O espetáculo Os Mequetrefe é uma comédia nonsense que mostra um dia na vida de quatro palhaços
Entre os dias 18 a 20 de maio, a Caixa Cultural recebe o espetáculo Os Mequetrefe, uma criação do grupo Parlapatões inspirada na obra do inglês Edward Lear, o ilustrador e poeta inglês que criou o termo nonsense. As apresentações acontecem às 15h, sendo que no sábado tem um sessão-extra às 18h. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro.
O espetáculo mostra os quatro palhaços que, não por acaso, se chamam Dias, vivendo a jornada de um longo e divertido dia. Do despertar à hora de ir dormir, revelam como a desconstrução da lógica cotidiana pode abrir espaço para outras maneiras de encarar a vida. Vivendo situações bem comuns, esses cidadãos nada comuns provocam uma série de confusões tão hilárias quanto poéticas.
Da maneira como acordam, passando pelo jeito como se vestem para ir trabalhar, eles encaram as atividades de um dia de maneira cômica. Depois de acordar, os Dias pegam o ônibus, que irá se transformar em tudo que pode levar gente – seja navio ou trem – para irem ao trabalho. Dessa maneira, manipulam objetos de cena de maneira lúdica, sempre carregados de um humor provocativo. Seja no trabalho, onde todos seus colegas são seres absolutamente estranhos, ou no final do dia, quando a televisão despeja imagens violentas sobre todos, esses palhaços retiram de suas hipérboles a comicidade e o lirismo.
As poesias e pinturas de Edward Lear – criador da expressão em seu Livro do Nonsense –, bem como características visuais e verbais do Futurismo e do Dadaísmo, levaram o grupo a redimensionar os elementos da palhaçaria, visando criar cenas onde a desconstrução da lógica, muito presente na essência dos palhaços, pudesse ganhar uma dimensão lírica. “Os Mequetrefe vai além de seu ponto de partida, que é reunir palhaços em torno do nonsense, para ganhar outra potência. Afinal, busca na desconstrução da lógica uma visão com a qual o público se identifique”, afirma o diretor do espetáculo, Álvaro Assad.
No dicionário, a palavra “mequetrefe” é definida como um insulto a uma pessoa e seu significado pode ser utilizado de três maneiras distintas: intrometido, trapaceiro ou sem importância. “Esses três sentidos estão presentes em tudo que vivenciam os Dias, esses quatro palhaços que, no fundo, somos nós, os cidadãos, nos deparando com os absurdos do dia a dia”, aponta Hugo Possolo, roteirista do espetáculo.
Os figurinos evitam a caracterização dos palhaços clássicos para se voltar aos arquétipos da loucura, onde cada Dias tem sua especificidade – e as roupas trazem detalhes tão inúteis quanto deslocados da realidade. Já a cenografia se apresenta como parte da narrativa, onde os elementos cotidianos se transformam constantemente pela leitura absurda que os palhaços lhes aplicam. A trilha sonora de Raul Teixeira mescla as referências mais típicas da arte da palhaçaria com uma sonoridade exótica que desconstrói a narrativa para apontar novas trajetórias à aventura. A iluminação de Assad e Reynaldo Thomaz marca a diferença entre os ambientes reais e os fantásticos nos quais os palhaços penetram a cada nova etapa da aventura.
SERVIÇO: Os Mequetrefe
Data: 18 a 20 de maio
Horário: 15h – no sábado, também há uma sessão às 18h
Local: Caixa Cultural – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)