A exposição de Carlos Farjado fica aberta até o dia 28 de abril de 2019 no espaço do “Olho” no Museu Oscar Niemeyer
O espaço do “Olho” do Museu Oscar Niemeyer (MON) está com uma nova exposição: a “Diáfano – Reflexos, transparências e opacidade na obra de Carlos Fajardo”, com curadoria de Henrique Xavier. A mostra faz parte de um amplo projeto de exposições e pesquisa sobre a obra de Carlos Fajardo, apresentando, sobretudo, a produção mais recente do artista, inclusive uma obra foi criada especialmente para a mostra.
As obras recentes, nove ao total, trabalham sobretudo com um tipo de superfície muito especial: a reflexiva. São obras marcadas pelo uso estético de vidros, espelhos e superfícies semirreflexivas, transparentes e coloridas, as quais são combinadas não apenas entre si, mas também associadas a fotografias de grandes dimensões, a feltros de lã de ovelha, a prata molda à mão, a caixas e a estruturas tridimensionais.
Há, também, uma obra de luz, proveniente da trajetória de mais de cinquenta anos de carreia do artista. Contudo, não se trada de expô-la de maneira meramente histórica, mas de colocá-la com vida e atualidade em tensão com o material novo.
A obra de Fajardo marca a contínua renovação de uma trajetória que se inicia em 1966 e permanece até os nosso dias em um constante diálogo com os caminhos mais ousados da arte contemporânea. São desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações; sendo, principalmente, obras que possuem um tênue erotismo, pois lidam sutilmente com a presença, o corpo e o desejo do espectador, analisa o curador.
Por meio desse conjunto de materiais são produzidas experiências capazes de brincar, duplicar e fundir espaço, cor, arquitetura e a imagem dos próprios espectadores presentes na exposição.
As criações do artista serão dispostas procurando interagir entre si e com o espaço ao seu redor, operando como uma única grande instalação. Assim, o espectador não se depara apenas com uma série de obras autônomas, uma ao lado da outra, mas com um conjunto coeso que reflete a si mesmo em um diálogo com o ambiente, apropriando-se esteticamente do próprio espaço do museu.
A mostra fica em cartaz até 28 de abril de 2019. A visitação pode ser feita de terça a domingo, das 10h às 18h – com acesso ao museu somente até 17h30. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Pessoas com mais de 60 anos ou menos de 12 anos não pagam. Nas quartas-feiras, a entrada é gratuita para todo o público.
O Museu Oscar Niemeyer fica na Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico. Mais informações no site www.museuoscarniemeyer.org.br.
Sobre Carlos Farjado
Carlos Alberto Fajardo frequenta o curso de arquitetura na Universidade Mackenzie, em São Paulo, entre 1963 e 1972. Na década de 1960, estuda pintura, desenho, comunicação visual e história da arte com Wesley Duke Lee (1931 – 2010), e música contemporânea com Diogo Pacheco (1925). Participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee, Nelson Leirner (1932), Frederico Nasser (1945), Geraldo de Barros (1923 – 1998) e José Resende (1945), em 1966, e torna-se co-editor do jornal Rex Time. Em 1970, com Luiz Paulo Baravelli (1942), Frederico Nasser e José Resende, funda a Escola Brasil:. Estuda gravura em metal com Babinski (1931) e litografia com Regina Silveira (1939). No início de sua trajetória, trabalha com diferentes técnicas, realizando objetos, pinturas, colagens, desenhos e gravuras. A partir de 1981, expõe trabalhos em pintura, constituídos por um conjunto de telas e de superfícies em madeira pintada, apenas apoiados nas paredes da sala, criando assim um espaço entre os dois planos. Passa a dedicar-se à realização de esculturas em que explora questões como peso, gravidade ou sustentação da obra no solo. Em 1987, recebe a Bolsa Ivan Serpa da Funarte e, em 1989, a Bolsa Vitae de Artes. Desde 1996, leciona no departamento de artes plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP.