Saiba como tentar ganhar ingressos gratuitos para o Festival Olhar de Cinema

As pessoas selecionadas poderão assistir
até dois filmes gratuitos por dia

Um Animal Amarelo festival olhar de cinema
“Um Animal Amarelo”, nova fábula visual de Felipe Bragança, é um dos filmes da programação. Foto: Divulgação

Até o dia 2 de setembro, o público pode fazer inscrições para o Passaporte Acesso Livre do 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que disponibilizará ingressos gratuitos para as sessões, que nesta edição são todas virtuais. Os interessados devem se inscrever no site oficial.
As vagas são limitadas (não foi divulgado quantas são) e apenas para residentes no território brasileiro. Os cadastros serão submetidos a um processo de seleção, que observará a diversidade, tendo como foco a participação de pessoas de diferentes regiões e realidades sociais. Os selecionados terão acesso a dois ingressos gratuitos por dia.
O Festival Olhar de Cinema foi criado em 2012 para destacar o cinema independente em todo o mundo, por meio de uma seleção oficial de filmes com propostas estéticas inventivas e que se arriscam em novas formas de linguagem. Por causa da pandemia, neste ano a edição será on-line, de 7 a 15 de outubro. Os ingressos custarão R$ 5 por filme e estarão à venda no site oficial a partir do dia 23 de setembro.
Duas mostras que fazem parte do festival, a Olhares Brasil, uma seleção especial com filmes nacionais que vêm se destacando ao longo de festivais, e a Mirada Paranaense, com um recorte da recente produção do estado, já tiveram a sua programação divulgada. Confira abaixo:
Olhares Brasil
O maior destaque da mostra Olhares Brasil deste ano, que apresenta longas e curtas-metragens de todo o país, é a diversidade de olhares e narrativas. Entre os longa-metragens exibidos estão a coprodução entre Brasil, Portugal e Moçambique “Um Animal Amarelo”, nova fábula visual de Felipe Bragança, exibido no começo do ano no Festival de Roterdã, além do vencedor do prêmio do júri na 23ª Mostra de Tiradentes “Canto dos Ossos”, de Jorge Polo e Petrus Bairros, e ainda o longa-metragem “Cabeça de Nêgo”, que cria uma narrativa que tem como base ideais do Panteras Negras.
Outro destaque é o documentário “Fakir”, assinado por Helena Ignez, que foi exibido no 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no XV Panorama Coisa de Cinema e forumdoc.bh, além de outros festivais brasileiros e internacionais. O veterano Geraldo Sarno estará na mostra com seu último filme, “Sertânia”, uma revisita modernizada ao sertão, ao cangaço e ao cinema novo.
sertania
O diretor Geraldo Sarno participa do festival com seu filme “Sertânia”. Foto: Divulgação

A ancestralidade é o tema dos outros dois títulos da mostra: “Cavalo”, de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti, que traz a dança para falar das marcas do passado, e “Yãmĩyhex: as mulheres-espírito”, da Associação Filmes de Quintal, fazendo um resgate da mitologia e tradição indígena.
Na seleção de curtas-metragens do Festival Olhar de Cinema, a ancestralidade, assim como os temas negritude e lesbiandade também estão presentes nos filmes “Enraizadas”, de Juliana Nascimento e Gabriele Roza; “Minha História É Outra”, de Mariana Campos; “Mãtãnãg, a Encantada”, de Shawari Maxacali e Charles Bicalho, “A Morte Branca do Feiticeiro Negro”, de Rodrigo Ribeiro, e “O verbo se fez carne”, de Ziel Karapotó.
A programação ainda “Inabitável”, de Matheus Farias e Enock Carvalho, o curta-metragem já o exibido no 17º IndieLisboa “Os Últimos Românticos do Mundo”, de Henrique Arruda, que faz uma ponte entre o futuro pré-apocalíptico e o desconhecido.
Mirada Paranaense
A mostra Mirada Paranaense, que apresenta a produção local, terá onze títulos. Entre eles está o longa-metragem documental “A Alma do Gesto”, de Eduardo Baggio e Juslaine Abreu-Nogueira, que explora a criação artística e a construção imagética de outra arte que não o cinema. A arte também é o tema de “Exumação da Arte”, curta-metragem de Maurício Ramos Marques.
Outros nove curtas integram a programação da mostra. Entre eles está “E no rumo do meu sangue”, de Gabriel Borges, já exibido na 23ª Mostra de Tiradentes, e o documentário “Meia Lua Falciforme”, de Dê Kelm e Débora Evellyn Olimpio, que fala sobre a Doença Falciforme, que afeta principalmente a população afrodescendente.

VEJA TAMBÉM: Cineclube Aurora lança nova programação com podcasts e filmes paranaenses

A mostra traz também a história de Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar engenheira no Brasil, no curta “Além de Tudo, Ela”, de Pedro Vigeta Lopes, Pâmela Regina Kath, Mickaelle Lima Souza, Lívia Zanuni. Em linguagem experimental, “Cor de Pele”, de Larissa Barbosa, questiona as opressões sofridas pelas mulheres negras.

a mulher que sou
“A Mulher Que Sou”, de Nathália Tereza, foi premiado no último Festival de Gramado com o Kikito de melhor atriz para Cassia Damasceno. Foto: Divulgação

Outro retrato do preconceito da sociedade está no documentário “Seremos Ouvidas”, de Larissa Nepomuceno, que investiga o movimento feminista surdo. As mulheres, em diferentes fases da vida, também são o foco dos curtas “Aonde Vão os Pés”, de Débora Zanatta, e “A Mulher Que Sou”, de Nathália Tereza, esse último premiado no Festival de Gramado com o Kikito de melhor atriz para Cassia Damasceno.
Completam a programação do Festival Olhar de Cinema a única animação “Napo”, de Gustavo Ribeiro, com uma história sobre perda de memória, e “Cancha – Domingo é dia de jogo”, de Welyton Crestani, sobre o poder do futebol de várzea em Vila Verde.
Mais informações em www.olhardecinema.com.br, no Facebook ou Instagram do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Programação de filmes da mostra Olhares Brasil

LONGAS-METRAGENS
Um Animal Amarelo (Brasil/Portugal/Moçambique, 2020, 115 min.), de Felipe Bragança
Cabeça de Nêgo (Brasil, 2020, 86 min.), de Déo Cardoso
Canto dos Ossos (Brasil, 2020, 89 min.), de Jorge Polo e Petrus de Bairros
Cavalo (Brasil, 2020, 85 min.), de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti
Fakir (Brasil, 2019, 92 min.), de Helena Ignez
Sertânia (Brasil, 2019, 97 min.), de Geraldo Sarno
Yãmĩyhex: as mulheres-espírito (Brasil, 2020, 76 min.), de Sueli Maxakali e Isael Maxakali
CURTAS-METRAGENS
Enraizadas (Brasil, 2019, 14 min.), de Juliana Nascimento e Gabriele Roza
Inabitável (Brasil, 2020, 20 min.), de Matheus Farias e Enock Carvalho
Mãtãnãg, a Encantada (Brasil, 2019, 14 min.), da Shawara Maxakali e Charles Bicalho
Minha História É Outra (Brasil, 2019, 22 min.), de Mariana Campos
A Morte Branca do Feiticeiro Negro (Brasil, 2020, 10 min.), de Rodrigo Ribeiro
Os Últimos Românticos do Mundo (Brasil, 2020, 23 min.), de Henrique Arruda
O verbo se fez carne (Brasil, 2019, 6 min.), de Ziel Karapotó

Programação de filmes da mostra Mirada Paranaense

LONGA-METRAGEM
A Alma do Gesto (Brasil, 2020, 66 min.), de Eduardo Baggio e Juslaine Abreu-Nogueira
CURTAS-METRAGENS
Além de Tudo, Ela (Brasil, 2019, 10 min.), de Pedro Vigeta Lopes, Pâmela Regina Kath, Mickaelle Lima Souza, Lívia Zanuni
Aonde Vão os Pés (Brasil, 2020, 14 min.), de Débora Zanatta
Cancha – Domingo é dia de jogo (Brasil, 2020, 18 min.), de Welyton Crestani
Cor de Pele (Brasil, 2019, 3 min.), de Larissa Barbosa
E no rumo do meu sangue (Brasil, 2019, 4 min.), de Gabriel Borges
Exumação da Arte (Brasil, 2020, 14 min.), de Maurício Ramos Marques
Meia Lua Falciforme (Brasil, 2019, 22 min.), de Dê Kelm e Débora Evellyn Olimpio
A Mulher que Sou (Brasil, 2019, 15 min.), de Nathália Tereza
Napo (Brasil, 2020, 17 min.), de Gustavo Ribeiro
Seremos Ouvidas (Brasil, 2020, 13 min.), de Larissa Nepomuceno
 
 
 
 
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