Arquipélago de Memórias: UFPR participa de projeto que reunirá relatos sobre a pandemia

Projeto “Arquipélago de Memórias” formará uma cápsula do tempo com depoimentos, que podem ser enviados por qualquer pessoa

Registrar a cotidianidade das pessoas comuns numa cápsula de memória, constituída por um recurso que tem sido cada vez mais corriqueiro: os áudios de whatsapp. Esse é o objetivo do projeto “Arquipélago de memórias: pandemia e vida cotidiana de professores/profissionais da educação, estudantes e pais/mães de alunos (famílias)”, realizado por diversas universidades brasileiras, que busca reunir um acervo de vivências e experiências de pessoas de todo o país.
Qualquer interessado pode participar do projeto. Para isso, basta acessar um dos links disponíveis no site do projeto e mandar um áudio. Todos os depoimentos enviados formarão uma cápsula de memória, que será aberta apenas em 2023 e as universidades participantes poderão utilizar os depoimentos como base para diferentes pesquisas.
As pessoas podem enviar quantos depoimentos quiserem, de até cinco minutos, contando suas vivências e experiências durante a pandemia. A cada período, serão feitos levantamentos sobre o número de áudios coletados e suas respectivas regiões. Depois de aberta a cápsula, será mantido o anonimato daqueles que enviaram o seu material.
Os depoimentos não precisam necessariamente ter relação com a vida escolar, embora a plataforma se divida em depoimentos de pais, alunos e professores. A ênfase no aspecto educacional ocorre por esse ser um fator que se entrelaça com a vida cotidiana.

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As professoras Gizele de Souza e Andrea Bezerra e a pesquisadora Franciele Ferreira França, do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Infância e Educação Infantil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), estão envolvidas no projeto  “Arquipélago de memórias”, que foi iniciativa da professora Valdeniza Barra,  da Universidade Federal de Goiás.
A ideia, segunda Gizele, é obter colaboração do Norte ao Sul, para expressar a diversidade do país e trazer de forma ampla a dimensão do cotidiano de pessoas comuns. “Essa colaboração entre instituições parceiras abre uma perspectiva democrática e horizontal de parcerias”, explica. A cápsula do tempo também cumpre a função de um legado para a vida futura, produzindo memórias sobre os impactos que a pandemia trouxe e traz para a vida ordinária, para o cotidiano. “Muitas dessas pessoas poderiam estar invisíveis. As pessoas que estarão ali representadas são aquelas com as quais convivemos cotidianamente”, destaca.
Gizele destaca que o projeto busca deixar com que os relatos falem por si não para um ouvinte, mas para uma cápsula. A franqueza dos depoimentos das crianças, por exemplo, é um aspecto que poderá ser encontrado. “É um projeto de coleta, de recolha de fontes que já tem uma completude em si”, indica.
Os desafios futuros também são o pensar e produzir ciência a partir da fala e da experiência das pessoas comuns. “A atividade histórica não tem a função de resolução imediata das coisas da vida”, sinaliza Andrea Bezerra, que também reforça a importância de se produzir possibilidades para tratar da memória coletiva da pandemia. “A finalidade é constituir um acervo para que se compreenda o que vivemos nesse momento, depois de um adormecimento”, afirma.
Assista a um vídeo da UFPR que mais sobre o projeto “Arquipélago de memórias”

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