós-doutorais em Literatura Irlandesa. Desde 1999 leciona no Curso de Letras da UFPR.

Luciana Romagnolli é jornalista, pesquisadora, crítica e curadora de teatro. Doutoranda pela ECA/USP e editora do site Horizonte da Cena. Foi repórter da Gazeta do Povo e de O Tempo, curadora do idiomas no Fórum Ibero-Americano de Crítica de Teatro (2016), do FIT-BH (2018) e dos Olhares Críticos da MITsp (2017/2019), entre outras mostras. É coordenadora de crítica do Janela de Dramaturgia.

Luz Ribeiro é poeta e pedagoga. Autora dos livros (in)dependentes Eterno contínuo (2013) e Espanca-estanca (2017). Foi ganhadora dos campeonatos nacionais de poesia FLUPP BNDES (2015) e SLAM BR (2016) e semifinalista na Coupé Du Monde de Poésie (França, 2017).

Megg Rayara Gomes de Oliveira é doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná e professora adjunta no setor de Educação na mesma universidade, onde também é professora credenciada no Programa de Mestrado e Doutorado e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros

Milena Costa é artista visual, curadora e pesquisadora. Possui doutorado em Sociologia pela UFPR com período de doutorado sanduíche na USC. É mestra em sociologia pela UFPR, graduada em artes visuais e especialista em história da arte pela Unespar-Embap. É curadora da Galeria Ponto de Fuga, espaço dedicado à exibição e estudo da arte e da fotografia contemporânea. Suas pesquisas visuais e acadêmicas focam nas áreas dos estudos de gênero, teoria queer e o pensamento decolonial.

Milla Jung é artista e pesquisadora em artes visuais. Atualmente, investiga questões sobre imagem e esfera pública a partir da relação entre práticas artísticas e espaços sociais. Expôs seu trabalho na América Latina e na Europa e coordenou por 10 anos o Núcleo de Estudos da Fotografia e a Estreita Galeria de Fotografia em Curitiba, espaço dedicado à reflexão e a produção sobre fotografia e imagem.

Stela Fischer é atriz e diretora. Atualmente, realiza seus estudos de pós-doutorado em Artes da Cena na UNICAMP (bolsista CAPES). É docente do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e da Universidade Estadual do Paraná/FAP, no curso de Bacharelado em Artes Cênicas, e responsável pelo Coletivo Rubro Obsceno, agrupamento de mulheres artistas com a finalidade de tratar as questões de gênero e ativismos feministas nas artes da cena.

Sueli Araujo se aventura na direção e na dramaturgia teatral. Fundadora da CiaSenhas de Teatro. Em seus trabalhos, tem se dedicado a investigar procedimentos poéticos que incluem o espectador na encenação. É professora do Bacharelado em Artes Cênicas da Unespar/FAP.

Veríssimo é ator, performer, dançarino, produtor e pedagogo em formação. Cursa pedagogia na FAM, já produziu e performou no Baile Chernobyl e compõem a coletivA ocupação.

O projeto Bafo da Gralha é realizado com apoio e incentivo da Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura Municipal de Curitiba, EBANX e Casa Hoffmann.

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