Segundo a diretora do museu, exposição apresenta a inquietude existente em todo o percurso artístico rigoroso e inovador de Fernando Velloso
Está em cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON) a exposição “Fernando Velloso por ele mesmo”, em homenagem aos 90 anos de vida do artista curitibano, que segue na ativa. A mostra, com curadoria de Maria José Justino e Fernando Bini, está aberta para visitação na Sala 1 do museu.
“Inconteste, Velloso completou 90 anos com uma juventude invejável. Na vida dos mortais, diferencia-se como uma pessoa inteligente, culta, com um senso de humor singular; no mundo da arte, continua um artista radical, sem concessões, mão e olho cada vez mais apurados, numa entrega plena ao ato de pintar”, comentam os curadores.
O público pode contemplar seu primeiro trabalho premiado no tempo da Escola de Belas Artes, a produção influenciada por sua passagem por Paris, onde estudou com um dos maiores mestres do Cubismo, passando pelo despontar do apelo irresistível do Abstracionismo e a prolífica produção até as obras mais recentes.
Com mais de 70 anos de vida dedicados à arte, Fernando Velloso tem no acervo do MON quatro obras de sua autoria: “Grande Composição em Azul”, “Evocação de Elementos Simbólicos”, “Totem da Floresta” e “Partida em Busca do Imaginário”.
Obras cedidas pelo Museu de Arte Contemporânea, Museu Municipal de Arte de Curitiba, Museu de Arte da UFPR, Museu de Arte do Rio Grande do Sul e Tribunal de Justiça do Paraná também fazem parte da exposição.
“A exposição apresenta a inquietude existente em todo o percurso artístico rigoroso e inovador de Velloso. Como artista, teórico e crítico de arte ou produtor em todas as áreas da cultura, ele sempre foi um grande influenciador da renovação, do vanguardismo”, aponta a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.
Desde muito cedo, Fernando Velloso teve afinidade com o desenho. Essa aptidão levou-o a se matricular na primeira turma de pintura, em 1948, da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde teve aulas com o artista italiano Guido Viaro. Formou-se também em Direito na Universidade Federal do Paraná, em 1955.
Em Paris, estudou na academia do renomado artista e teórico cubista André Lhote, com quem aperfeiçoou seu processo de estudo e trabalho. Após passar pelo Expressionismo de Guido Viaro e pelo Pós-Cubismo de André Lhote, Velloso ficou encantado pela matéria e pela cor, características da Abstração. E são essas as marcas principais de suas obras. Na década de 1980, Velloso foi além: passou da reprodução da textura, criada até então pelo excesso de tinta, para o uso da renda, por exemplo.
A contribuição de Fernando Velloso para a arte e a cultura paranaense não se limitou à sua produção artística. Participou ativamente de comissões organizadoras em salões de arte e mostras coletivas e foi um dos protagonistas do Movimento de Renovação, que culminou com o Salão dos Pré-Julgados, realizado em decorrência do 14° Salão Paranaense, em 1957.
Ao voltar da França, em 1961, ele passou a atuar como gestor em órgãos culturais do Estado e do município. Um destaque foi a criação e coordenação do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC).
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O artista define sua pintura como “uma escada”, explicando que cada nova obra tem uma referência da anterior. “Uma vida talvez seja pouco para fazer um bom quadro, de modo que não se pode ficar pulando de um galho a outro. O artista precisa manter a coerência até o fim da vida, principalmente porque de um momento em diante já não tem mais espírito para aventuras perigosas”, afirma Fernando Velloso.
Segundo superintendente de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, Fernando Velloso é um artista fundamental dentro da narrativa da arte paranaense, que sempre merece ser (re)descoberto.
O horário de funcionamento do Museu Oscar Niemeyer é das 10h às 18h, de terça a domingo. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e podem ser adquiridos tanto na bilheteria quanto no site www.museuoscarniemeyer.com.br, onde também estão explicados todos os protocolos de segurança seguidos no espaço, como limitação de público e uso obrigatório de máscaras por causa da pandemia da covid-19.
O endereço é Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico. Mais informações no hotsite museuoscarniemeyer.org.br/mon/monemcasa, no Facebook e no Instagram, onde estão sendo disponibilizadas diversas atividades virtuais.
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