Campanhas alertam para o combate ao abuso e exploração de crianças

Vídeo “Preciso da sua ajuda” faz apelo silencioso para ajuda em casos de abuso e exploração de crianças e adolescentes

Vídeo feito por alunos do Marista Escola Social Ecológica alerta para o abuso e exploração sexual de crianças
Vídeo feito por alunos do Marista Escola Social Ecológica alerta para o abuso e exploração sexual de crianças. Foto: Reprodução YouTube

Nesta segunda-feira, 18 de maio, é Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças. Para alertas a sociedade sobre o tema, alunos do Marista Escola Social Ecológica, que atende gratuitamente crianças e adolescentes em Almirante Tamandaré, no Paraná, gravaram um vídeo com uma mensagem “subliminar” para que casos sejam denunciados.
A produção faz parte do projeto “Compartilhaí”, realizado dentro da disciplina de Direitos Humanos na Escola Social, e revela a preocupação dos estudantes com crianças e adolescentes que estão em isolamento social e podem estar sofrendo violações dos seus direitos. “A condição de distanciamento social tem agravado a situação de vulnerabilidade de crianças e adolescentes que, por muitas vezes, não contam como uma pessoa de confiança para expor a situação e interromper a violência”, diz a diretora do Marista Escola Social Ecológica, Gillys da Silva.
O alerta partiu do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), que recomenda atenção durante esse período de crises e incertezas. “Projetos como esse contribuem para que os jovens tenham acesso a informações necessárias, e para alertar a sociedade para essa realidade que ações de conscientização possam ajudar no enfrentamento a violência, seja ela: física, psicológica, sexual ou de qualquer outra natureza”, revela Raimunda Caldas Barbosa, especialista em Serviço Social do Marista Escolas Sociais.
Assista ao vídeo
[arve url=”https://www.youtube.com/watch?v=WxThh5j6sR0″ align=”center” title=”vídeo preciso da sua ajuda” /]

O projeto “Compartilha aí: educação comunicação e direitos” é desenvolvido no Marista Escola Social Ecológica e apoiado pela Fundação Banco do Brasil desde março de 2019. Os estudantes realizam encontros formativos e produção de conteúdos audiovisuais, além de oficinas com os pais e com a comunidade da região.
Alana de Assis, de 15 anos, é uma das integrantes do grupo. Ela acredita que o projeto promove a conscientização em todas as idades. “Quando falamos de uma maneira direta, por meio de vídeos e encontros, podemos passar para todos a mensagem de que nós temos direitos enquanto crianças e adolescentes e eles devem ser preservados.”

VEJA TAMBÉM: Saúde mental das crianças na pandemia

O aluno Adriano Valdecir Pires Junior, de 15 anos, também faz parte do projeto. Ele acredita que quanto maior o conhecimento dos adolescentes maior é a chance de propagação. “Temos a oportunidade de mudar os números e de melhorar o dia a dia de quem tem seus direitos violados”, revela.

Prefeitura de Curitiba lança campanha informativa

Para alertar a população sobre os casos de violência contra as crianças e adolescentes, a Fundação de Ação Social (FAS) lançou campanhas on-line, usando meios de distribuição eletrônica, como e-mails e aplicativos de mensagens.
De segunda a sexta-feira (18 a 22/5), também serão distribuídos fôlderes informativos com as cestas básicas entregues às famílias nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de todas as regionais. Os materiais de divulgação também estarão disponíveis, durante esse período, nos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
“Toda campanha de combate às violências contra crianças e adolescentes tem um papel importante para sensibilizar as pessoas a fazer o bem”, diz Zeila Plath, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comtiba).

Números da violência

De setembro de 2019 a abril de 2020, a Central de Serviços da Proteção Social Especial de Curitiba atendeu demandas de suposto abuso e exploração sexual envolvendo 377 crianças e 230 adolescentes.
Dos casos de violência notificados, mais de 27% são de adolescentes de 10 a 14 anos. Aproximadamente 75% dos casos notificados de violência sexual ocorrem com crianças ou adolescentes do sexo feminino.
A exploração sexual de crianças e adolescentes é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das piores formas de trabalho infantil, conforme Decreto Nº 6.481 de 12 de junho de 2008.

Como denunciar?

Denúncias de casos de abusos e exploração sexual de crianças e adolescentes podem ser feitas pela Central 156, da Prefeitura de Curitiba, ou pelos canais Disque 100 e Disque Denúncia 181.
 
 
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