Evento terá a participação de Ismael Scheffler, escritor e diretor do Teatro da UTFPR
Nesta próxima terça-feira (17/08), o Teatro da UTFPR (TUT) promove um encontro on-line para o lançamento do livro “Artaud e o Teatro Sagrado” (Editora Arte Final), escrito por Ismael Scheffler. O evento será a partir das 19h30 e para participar é necessário fazer uma inscrição gratuita NESTE LINK, que dá direito a uma cópia em PDF da obra.
Scheffler conversará o livro, o teatro e as pesquisas cênicas desenvolvidas pelo grupo teatral da UTFPR. Ele é o diretor do TUT desde 2005 e nesse período encenou diversos espetáculos, sendo as teorias do encenador, ator e poeta francês Antonin Artaud (1896-1948) vivenciadas em diferentes práticas no grupo.
“Influências artaudianas já marcaram vários espetáculos por mim dirigidos desde a realização deste estudo, que é parte de minha pesquisa de mestrado”, explica o diretor. “Com o TUT, por exemplo, posso mencionar o espetáculo de 2013, Babel, que fui autor e diretor, e, sem dúvidas, nosso último espetáculo OCO, de 2019”, complementa.
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Desse projeto, foi lançado este ano o livro “OCO: memórias e olhares” (Editora Arte Final) que aborda o processo de criação do espetáculo. Em seus artigos, o diretor fala sobre o poeta francês. “Em alguns eventos on-line que promovemos durante 2020, debatendo sobre o processo criativo de Oco, surgiu recorrentemente um interesse pelas ideias de Artaud. Isso motivou o desejo de disponibilizar esta pesquisa sobre esse importantíssimo teórico do teatro que, finalmente, encontra seu espaço em forma de livro”, conta.
Junto ao autor, participará da conversa o professor Dr. Joe Marçal Gonçalves dos Santos, do Núcleo de Ciências da Religião da Universidade Federal de Sergipe.
Diálogos sobre o teatro sagrado
Em sua nova obra, Scheffler propõe um diálogo entre as propostas teatrais de Artaud, com os conceitos de sagrado, símbolo, mito e rito, a partir dos estudos do filósofo e cientista da religião Mircea Eliade (1907-1986) e do antropólogo Gilbert Durand (1921-2012). Ao longo do livro, ele lança um olhar cuidadoso para as questões sobre o espaço e o tempo, a política, e a compreensão de Artaud da fusão indissociável de teatro e de vida.
“Vê-se que terrível tarefa nós nos atiramos; nós visamos nada menos que remontar às fontes humanas ou inumanas do teatro e ressuscitá-lo totalmente. Tudo que pertence à ilegibilidade, à fascinação magnética dos sonhos, tudo isto, estas camadas sombrias da consciência que são tudo o que nos preocupa no espírito, nós queremos vê-lo radiar e triunfar em um palco, prontos a perder a nós mesmos e a nos expor ao ridículo de um colossal fracasso. […] Nós concebemos o teatro como uma verdadeira operação de magia. Nós não nos dirigimos aos olhos, nem à emoção direta da alma; o que nós procuramos
criar é uma certa emoção psicológica onde as molas mais secretas do coração serão postas a nu”, escreveu Antonin Artaud em “Manifesto por um teatro abortado”, de 1926.
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