Exposição de Yutaka Toyota volta a cartaz no Museu Oscar Niemeyer

Mostra traz 86 obras do artista, um dos pioneiros do movimento cinético internacional e da arte interativa

ATUALIZAÇÃO: Devido ao Decreto Estadual 6.983/2021, que suspendeu funcionamento de atividades não essenciais a partir do dia 27 de fevereiro até o dia 8 de março, podendo ser prorrogado ou não, o museu ficará fechado ao público temporariamente
A premiada exposição “Yutaka Toyota – O Ritmo do Espaço” está de volta a cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON) desde a sua reabertura na última semana. A mostra apresenta 86 obras do artista, um dos pioneiros do movimento cinético internacional e da arte interativa.
Embora seja retrospectiva da carreira de Toyota, a exposição não é rigidamente cronológica e contempla trabalhos produzidos em diversos suportes pelo escultor, pintor, desenhista, gravador e cenógrafo desde os anos 1960. A mostra recebeu, em 2018, o prêmio de Melhor Retrospectiva do Ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
O artista, que completa 90 anos em 2021, continua na ativa. “Acredito que será surpreendente ver uma obra tão jovial de uma pessoa que já tem uma carreira tão longeva”, diz Gianni Toyota, diretor de projetos no Atelier Yutaka Toyota e filho do artista.
A curadora da exposição, Denise Mattar, explica que Toyota faz parte de uma geração de artistas que resolveu, nos anos 1960, “tirar a arte da parede e integrar o espectador”. “Quando vierem ver a exposição no MON, verão que mergulharão dentro das obras”, explica.

VEJA TAMBÉM: Exposição no MON homenageia os 90 anos do artista curitibano Fernando Velloso

Na exposição, a curadoria evidencia a coerência interna da obra de Toyota, sua originalidade e pioneirismo, fazendo conviver trabalhos de diversas épocas ao lado de seu trabalho atual, que continua surpreendentemente intenso. Privilegiando a produção escultórica de Toyota, enfatiza o percurso e as principais questões que permeiam a obra do artista, apontando o processo que o levou da pintura ao objeto e do plano à superfície reflexiva – instaurada como quarta dimensão.
“Sua obra convoca dualidades: positivo-negativo, visível-invisível, sólido-evanescente, volume-leveza. As múltiplas possibilidades do reflexo são a matéria-prima da qual Toyota se utiliza para ‘compreender o significado do espaço’, e nessa opção podemos apontar um expressivo parentesco da obra de Toyota com a de Anish Kapoor, não por acaso, também um oriental-ocidental”, compara a curadora.

Origens

Ao longo de mais de 60 anos, Toyota criou milhares de obras, entre desenhos, gravuras, pinturas, instalações, painéis escultóricos e esculturas de todos os tamanhos — desde pequenos múltiplos a imensos monumentos —, mas sempre foi fiel às mesmas indagações que o fizeram mergulhar no universo das artes, ainda no Japão.
Aos 15 anos, o artista recebeu em Yamagata o primeiro prêmio de pintura no Salão de Jovens Artistas. Na ocasião, o crítico japonês Atsuo Imaizumi disse a ele: mantenha sempre as mesmas ideias e perguntas interiores, assim encontrará sua verdadeira arte e produzirá obras verdadeiramente suas, obras originais. Segundo Toyota, foi o que ele fez.
“O que me interessa verdadeiramente é a conexão entre o homem e o universo. A cultura ocidental responde a essa questão através da física quântica e a oriental, através da espiritualidade. Aceito os dois significados e ambos estão no meu trabalho”, destaca Yutaka Toyota.
O horário de funcionamento do Museu Oscar Niemeyer é das 10h às 18h, de terça a domingo. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos tanto na bilheteria quanto no site www.museuoscarniemeyer.com.br, onde também estão explicados todos os protocolos de segurança seguidos no espaço, como limitação de público e uso obrigatório de máscaras por causa da pandemia da covid-19.
O endereço é Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico. Mais informações no hotsite museuoscarniemeyer.org.br/mon/monemcasa, no Facebook e no Instagram, onde estão sendo disponibilizadas diversas atividades virtuais.

Confira mais sobre a exposição em um vídeo
com a curadora Denise Mattar e Gianni Toyota, filho do artista

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