Leishmaniose e Dirofilariose são duas doenças transmitidas pelas picadas de mosquitos e que podem ter consequências graves nos bichos de estimação
Jacqueline Felippetto
Com o aumento das temperaturas, aumenta também a proliferação de muitos mosquitos. Você sabia que existem doenças graves que podem ser transmitidas pela picada de um mosquito? Tanto para animais quanto para seres humanos!
Uma dessas doenças é a Leishmaniose, causada pela picada de mosquitos flebótomos (conhecido como mosquito-palha) que estejam infectados pelo protozoário Leishmania. A Leishmaniose também é conhecida também como úlcera de bauru, calazar, barriga d’água e febre dum dum. Existem duas formas: a Leishmaniose Visceral e a Leishmaniose Cutânea.
É importante ressaltar que a transmissão não ocorre de cão para cão ou do cão para o homem. A transmissão só acontece quando o mosquito-palha infectado pica o animal ou o humano. O cão é principal hospedeiro do protozoário caso seja infectado pelo mosquito, logo, ele é um reservatório da doença
Os principais sinais e sintomas clínicos da Leishmaniose nos animais são:
- Fraqueza
- Emagrecimento
- Gânglios inchados
- Crescimento exagerado das unhas
- Úlceras na pele
- Descamação e ressecamento na pele, principalmente, no focinho e ponta das orelhas
- Hemorragia intestinal
- Anemia
- Conjuntivite
Como prevenir a Leishmaniose?
É fundamental aplicar sempre produtos repelentes específicos nos bichinhos, além de evitar o acúmulo de lixo e de fezes de animais, pois o mosquito se reproduz nesse ambiente. Também existe vacina para a Leishmaniose.
Verme do coração
A outra doença que pode ser transmitida por mosquitos é a Dirofilariose, mais conhecida como verme do coração, que pode afetar tanto cães e gatos como o homem. O parasita responsável é a Dirofilaria immitis. Dependendo do grau de infestação, os parasitas podem provocar uma considerável redução das funções cardíacas, dificuldades respiratórias e tosse crônica.
A transmissão é pela picada dos mosquitos do gênero Aedes, Culex e Anopheles. Os mosquitos ingerem as microfilárias ao mesmo tempo que ingerem o sangue do cão contaminado. Os cães doentes são o principal reservatório da Dirofilariose e permitem a propagação da doença. Quando o mosquito picar outro cão, as larvas penetram no corpo do animal. Essas larvas migram até as artérias pulmonares, onde se desenvolvem até o estágio adulto, em um processo que dura até seis meses.
Em uma fase precoce da doença, o cão demonstra poucos sinais clínicos. Os sintomas surgem conforme a evolução da doença e os primeiros costumam ser:
- Tosse crônica
- Diminuição da tolerância aos exercícios
- Perda de peso
Posteriormente, o animal apresenta dificuldade ao respirar, febre e pode desenvolver líquido na cavidade abdominal (ascite). O diagnóstico é feito por meio de um teste sorológico denominado TESTE DE ELISA. O tratamento é prolongado e dolorido, com injeções e medicamentos via oral.
Como prevenir a Dirofilariose?
A melhor atitude é usar produtos repelentes contra mosquitos junto com produtos que diminuem o nível de microfilárias circulantes dos animais contaminados, como a vacina para a Dirofilariose.
Qualquer dúvida, sempre converse com um médico veterinário. É importante lembrar que as duas doenças são zoonoses e a prevenção é o melhor remédio sempre!
Espero que tenham gostado e até a próxima!
Jacqueline Felippetto é médica veterinária e atua na área de animais de companhia. Há quase 20 anos, participa de programas de televisão para dar dicas de como cuidar de bichos de estimação, que também são compartilhadas no canal do Youtube, Bichos na TV