Espaço instalado na Santa Casa de Curitiba reúne acervo da Associação Médica do Paraná e conta a história desde os primórdios da medicina no estado
No dia 28 de janeiro, a Santa Casa de Curitiba e a Associação Médica do Paraná (AMP) abriram as portas do Museu da História da Medicina do Paraná, primeiro do estado dedicado a contar a história dessa profissão que marcou a trajetória da nossa sociedade desde o século XIX.
O projeto é fruto de uma parceria entre as duas instituições, que vêm trabalhando há mais de um ano na seleção de documentos, peças, instrumentais e equipamentos que compõem a exposição, coletados e catalogados pela AMP desde 1970. O acervo completo é formado por milhares de itens, entre eles algumas peças curiosas como um “pulmão de aço”, que pesa quase meia tonelada e era utilizado em pacientes com insuficiência respiratória causada pela poliomielite.
Os visitantes podem um pouco mais da história da cidade e de figuras ilustres como a dos médicos José Cândido da Silva Murici, Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo e do farmacêutico André de Barros, que hoje dão nome a importantes vias de Curitiba.
Segundo o presidente da Associação Médica do Paraná, o cirurgião vascular Nerlan Carvalho, o museu é a realização de um sonho, além de difundir informações úteis sobre saúde para a sociedade, o que será muito importante para a pesquisa. “Sob a coordenação do neurologista Ehrenfried Othmar Wittig, nosso diretor de museu, estamos juntando as peças há quase cinco décadas, catalogando, higienizando e armazenando de forma adequada. Agora, com essa parceria, será exposta a história da medicina do Paraná em um local histórico por natureza”, afirma.
Sede do museu, o prédio histórico da Santa Casa não foi escolhido ao acaso. Inaugurado em 1880 por Dom Pedro II, o hospital foi o primeiro e, por muitos anos, o único de Curitiba, além de ter funcionado como hospital-escola para a Universidade Federal do Paraná até a construção do Hospital de Clínicas, na década de 60.
O prédio também abriga uma área preservada pelo patrimônio histórico e que recentemente foi restaurada, mantendo fielmente a estrutura que tinha na época de sua fundação. Entre esses espaços, que poderão ser conhecidos pelos visitantes, estão a farmácia, com armários e frascos de medicamentos ainda lacrados, a capela, o sótão e o primeiro elevador da cidade.
Memória dos pioneiros
Para o Provedor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e Arcebispo Emérito de Diamantina (MG), Dom João Bosco Óliver de Faria, resgatar a memória médica é fundamental. “Iniciar obras e entidades não é difícil. O desafio está em mantê-las vivas e atuantes ao longo da história. Este museu faz memória e justiça aos grandes pioneiros que sonharam e projetaram o futuro glorioso da cidade de Curitiba”, ressalta.
Ehrenfried Wittig lembra que é uma antiga pretensão da AMP tornar acessível à sociedade seu valioso acervo para que todos pudessem compreender como foi difícil a medicina no passado, com medicação pouco eficiente, equipamentos precários e como isso foi avançando ao longo do tempo.
Para as novas gerações de médicos e demais profissionais da saúde, o diretor de museu da AMP salienta que terão, ao seu lado toda a história da medicina no Paraná. “Poderão entender o quanto e como os colegas de antigamente evoluíram para que tivessem as ferramentas e oportunidades que têm hoje”, diz, acrescentando que o novo espaço terá uma utilidade ímpar na formação destes profissionais.
Visitações
As visitações podem ser realizadas de segunda a sábado, das 10h às 19h. Para visitas em grupos é necessário agendamento prévio pelo telefone (41) 3320-3502 ou pelo e-mail museu@santacasacuritiba.com.br. A Santa Casa de Curitiba fica na Praça Rui Barbosa, 694 – Centro.