Criações em colagem e uma retrospectiva estão em cartaz no Museu da Gravura

Espaço cultural fica dentro do Solar do Barão, onde também está localizada a Gibiteca com outras duas exposições

Gravuras feitas com colagens e uma retrospectiva do artista plástico Pedro Goria são as duas exposições apresentadas no Museu da Gravura, que reabriu há uma semana.
Goria, paulista radicado em Curitiba, cuidou pessoal da montagem de “O Ilusionista”, que reúne 25 trabalhos dispostos em três estações, cada uma correspondente a uma fase do artista. Em todas elas, referências a mestres da pintura ocidental, como Goya e Rembrandt.
Na primeira está Genoma, coleção de litogravuras, gravuras em metal e criações com técnicas alternativas que revelam interesse pelo passado, particular e coletivo. A busca das origens refletiu o momento em que, na virada do século 20, o mundo começava a discutir sobre clonagem celular e terapias genéticas. “É uma visão nova sobre a sacralidade”, conta Goria sobre o tema que começou a estudar na juventude, com os artistas Andrade Lima e Alberto Massuda.
Representando uma fase posterior do artista estão os trabalhos reunidos sob o tema Goyescas, numa alusão ao pintor espanhol Francisco Goya. São gravuras em metal em que o artista expõe seu lado visceral e a preocupação em lidar com a morte e a solidão, contudo, sob atmosfera lírica ou onírica. Por último vêm os desenhos e, produzidas na pandemia, as pinturas em óleo sobre tela.

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A coincidência da imersão na pintura durante a necessidade de isolamento social, conta, foi uma metáfora do processo de reclusão que vinha observando nele próprio e nas pessoas de modo geral antes de 2020. “O ser humano opta pela reclusão, mesmo sem se dar conta, ao se voltar para si próprio. Como artista, foi um recolhimento necessário para pintar, meu objetivo na juventude mas que acabou me levando para o desenho e, depois, para a gravura”, explica Goria.
Segundo o artista, que tem mais de 40 anos de carreira e foi professor de Gravura e de Desenho na Escola de Música e Belas Artes (Embap) durante 30 anos, a exposição revela sua obsessão permanente pelo resgate do idealismo por meio da magia criativa da arte. “O idealismo é o que move o jovem artista e a magia é o que ele busca quando, na maturidade, precisa impregnar de emoção a sua arte. Nesse momento tão árido, artista e público precisam muito dessa forma de escape”, diz.

Colagens e desenhos

Já a exposição “A Imagem Retroalimentada”, organizada pelo grupo Clube da Colagem, apresenta 28 trabalhos dos artistas Alan Amorim, Bonju Coelho e Mário de Alencar. Em suas criações, eles fundem a colagem a outras alternativas estéticas, trazendo novo sentido a tradicionais técnicas de impressão.
Quem for até o Museu da Gravura ainda pode aproveitar para visitar a Gibiteca – ambos os espaços ficam dentro do Solar do Barão. Por lá, estão em cartaz as exposições “Álbum do Zequinha” e “Viajante Ilustrado”.
O Solar do Barão fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533 – Centro. O horário de funcionamento é das 12h às 18h, de terça a domingo. A entrada é gratuita – lembrando que o uso de máscaras de proteção continua obrigatório.
 
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