O espetáculo Deriva, da Súbita Companhia, celebra 18 anos do grupo e propõe uma experiência imersiva sobre a relação entre corpo e cidade. A temporada segue até 2 de março no Teatro Zé Maria, com entrada gratuita.
O espetáculo Deriva, da Súbita Companhia, está em cartaz no Teatro Zé Maria até o dia 2 de março. Com sessões de terça a sexta-feira às 20h, sábados com apresentações duplas às 17h e 20h, e domingos às 17h, a peça tem entrada gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes das sessões. A montagem marca as comemorações dos 18 anos de trajetória da companhia.

Com dramaturgia assinada por Maíra Lour e Pablito Kucarz, Deriva explora a relação entre corpo, palavra e imagem em meio à dinâmica urbana. A peça é dirigida por Maíra Lour e conta com um elenco formado por Dafne Viola, Flávia Imirene, Nathan Gabriel, Pablito Kucarz e Patricia Cipriano. A proposta cênica convida o público a refletir sobre os contrastes da cidade, sua brutalidade e beleza, e as múltiplas narrativas que coexistem no espaço urbano.
A experiência proporcionada por Deriva é inspirada em um percurso pelo centro histórico de uma cidade, onde o espectador é levado a observar detalhes e reconhecer as camadas de histórias sobrepostas. No trajeto, elementos como arquitetura, resíduos urbanos e memórias culturais se fundem, criando um cenário vivo e pulsante. O espetáculo destaca como o ambiente urbano afeta a percepção e as emoções dos indivíduos que nele transitam.
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Uma Cartografia Coletiva de Afetos
A construção do espetáculo partiu de uma intensa pesquisa da Súbita Companhia sobre a relação entre o corpo e a cidade. A partir da afirmação do geógrafo Milton Santos – “O centro do mundo está em todo lugar, o mundo é o que se vê de onde se está” –, o grupo desenvolveu um trabalho de leituras, vivências e experimentações em espaços urbanos.
Para enriquecer essa investigação, a companhia convidou Carla Kinzo, Sol Faganello e Ivan Haidar para residências imersivas com o elenco e a direção. O objetivo foi aprofundar a relação entre corpo, palavra e tecnologia na construção da dramaturgia, permitindo que a cidade fosse traduzida nos corpos dos artistas em cena.

O Corpo como Território e Narrativa
Deriva propõe um olhar atento ao corpo como território de experiências, em diálogo constante com o espaço urbano. A peça questiona a velocidade da vida contemporânea e experimenta o desafio do movimento desacelerado como forma de subversão às normas sociais estabelecidas. Ao suspender o tempo e modificar a percepção do espaço, a montagem provoca reflexões sobre a relação entre indivíduo e cidade.
A performance reforça a ideia de que a cidade é um organismo vivo, moldado por seus habitantes e suas interações. A experiência urbana é plural, mutável e adaptável, e o corpo humano, ao se movimentar pelo ambiente, também se espacializa e se historiciza. Dessa forma, o espetáculo ressignifica a cidade como um espaço de encontros, resistências e expressões individuais.
A Linguagem Cênica da Súbita Companhia
A pesquisa da Súbita Companhia está ancorada no corpo como veículo de atravessamento de questões poéticas, políticas e estéticas. O grupo entende a dramaturgia e a encenação contemporânea como processos que emergem da relação corporal com o ambiente. Deriva reflete esse pensamento ao construir sua narrativa a partir do diálogo sensível entre movimento, espaço e percepção.
A montagem propõe um convite ao público para experimentar a cidade de maneira diferente, observando suas camadas e suas histórias ocultas. Ao explorar as dinâmicas urbanas por meio do teatro, Deriva reafirma a potência do corpo como instrumento de expressão e transformação.
O espetáculo Deriva segue em temporada no Teatro Zé Maria até 2 de março, oferecendo ao público uma oportunidade única de vivenciar a cidade por meio da arte e da sensibilidade corporal.

SERVIÇO: ESPETÁCULO DERIVA, da Súbita Companhia
De 20 de fevereiro a 02 de março
Terças, quartas, quintas e sextas, às 20h; sábados, às 17h e às 20h; domingos, às 17h.
Local: Teatro Zé Maria (Rua Treze de Maio, 655, Curitiba/PR)
Entrada gratuita (ingressos distribuídos uma hora antes das apresentações)
Classificação indicativa: 14 anos
*Apresentações com LIBRAS: 21 e 28/02 (sextas-feiras), às 20h
*Apresentação com Audiodescrição: 01/03 (sábado), às 17h